Isis Vitória.
Rocinha, Rio de Janeiro.Multidão do caralho ao meu redor, não tinha espaço nem pra passar uma formiga, eu segurava na mão da Karine pra gente não se perder uma da outra e mesmo assim eu sentia que uma hora ou outra isso ia acontecer.
Karine: infeliz do Gibi deve tar comendo outra, esse porra não me responde.
– homem né Karine, o que se esperar de um homem?
Gibi: ih parceirinha de mim pode esperar de tudo, iae minha gatinha.
Olhei pra trás da Karine e vi o Gibi humano abraçando ela pela cintura e beijando o pescoço dela.
Karine: saudade de você carinha.
Gibi: nem me fale branquinha, tão suave aqui por baixo ou querem subir pra lá?
Fez sinal com a cabeça indicando o camarote e eu olhei na direção vendo a putaria que era lá, o tanto de mulher na grade tentando passar inveja nas que tavam aqui em baixo sem tirar os homens que tavam atrás com os fuzil pra cima dançando no ritmo do funkão que tocava.
Mas fuzil aqui em baixo era o que mais tinha também dava pra ver as pontas deles pro alto no meio da multidão, sem tirar o empurra empurra e o povo xingando e derrubando bebida.
– Laisa e Vini tão lá?
Gibi: infelizmente.
Olhei pra Karine confirmando com a cabeça e ela sorriu dando alguns selinhos no Gibi.
Karine: bora então.
Gibi fez sinal pra um menino que tava parado do lado de uma parede perto de nós e ele veio andando na nossa direção com a arma atravessada no peito.
Gibi: escolta minha parceirinha ai.
O menino tirou o fuzil que tava pendurado no pescoço e levantou pro alto igual o Gibi, geral começou a dar licença pra ele passar e como eu tava na frente dele o caminho se abria pra mim passar e foi ai que eu comecei a sentir um negócio diferente com todos aqueles olhares em cima de mim.
Chegamos na frente da escada e o Gibi parou na entrada esperando eu e a Karine passarmos na frente dele, ele veio atrás cumprimentado um monte de muleque que só de ver a cara dava pra ver que eram todos traficantes.
H7: Cicatriz tava atrás de tu carai.
Escutei o vulgo e como nada de novidade meus pelinhos arrepiaram.
Gibi: jajá nois se tromba por ai.
O menino tatuado que tinha parado pra falar com ele concordou com a cabeça e passou por mim me encarando.
H7: caralho em.
Murmurou passando a mão no boné que tava pra frente e virou pra trás.
– caralho mesmo.
Sussurrei virando a cabeça pra ver ele passando.
Que moço delícia.
Gibi: mano é firmeza viu Isis, até te apresentaria se meu chefinho já não tivesse interesse.
– quem é seu chefinho mesmo?
Karine: também não lembro acredita?
A gente riu e o Gibi sorriu coçando a nuca.
Gibi: vai brincando.
Fechei o sorriso e olhei pra Karine sabendo que ela não ia segurar a boca.

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Terra de Ninguém.
FanfictionRocinha, Rio de Janeiro. Quando nós dois fica junto acaba os estresse, os problemas desaparece e você flutua, nós dois ficamos tão leve. Não sei se você sabe mas a gente sabe, nossa vibe combina e tu querendo ou não virei uma cena, desse filme da su...