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Jade

Kennedy começa a seguir o caminho tranquilamente, enquanto não fala sequer nenhuma palavra. Ele estava de cara feia, enquanto dirigia. Eu até queria falar algo, mas eu preferia ficar calada.

Ele quando quer alguma coisa, não para até conseguir. Kennedy não desiste fácil, como ele mesmo diz, ele consegue tudo que quer. Eu não duvido da sua capacidade, então prefiro aceitar o que ele diz, mas claro, nunca calada, até porque se eu não gosto de algo, sempre falo e nunca guardo para mim.

Agora que ele foi solto, não sei o que irá acontecer entre a gente, não faço ideia. Mas de uma coisa eu sei é que ele acabou de ser solto, ficou um tempo fora do morro e o que ele mais quer é viver, principalmente pegar mulheres. Ele pode pegar tranquilamente, até porque ele é solteiro, mas se ele pode, eu também posso, direitos iguais. A regra de apenas ficar com ele era só dentro da cadeia, enquanto ele ficava apenas comigo, mas agora, ele vai ficar com quem quiser, e com isso, eu também irei. Sou livre, assim como ele.

Abro a bolsa que estava no meu colo e tiro o meu celular de dentro dela. Desbloqueio ele com a minha facial e vou diretamente no WhatsApp, logo indo no contado da minha mãe.

Jade: Mãe, não precisa me esperar
Vou chegar bem tarde, não sei exatamente
Beijos, te amo ❤️

A mensagem chega, mas ela não vizualiza. Saio do WhatsApp, indo para o Instagram, respondendo quem tinha respondido a minha foto. Mas isso não dura muito, já que o carro para e eu tiro a atenção do celular, olhando para a janela. O carro tinha parado em frente a uma casa. Desligo o celular e ponho ele dentro da bolsa novamente, me virando para Kennedy, que tirar a chave do carro.

Jade: Essa casa é tua? — pergunto, levando o meu olhar a casa bonita. Ela era toda de porcelanato, de vidro, toda bonita e arrumada. Típico de casa de dono de morro, sempre bonitas e que chamam atenção, principalmente atenção da polícia, mas difícil é eles conseguirem chegar aqui em cima, na parte alta da Rocinha.

Imperador: É. — fala apenas isso e abre a porta do carro — Entra, vou falar com os menor e vou entrar também. — ele não me deixa falar mais nada, apenas sai de dentro do carro. Eu reviro os olhos e abro a porta do carro também, saindo logo em seguida. O ar frio da noite percorre o meu corpo, levo a mão até a barra do meu vestido e abaixo ele, que tinha subido demais. Passo o meu olhar pela rua deserta, onde só tinha o carro de Kennedy, a moto que veio seguindo a gente, onde tinha dois homens, e mais dois homens em frente a casa dele.

Coloco a bolsa em meu ombro e começo a caminhar em direção a casa, os dois homens me olham assim que eu paro na frente deles e dão espaço para mim passar, abro o portão e entro dentro da casa, dando de cara com uma porta branca. Abro a porta e só aí eu entro na sala. A casa era tão linda por fora, quanto por dentro. Toda em tons de cinza, mas com móveis bonitos e arrumados. A casa não era suja, pelo contrário, era limpa, até demais.

Dou de ombros e vou caminhando até o sofá branco e grande, sento ali, sentindo minhas pernas relaxarem. Deixo minha bolsa em cima do sofá e me abaixo na altura dos pés, para tirar o salto de amarração. Assim que tiro os dois, coloco meus pés no chão, sentindo o alívio de ter tirado os saltos. Encosto meu corpo no sofá e pego a bolsa, tirando meu celular de dentro dali. Assim que eu pego ele, vejo que tem uma notificação da minha mãe.

Mãe: Tá bom, meu bem
Cuidado na vida
Também te amo 😘

Eu solto um sorriso fraco, mas logo desfaço ao escutar a porta ser aberta. Desligo meu celular novamente e levo o meu olhar até ele, que passa pela porta, caminhando em direção a mesa de vidro e tirando o radinho da cintura, junto a arma, uma pistola. Engulo em seco em ver aquilo, vendo ele tirar por último o celular. Continuo observando ele, que mantia sua cara fechada, enquanto tirava sua camisa do seu corpo.

Através das Grades [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora