Dual destinies | Cobra Kai - Wolf

13

Após o encerramento de todas as lutas da noite, os lutadores começaram a se dispersar. O ginásio, antes lotado e cheio de energia, agora estava mais silencioso, com apenas alguns grupos reunidos se preparando para deixar o local.

Zoe caminhava com sua equipe rumo à saída quando parou de repente, franzindo o cenho.

— Droga... minha garrafa. — murmurou, lembrando-se de tê-la deixado perto do palco.

Ela avisou aos outros que voltaria rapidamente e seguiu sozinha pelo ginásio quase vazio. As luzes estavam mais fracas, o clima muito mais silencioso do que antes. Zoe vasculhou rapidamente o chão até encontrar sua garrafa caída perto da borda da plataforma. Quando se abaixou para pegá-la, escutou passos rápidos se aproximando. Não teve tempo de reagir.

Um chute violento atingiu seu ombro esquerdo, lançando-a ao chão com força.

— Ah! — gritou, a dor latejando imediatamente.

Levantou os olhos e se deparou com o sensei do Dublin Thunder. O rosto dele estava vermelho de raiva, os olhos inflamados, os punhos cerrados com tanta força que as veias pareciam prestes a explodir.

— Você, americana, não devia estar aqui! — gritou ele, dando um passo ameaçador à frente.

Zoe respirou fundo, tentando conter o pânico.

— Você estragou tudo!

— Não me culpe por ser melhor que seus alunos! — rebateu, mesmo com a voz tremendo.

O homem chutou sua perna com força. Zoe tentou se afastar a tempo, mas o golpe ainda atingiu parte do seu joelho. A dor foi aguda, fazendo-a gritar novamente. O olhar do agressor era o mesmo que ela já conhecia — frio, cruel, o mesmo que o mestre Sun e Sun Kaili lançaram sobre ela no passado. E, como antes, Zoe congelou.

Ele levantou o punho para desferir outro golpe, mas não chegou a completar o movimento.

Num piscar de olhos, um vulto atravessou o salão com velocidade assustadora. Um som seco ecoou. Zoe cobriu os olhos com as mãos.

Quando os abriu novamente, viu o sensei Wolf por cima do agressor, socando-o repetidamente com fúria. A cada soco, sangue respingava pelo tatame.

— Ninguém encosta nela... ninguém encosta nela! — rosnava Wolf entre os golpes.

A intensidade da cena atraiu a atenção dos poucos que ainda estavam no ginásio. Alguns observavam em choque, outros tentavam chamar seguranças, mas ninguém tinha coragem de se aproximar.

O sangue escorria no chão. Zoe, ainda caída, observava com o coração acelerado, dividida entre o alívio e o pânico. Aquilo era brutal... e ele estava fazendo tudo por ela.

Tentou se levantar, mas o ombro ferido protestou e ela caiu novamente, gritando de dor.

— Sensei Wolf! — chamou, com os olhos marejados. — Pare, por favor!

A voz dela cortou o ar.

Imediatamente, Wolf cessou os golpes. O corpo do outro sensei estava mole, desacordado, sendo arrastado por dois seguranças que finalmente tomaram coragem para intervir. Wolf se virou, ofegante, as mãos cobertas de sangue, e correu até Zoe.

Ajoelhou-se ao lado dela e a puxou para os braços com cuidado. Seus olhos estavam cheios de preocupação. Suas mãos trêmulas alisaram os cabelos dela, tentando acalmá-la.

Zoe não conseguiu conter o choro. O calor do peito dele, o modo como ele a envolvia, tudo aquilo trazia à tona lembranças antigas, emoções que ela havia enterrado.