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Cicatriz.
Rocinha, Rio de Janeiro.

Desci as escadinhas da viela correndo e parei na frente da lojinha dos muleque que tavam tirando os pacote de droga de dentro das caixa e pesando na balança.

– anota essa porra direito e manda pro Gibi conferir, quero ter certeza que não tão tentando me passar pra trás nesse caralho.

Os pivete concordou e eu continuei descendo a favela vendo o movimento dos meus corre, via os menorzin de no máximo uns 12 anos na esquina com as mãos no bolso e passava em cada um pra conferir se tavam vendendo direito.

Peito apertava pra caralho vendo uma cena dessa mais eu to ligado que não tem como eu mudar essa realidade.

Me culpam muito por essas merda mais eu vou fazer o que? a obrigação do governo de ajudar os morador com cesta básica, correr atrás de professor, de médico e essas porra sou eu que faço, mais mermo assim ainda falta pra muita gente e esses menininho só quer um trocado a mais pra ajudar a mãe e ter o que comer.

Eles que fazem as entregas das droga nas esquina, os aviaõzinhos

Subi pra boca principal e entrei acendendo um beck pra aliviar a mente.

Gibi: dois dias pro baile e o pai ta como? animadasso, adivinha só quem vai colar pra cá?!

Fiz sinal com a cabeça pra ele continuar falando e ele sorriu.

Gibi: minha branquinha, saudade daquela mina po única que me cansa na cama e o melhor de tudo, mina só quer sentar e vazar, não fica enchendo minha mente ta ligado? arrumar dessas hoje em dia ta complicado.

– prima dela vem junto?

Gibi: cê lembra da Isis ainda? garota chamou tua atenção mermo em, nunca vi cê lembrar de gente que mora de fora.

Nem eu nunca vi uma porra dessa acontecer, geralmente eu não lembro nem do povo aqui de dentro, mais aquela ali não sei, alguma coisa chama minha atenção.

Faz mais de 3 semanas que eu não escutava nem o nome dela mais as vezes o nome dela vinha na minha mente sem tirar o olhar dela que apareceu um tanto de vezes nas minhas brisa.

– a mina vem ou não?

Gibi: eu vou saber, meu interesse é na Karine e dela eu to ligado.

Balancei a cabeça fingindo não ligar muito mais eu não duvido nenhum pouco que a loirinha apareça também, pelo que eu percebi as duas só saem se for juntas.

Fiquei mó cota ali resolvendo os b.o das droga e dos presídios que tem muleque dos nossos.

Mente tava cansada pra um caralho e nada pra resolver meu estresse.

Levantei puto da vida e sai da boca catando minha moto que eu tinha mandando o H7 trazer.

Desci pra casa da Sara e buzinei lá na frente vendo ela sair só de camisola.

Sara: oi sumido.

Falou na ironia e eu andei até ela com a cara fechada.

– entra porra.

Sara: ta maluco Cicatriz? que é isso?

Falou toda medrosa enquanto eu peguei ela pelo cabelo com força e fui empurrando ela pra dentro.

– to cheio de b.o e vou descontar tudo em você, não tava com saudade da minha pica? vou te comer então.

Sara: saudade? eu tô, mais calma, relaxa, sinto nem um pingo de tesão com você me tratando dessa forma.

– vieram falar de tu pra mim ontem de novo mina, ta querendo levar um tiro na cara ou o que? fica com o meu nome na boca pra ver o que vai te acontecer.

Sara: eu só quero chamar tua atenção poxa, cê só lembra de mim quando ta puto da vida e quer me espancar na cama.

– sabe porque eu só lembro de você nessas horas? porque esse é teu papel, papel de puta, de vagabunda que gosta de ser esculachada e ta sempre pronta na hora que qualquer um quiser.

Sara: a vagabunda que você não larga né Cicatriz? sou tua mulher caralho.

– minha mulher?

Sorri na ironia enquanto ela concordou com a cabeça sorrindo também e veio me enchendo de selinhos.

Puxei ela pro quarto dela e comi ela de tudo que é jeito, destruí ela inteira, Sara não gosta de apanhar na cama que eu to ligado mais deixa eu espancar ela inteirinha porque jura que ta me agradando.

Eu gosto mermo do sexo mais bruto, gosto de fuder com vontade pra não esquecer de mim com facilidade, mais a Sara já é outra coisa, só venho atrás dela quando to muito puto da vida e preciso relaxar, meto a pica e bato nela sem dó.

– ta longe de ser minha mulher viu Sarinha, se eu ficar sabendo de mais uma gracinha tua o bagulho não vai ficar bom pra você, amanhã tem baile e se for aparecer lá é bom ficar bem longe de mim, quero você chegando nem perto do camarote.

Sara: porque que você não me quer perto de você Cicatriz? ta querendo se amostrar pra quem porra? quem é a piranha que cê ta comendo?

Maluca começou a gritar e veio pra cima de mim me fazendo segurar ela pelos braços não deixando ela se mexer.

– enlouquece de vez não Sara, não te quero perto de mim porque é muita vergonha, mina igual você ninguém quer assumir não po só comer e largar.

Catei minha camiseta do chão e joguei no ombro indo pra fora do quarto dela em direção a porta da sala.

Sara: como assim? você vai embora?

– sai do meu pé mulher, se liga na humilhação.

Sara: humilhação? nossa paixão já vem de 6 anos e você me fala que é humilhação?

– nossa paixão não, tua paixão, obsessão do caralho.

Sara: não adianta Cicatriz todo mundo sabe que eu sou tua mulher e essas puta tudo sabem que eu sou maluca o suficiente pra acabar com a raça de qualquer uma que encostar um dedo em você.

– vai porra pode arrebentar quem cê quiser mais já fica ciente que teu destino vai ser uma facada em cada mão pra não encostar em mais ninguém, sem tirar as paulada que tu vai levar nas perna até ficar sem andar.

Ela me olhou puta e eu vazei da casa dela indo direto pra minha.

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Terra de Ninguém.Onde histórias criam vida. Descubra agora