12: Pingos de chuva.

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O sol começava a se esconder atrás de uma espessa camada de nuvens enquanto Se-mi e Sn deixavam a delegacia. O silêncio era quase ensurdecedor, quebrado apenas pelo som ocasional de um carro passando pela rua ou o farfalhar das árvores balançando ao vento. O ar tinha um cheiro distinto de chuva prestes a cair, carregando consigo um frescor melancólico que parecia refletir os sentimentos das duas.

Sn caminhava ao lado de Se-mi, com os ombros tensos e o olhar perdido. Seu coração ainda carregava o peso dos últimos dias, das memórias dolorosas e dos rostos que nunca mais veria. Ao seu lado, Se-mi segurava a mão dela firmemente, como se temesse que, se soltasse, Sn pudesse desaparecer.

- Você está bem? - perguntou Se-mi, quebrando o silêncio, sua voz suave e cheia de preocupação.

Sn demorou alguns segundos para responder, como se estivesse processando a pergunta. Ela olhou para Se-mi, seus olhos levemente marejados.

- Não sei... - admitiu Sn, sua voz baixa. - É estranho. Estamos livres, mas ainda parece que estamos presas.

Se-mi apertou a mão dela, oferecendo um sorriso encorajador, embora também estivesse lutando contra seus próprios pensamentos.

- Acho que isso vai levar um tempo. - respondeu Se-mi ao sorrir.- Mas o importante é que estamos juntas. Vamos superar isso, Sn. Eu prometo.

Elas continuaram andando por uma das calçadas da avenida.
O céu escurecia rapidamente, e o vento ficava mais frio. Sn puxou a roupa velha que vestia para se proteger do clima, mas não soltou a mão de Se-mi em nenhum momento.



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E então...

As ruas de Seul estavam mergulhadas em uma melancolia que parecia refletir o estado interno de Se-mi e Sn. As nuvens escuras acumulavam-se no céu, prometendo uma chuva pesada a qualquer momento, enquanto o som distante de trovões cortava o silêncio da cidade. O chão úmido pelas primeiras gotas fazia ecoar o som de seus passos apressados.

- Vai chover forte daqui a pouco. - murmurou Sn, quebrando o silêncio, sua voz baixa e quase hesitante.

- Eu sei. - Se-mi riu de canto, sem desviar os olhos do caminho à frente. - Mas... precisamos chegar logo.

O vento aumentava, trazendo consigo um frio que parecia alcançar suas almas. As luzes das ruas piscavam ocasionalmente, refletindo a instabilidade que pairava sobre o momento. Nada em Seul parecia como antes.

Os passos das duas ecoavam suavemente na calçada pouco molhada, e o mundo ao redor parecia ter parado no tempo. A cada pequena gota de água que escorria pelo rosto de ambas carregava as memórias de tudo o que tinham enfrentado.

Se-mi diminuiu o ritmo, puxando Sn gentilmente para que parasse também. Sem dizer nada, ela virou-se, encarando Sn com olhos profundos e sinceros. A chuva criava trilhas em seus rostos, escorrendo pelos cabelos e pingando de seus queixos.

- Se-mi... - começou Sn, sua voz rouca, quase abafada pelo som constante da água que começava a surgir.

Se-mi ergueu o olhar para ela, surpresa com a intensidade que via nos olhos da outra. O ar entre elas parecia carregado, como se tudo ao redor estivesse prestes a explodir.

- O que foi? - perguntou Se-mi, sua voz hesitante, mas suave.

Sn não respondeu imediatamente. Ela deu um passo à frente, reduzindo a distância entre elas até que seus corpos quase se tocassem. Seus dedos levantaram-se devagar, hesitantes, como se estivessem avaliando cada movimento. Então, com a ponta dos dedos frios, Se-mi afastou uma mecha de cabelo molhado que estava grudada na testa de Sn.

Code Number 380 - Squid Game [Se-mi]Where stories live. Discover now