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Boa leitura ;)

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L A L I S A

Minha agenda finalmente coincidiu com a de Bambam algumas semanas após o funeral de Tae, então escapamos do castelo e fomos até a taverna Barbela. Eu não tinha muito tempo entre a aula de Jennie à tarde e uma apresentação idiota de música naquela noite, mas era melhor que nada.

A cidade mudara desde a última vez que eu havia saído do castelo. Os comerciantes mantinham as janelas fechadas, e os desconhecidos na rua evitavam contato visual. Quase todos os edifícios pareciam marcados com o círculo branco dos Dissidentes. Alguns círculos tinham barras pretas atravessadas – a marca dos fundamentalistas que se opunham aos Dissidentes.

Ao entrarmos na taverna, abrimos caminho até uma cabine isolada e distante das mesas apinhadas próximas ao balcão, esperando evitar as brigas. Coloquei uma moeda ruidosamente sobre a mesa, e logo uma atendente quase sem dentes a substituiu por duas canecas gastas de cerveja. Bambam fez uma careta depois do primeiro gole.

— Esta coisa tem gosto de xixi de cavalo, como sempre.

— Não quero nem saber com base no que você conseguiu fazer essa comparação - falei. A cerveja não era tão ruim assim: tinha um gosto simples perfeito para um dia de calor infernal, e a Barbela tinha uma adega funda o bastante para manter a bebida bastante fria.

— E então, qual é o plano? - Bambam perguntou.

— Observar. Esperar. Beber a maldita cerveja – respondi. Com sorte, algumas respostas chegariam a nós se ficássemos de orelha em pé, mas acima de tudo eu estava feliz por ter saído do castelo. Entre palacianos paranoicos e guardas extras por todo lado, eu já estava cansada de ser observada o tempo todo.

— E o que pretende fazer com as informações que obtivermos? Considerou falar com seu pai ou irmão? - Balancei a cabeça negativamente.

— Só se eu descobrir algo persuasivo o bastante.

— Isso não é só sobre Tae, Lisa. É uma chance de obter uma vantagem junto a eles que poderá ajudá-la no futuro. - Ele chutou meu pé sob a mesa.

— O que quer dizer? - perguntei, com um grande ponto de interrogação imaginário na minha testa.

— Estou perguntando o que você pretende fazer da sua vida. Já pensou nisso? Tenho certeza de que o rei e seu irmão já pensaram. Por que você acha que seu pai a exibe diante de fileiras de pessoas da nobresa toda vez que você participa de fato de um jantar sentada à mesa real?

— Para que eu fique longe de seu caminho. - Eu me encostei no espaldar da cadeira, incomodada com aquele
tipo de interrogatório — Ele não se importa com o que eu faça, contanto que não interfira em nada realmente relevante.

— Não. É para fazer você se casar com a primeira pessoa que demonstrar interesse.

— Eu tenho escolha com relação a isso. - O que Bambam dissera era verdade, mas eu não queria admitir.

— Isso é o que você diz, mas ele poderia tornar sua vida um inferno tão grande que casar iria parecer a melhor opção em comparação com qualquer coisa que ele obrigasse você a fazer. É como treinar um cavalo: faça com que a coisa certa pareça fácil, e a errada, difícil.

— Quem disse que casamento é a coisa certa para mim? Só porque todos estão fazendo seus cavalos saltarem da ponte não significa que eu tenha que fazer o mesmo. - Embora eu confesse que treinaria com prazer Leo para fazer tal coisa se isso significasse evitar o casamento com alguma garota escolhida por meu pai.

Fogo E Estrelas (G!p) - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora