Ardent Bonds | Dramione

1.

As duas mulheres na mesa ao lado riram e conversaram uma com a outra como um par de pássaros zombadores, enchendo o pequeno café com seus gritos. Hermione suspirou. Seu chá da tarde tranquilo, seu ritual diário de calma após um longo dia de trabalho, não iria relaxá-la muito com aquela dupla falando sobre sapatos, compras e sexo. O mínimo que elas poderiam fazer, ela pensou, era manter suas vozes baixas. Certamente os homens em discussão prefeririam não ter suas fraquezas e preferências discutidas em público. Então, novamente - ela olhou para as mulheres quando um grito extra alto soou sobre o barulho de xícaras e pires atrás do balcão na frente do café - talvez elas quisessem. As duas mulheres eram Pansy Parkinson e Astoria Greengrass, ambas da casa Sonserina, e o fato de que o Chapéu Seletor nunca havia nomeado arrogância e ostentação como uma característica Sonserina era claramente um descuido.

— Peitos de Merlin! — gritou Pansy, seu focinho de pug menos pug ultimamente após as atenções de um Curandeiro cosmético, como Semanário das Bruxas havia relatado alegremente. — Ele ainda está tentando isso? Eu juro, ele me pediu pelo menos uma dúzia de vezes antes de eu ameaçar enfiar uma varinha no seu cu e ver se ele gostava.

Hermione bufou e bebeu seu chá rapidamente, embora fosse uma mistura que realmente deveria ser saboreada. Ela já estava farta da Sociedade de Apoio às Ex-Namoradas de Draco Malfoy.

A loira esbelta ao lado de Pansy bufou de rir e gesticulou com sua xícara, derramando chá na toalha de mesa.

— É a verdade. Mas você foi mais paciente do que eu. Só o deixei pedir duas vezes antes de dizer que nunca aconteceria. Ele deveria se considerar sortudo por eu ter feito sexo oral nele, muito menos qualquer outra coisa, especialmente porque ele tem esse hábito de-

— Agarrar o cabelo! — as duas mulheres disseram em coro, rindo loucamente.

Astoria se inclinou para mais perto de Pansy.

— Ele já tentou te amarrar na cabeceira da cama?

Hermione congelou, seus olhos se arregalaram, e ela embalou sua xícara de chá com as duas mãos. Ela não deveria estar ouvindo isso, não deveria estar bisbilhotando, não deveria estar nem um pouco intrigada com a direção da conversa. Por outro lado, ela disse a si mesma, este era um chá muito bom, e talvez ela tomasse uma segunda xícara. Ela certamente não queria ouvir mais sobre as propensões de Draco, ou o que parecia muito com uma tendência à dominância. Ela não estava interessada nisso de forma alguma. Era o chá que a mantinha grudada em seu assento.

Ela disse isso a si mesma com toda a firmeza que pôde.

Pansy gritou e assentiu, batendo na mesa com a mão, seus anéis tilintando.

— Sim — ela sibilou. — Eu disse a ele diretamente que não faria esse tipo de coisa. Ou deixaria que ele me desse ordens. É por isso que o deixei, sabe. Ele quer uma coisinha para se submeter aos seus caprichos, ele pode encontrar um rato ou um lufa-lufa. Pelo menos ele foi inteligente o suficiente para nunca tentar isso fora do quarto.

Hermione moveu sua cadeira com um amplo estiramento de seus braços para cobrir o movimento. Ela abriu um livro na mesa e se curvou sobre ele, olhando através de sua franja para as duas sonserinas. Continuem falando, ela exigiu em silêncio. Falem mais sobre Draco. Falem sobre isso. Ela desistiu de fingir que não queria ouvir mais, desistiu de fingir que não estava interessada. Ela queria ouvir tudo. Queria saber do que Draco gostava. Estava começando a parecer que eles gostavam das mesmas coisas.

Era algo que ela não teve sorte em encontrar em seus relacionamentos. Nem Ron, nem Viktor, nem Cormac, nem um dos homens com quem ela namorou desde a escola foram capazes de lhe dar o que ela queria. Nenhum deles percebeu suas dicas, sugestões ou mesmo seus pedidos diretos. Talvez fosse errado pensar sobre isso, talvez fosse horrível até mesmo considerar, mas se Draco Malfoy gostava de dominar, ela não conseguia parar de imaginar isso. Imaginar ele.