As chaves foram deixadas no aparador ao lado da porta, assim que Emma adentrou o apartamento silencioso. Seu corpo implorava por um banho quente, comida e descanso. Aquele caso tinha sugado todas as suas energias e ela tinha certeza de que ainda sugaria mais. A loira retirou os sapatos e os deixou embaixo do cabideiro de parede, onde pendurou seu casaco.
Seu celular tocou em seu bolso e, na mesma hora, Swan soube quem era. Aquele era o toque de sua irmã mais nova, Grace.
— Você disse que ligaria quando chegasse em casa. — Ouviu assim que levou o celular ao ouvido.
— Eu acabei de entrar em casa, Joaninha. — Brincou e ouviu a irmã resmungando do outro lado da linha. — Como estão as coisas por aí?
Emma era a mais velha de três irmãos. Grace, a do meio, tinha doze anos e sempre foi sua princesa. O mais novo, Nicolas, tinha cinco anos e era a sua Formiguinha. Por já ser adulta quando os irmãos nasceram, Emma era extremamente apegada aos dois e fazia de tudo para vê-los felizes. Eram os dois que motivaram Emma a seguir fazendo o possível para manter o mundo um pouquinho mais seguro.
— Mamãe está planejando como vai ser o Natal desse ano e onde vamos passar. — Grace respondeu. — Você vai passar com a gente, não vai?
— Acredito que sim, meu amor! — Enquanto respondia a irmã, Emma seguia em direção ao quarto, precisava tomar um banho. — Nic está bem?
— Está sim! Mamãe falou que ele vai se apresentar no coral da escola. — A loira sorriu. Seu irmão sempre estava envolvido com apresentações escolares.
— Aposto que ele deve estar cantando pra lá e pra cá pela casa. — Grace concordou e elas riram. — E você, como está na escola?
A mais nova passou os próximos trinta minutos, contando para sua irmã mais velha como estavam as coisas na escola. Emma passaria horas a fio, apenas ouvindo sua irmã lhe contar como a Duda, uma de suas amigas da escola, era incrível em tudo o que fazia, principalmente quando a defendia. Ou até mesmo como Gabriel se achava demais e o quanto ela não entendia o motivo de quase todas as meninas brigarem pela atenção dele. Era muito mais fácil, e até mesmo confortável, ajudar a irmã a solucionar os seus problemas pré-adolescentes, do que ter que lidar com todos os problemas que enfrentava no trabalho ou até mesmo a sua falta de confiança nas pessoas.
Emma, mesmo que não dissesse em voz alta, não podia negar que tudo o que viveu com Bruna a traumatizou em muitos níveis. Quase ser traficada pela mulher que dizia lhe amar, abriu uma ferida em seu peito que, dificilmente, iria cicatrizar. Além dos pesadelos que, vez ou outra apareciam, Swan não conseguia mais confiar nas pessoas. Ela saia para encontros, é claro, mas nada além do casual. Eram encontros que duravam apenas uma noite e que nunca a conheceram de verdade, muito menos souberam mais do que o seu primeiro nome e um sobrenome inventado.
Mas, o que a loira não dizia para ninguém é que ela sentia falta de ter alguém, de compartilhar a vida. Emma desejava amar a ser amada, como as protagonistas dos livros que lia. Queria que sua família acolhesse a pessoa que a faria feliz e queria conhecer a família de alguém que estivesse disposto a conhecê-la e deixá-la lhe conhecer.
E ela sabia que a ideia que deu para Regina, foi na intenção de aplacar um pouco aqueles sentimentos.
Despertando dos seus pensamentos, Emma ouviu a respiração pesada da irmã do outro lado da linha e percebeu que tinham passado tempo demais naquela ligação. Era sempre assim quando ligavam uma para a outra, Grace sempre pegava no sono no meio de uma frase ou outra. Swan sorriu, sabia que a mais nova adorava dormir enquanto conversavam.
Quando pensou em desligar, uma nova voz surgiu na ligação.
— Emma, querida, Grace dormiu outra vez. — A voz de sua mãe soou calma e tranquila, como só ela conseguia ser.

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Forensic Investigation
FanfictionCansada de ser taxada como alguém que não se importa em formar família e que vive para o trabalho, Regina Mills aceita a proposta de Emma Swan e viaja até a casa dos seus pais. É Natal e, após alguns anos, a família está feliz em ter Regina para cei...