Jade ✨
Desço da moto e olho para o menino.
Jade: Valeu. — agradeço e ele apenas balança a cabeça, dando partida com a moto. Solto um suspiro e começo a subir a escadaria, logo parando em frente a minha casa. Tiro a chave do esconderijo e entro dentro de casa, vendo Paçoca vim até mim. Parece até que tava me esperando chegar — Oi, amor. — me abaixo e faço carinho nele, que começa a lamber a minha mão. Nego com a cabeça e me levanto, vendo que minha mãe estava dormindo.
Apenas tomo banho e vou deitar em minha cama. Só aí eu pego o meu celular, estava evitando pegar nele, não queria ver as mensagens do Imperador, e até eu tomando banho, eu via meu celular vibrar em cima da pia. Vou até o seu contato, vendo as 14 mensagens apagadas, parece que se sentiu ignorado demais e resolveu apagar. Mas tinha apenas uma que ele não apagou.
Imperador: Não adianta não me responder não, Jadynna
Jade: Acabou com o seu show?
É questões de segundos para ele responder, parece até que estava esperando pela minha mensagem.
Imperador: Porra, garota
Tu quer fazer eu perder a linha contigo, né?
Puta que pariuJade: Perde a linha, tô nem aí.
Taco o foda-se, tô nem aí mesmo. Não quero saber, hoje o dia foi caótico, um verdadeiro caos. Começou por eu estar indo pro baile, depois por eu estar com a porra de um short jeans e agora por eu ter passado meu número pro garoto. Sinceramente, não sei até quando eu vou aguentar isso. Nunca aconteceu isso comigo, nem minha própria mãe quis mandar em mim, pra agora eu ter que obedecer ao dono da favela em que eu moro? Isso não me entra, não consigo. E eu realmente não vejo a hora de eu conseguir quitar essa dívida logo, eu só quero apenas isso.
[...]
Saio da fila e sento em uma das cadeiras que tinham ali. Minha cara não negava o quanto eu não estava feliz, eu sabia de como estava a sua reação, ele deveria estar nervoso, puto, com raiva, não sei, mas isso me transmitia medo, apenas em lembrar de quem se trata. Só que aí, eu lembro da palhaçada de ontem e isso me encoraja, me traz raiva e faz o meu medo ir pra puta que pariu.
Apesar de não querer vim, não tive escolha. Eu não tenho escolha. Vim o caminho todo pedindo a Deus para que essa visita acabasse logo.
Saio dos meus pensamentos, assim que vejo a mulher sentar ao meu lado.
Marta: E aí, gata? — fala simpática, ainda com a sua barriga de grávida enorme, estava maior do que a primeira vez em que eu vim aqui. Mas nesse meio tempo de visita, nos vimos algumas vezes e sempre acabávamos conversando, até cada uma ter que seguir o seu caminho.
Jade: Oi, amor. — sorrio simpática e me viro para ela — Como tá esse menino aí dentro? — olho para a sua barriga, por cima da camisa rosa de manga. Seu bebê era um menino.
Marta: Tá pesando. — leva sua mão até a sua barriga e passa a mão por cima — Pietro tá que tá. Vive se mexendo e só quer se mexer a noite, quando a mãe dele tem que dormir. — eu sorrio fraco, imaginando a barriga de Dani desse mesmo tamanho.
Jade: Já nasce esse mês? — coloco o meu cabelo para o lado.
Marta: Esse mês de dezembro mesmo, o médico disse que talvez lá pro dia 27 até o dia 1 de janeiro, mas eu acho que vai vim antes do dia 27, tô sentindo muita contração de treinamento. — só aí eu caio da real que já estamos em dezembro, último mês do ano — Hoje é a minha última visita, agora eu só volto depois do resguardo.

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Através das Grades [M]
Fanfiction+16| a visita íntima era apenas um detalhe em um jogo maior, o jogo do amor.