Cicatriz.
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.Papo reto mermo sei nem o que que ta acontecendo nessa porra aqui.
Vim só pra dar um pião, pegar minha roupa e ver a loirinha mais agora eu to aqui, jogado no sofá junto com ela assistindo desenho da afilhada dela enquanto a mãe e a madrinha dela tão fazendo almoço pra nois.
Mãe dela quis detalhes de como a gente se conheceu e papo reto, eu tava tão chapado no dia que mal lembro das coisas que a Isis contou que aconteceu e porra eu percebi que a família inteira dela é maluca igual a ela, a mãe e a madrinha dela riam e davam as opiniões sobre tudo que a Isis contava.
– to deixando um tanto de bagulho que eu tenho pra resolver pra tar aqui contigo.
Isis: ta apaixonado em mim né? pode falar, é dificil não se apaixonarem por mim mesmo.
Sorri vendo o sorriso dela, toda gatona essa mina.
– cê fica ai brincando comigo e esquece que eu sou bandido, daqui a pouco eu te coloco no meu nome e tu vai achar ruim.
Isis: ta achando que é fácil assim? só falar que eu sou sua e cabou?
– quando eu falar que é minha é porque vai ser loirinha, cê vai subir aquela favela e eu não vou deixar tu descer mais.
Ela me olhou com ironia e eu balançei a cabeça dando risada e dei alguns selinhos nela antes da criança começar a fazer uns barulho estranho querendo vir pro colo da Isis.
Isis: vem dindinha.
Fiquei olhando ela brincando com a neném que gargalhava no colo dela e fiquei marolando ali nas duas.
– tu tem irmão ou irmã? ela é filha de quem po?
Isis: do meu irmão, Jorginho.
– boto fé, fazia nem ideia que cê tinha irmão, achava que era filha única.
Isis: a, meu irmão faleceu então meio que eu sou filha única mesmo.
Olhei pra ela malzão e vi ela olhando pra menininha que chupava a chupeta enquanto assistia a porca que tava passando na tv.
– foi mal ae loirinha.
Passei a mão na coxa dela fazendo um carinho e ela olhou pra mim sorrindo sem graça.
Mônica: vamos comer casalzinho? cadê Karine em?
Isis: falou que ia lá na casa da Gabriela.
Yara: qual é o número do apartamento dela mesmo? vou interfonar lá chamar Karine pra vir comer antes que esfrie.
Nem prestei tanta atenção já que a Isis levantou ficando na minha frente com aquela bunda do caralho virada na minha direção.
Yara: vai vir as duas, ainda bem que a gente fez bastante viu Mônica.
Isis me olhou e esticou a mão pra mim segurar e a gente ir pra mesa onde tava o arroz, o strogonoff e a coca.
Deu nem cinco minutos e a porta abriu, entrando a Karine e outra mina ruiva, as duas riam alto chamando a atenção de todo mundo.
Isis: a não.
Murmurou do meu lado e eu olhei pra ela sem entender vendo ela revirar os olhos.
Karine: cê ta aqui ainda carinha? to achando que vocês vão casar mesmo.
Gabi: oi tias, oi Isis, oi? carai quem é esse?
Mônica: homem da Isis, Gabriela, tira o olho.
Sorri de canto ainda olhando pra Isis que passava a mão nos cabelos fingindo nem escutar.
Gabi: dessa vez cê acertou em Isis, se quiser emprestar.
Isis: mana? Se toca.
A menina riu levantando as mãos pro alto e sentou do lado da Karine do outro lado da mesa, bem na minha frente.
Coloquei a mão na perna da Isis por de baixo da mesa e apertei fazendo ela olhar pra mim sem paciência.
Como se eu tivesse culpa de alguma coisa.
Mônica: sabe Luan, a gente vai pra Búzios no final dessa semana, se você quiser ir tem três vagas sobrando.
Senti o olhar da Isis caindo sobre mim enquanto eu encarava a mãe dela.
– tenho que ver como vai tar meus bagulho lá no morro, mais se pa da certo, final de semana né?!
Yara: a gente vai sexta de noite e voltamos na madrugada de domingo pra segunda, vamos todos de van.
Gabi: cê é traficante? eita Isis.
Isis: algum problema Gabizinha?
Gabi: não nenhum, deve ser legal né, traficante deve dar uma emoção né Karine?
Karine: poisé né, mais tem que ter muita coragem.
Gabi: eu não teria, com todo respeito ta? mais eu tenho receio sabe? gente desse tipo assim não é confiável pra nada, lembra Karine do menino que roubou a gente no sinal? Era uma criança gente dai nós fomos atrás de informações e o menino era lá do morro do canta galo, se criança já é assim imagina quando crescer, dai eu tinha uma amiga também que tava bem igual você Isis, ficando com um boizinho marginal, ele espancou tanto ela que a coitada foi parar no hospital, mais eu sempre falo que isso é normal de gente desse tipo, não se pode confiar em gente que vem desses lugares, não pode nem perder tempo dando moral pra uns caras desse.
Isis: nem todos são assim Gabriela enfia teu preconceito no cu.
Gabi: não é preconceito Isis, tanto que eu ainda falei "com todo respeito" essa prima sua viu Karine.
Isis já tava abrindo a boca pra falar alguma coisa quando a Karine interrompeu.
Karine: Isis, por favor....
Isis: Karine amor, você já falou pra sua amiguinha que você também ta ficando com gente da favela? não né? atualiza as fofocas.
Gabi: e o Enzo amiga? você não vai trocar meu irmão por um bandido né?!
Eu fazia era rir, se eu pego essa mina em outro momento eu faço ela levar esse preconceito direto pro inferno.
Isis: já ta trocando né, se você for pra Buzios com a gente chama o Gibi pra ir junto.
Ela falou olhando pra mim e eu balancei a cabeça concordando, ê loirinha.
– ele anima po.
Karine: eu tava pensando em levar o Enzo e a Gabi mãe, você disse que tem três lugares sobrando.
Isis: um lugar já é do Luan filha e o outro vai ser do Gibi porque eu falei pra chamar ele antes de você meter esse povinho ai no meio.
Ela me chamando pelo nome chegava a ser engraçado, mina tava ficando puta da vida.
Karine: as coisas sempre são do seu jeito né Isis, isso é incrível, por isso que ninguém te aguenta por muito tempo você é insuportável.
A menina levantou puxando a outra que olhava diretamente pra mim com um sorriso no rosto.
Karine: vamo almoçar fora Gabi.
Olhei pra Isis que me olhou e sorriu.
– Karine perto dessa dai é chata assim mesmo e só fala bosta.
___________

VOCÊ ESTÁ LENDO
Terra de Ninguém.
FanfictionRocinha, Rio de Janeiro. Quando nós dois fica junto acaba os estresse, os problemas desaparece e você flutua, nós dois ficamos tão leve. Não sei se você sabe mas a gente sabe, nossa vibe combina e tu querendo ou não virei uma cena, desse filme da su...