Axel acordou novamente, ainda tonto, mas desta vez notando melhor o ambiente ao seu redor. O porão onde estava era iluminado por uma lâmpada fraca pendurada no teto. As paredes eram de concreto, e havia uma mesinha com utensílios médicos organizados meticulosamente ao lado da cama.Sn entrou, carregando uma bandeja com um copo de água e algo que parecia sopa. Ela estava diferente. Seu sorriso era doce, mas seus olhos brilhavam com um fervor intenso.
— Ah, finalmente você está completamente acordado. — ela disse, colocando a bandeja na mesinha. — Eu estava começando a me preocupar.
Axel a observou, confuso e cauteloso.
— Sn... por que você está fazendo isso?
Ela suspirou, sentando-se ao lado dele na cama.
— Axel, você é tão ingênuo. — murmurou, acariciando seu rosto com delicadeza. — Eu faço isso porque te amo. Quero você só para mim.
Ele franziu o cenho, tentando processar as palavras dela.
— Isso não faz sentido... Se você me ama, por que me manter assim?
Sn sorriu, inclinando-se para sussurrar perto de seu ouvido.
— Porque o mundo lá fora é cruel. As pessoas mentem, te enganam. Eu sei, porque já fui vítima disso. — ela se afastou, seus olhos encontrando os dele com intensidade. — Meu trabalho, Axel, é garantir que as coisas mudem.
Ela se levantou e começou a mexer nos utensílios da mesa.
— Trabalho? Que trabalho? — ele perguntou, a tensão crescendo em sua voz.
Sn pegou uma seringa, examinando-a com cuidado.
— Eu conduzo testes, amor. Testes em humanos. Novos remédios, tratamentos experimentais... tudo em nome do progresso. — disse ela, quase com orgulho. — É um trabalho secreto, claro. Ninguém pode saber.
Axel sentiu o estômago revirar, mas, ao mesmo tempo, não conseguia desviar o olhar dela.
— Isso é perigoso, Sn. E ilegal. — ele disse, mas sua voz tremia, não por medo dela, mas por medo do que ela enfrentava sozinha.
Sn sorriu novamente, desta vez com um toque de melancolia.
— Eu sei. Mas é necessário. E eu só quero que você entenda... que eu faria qualquer coisa para nos proteger.
Ela se inclinou, aproximando o rosto do dele. Axel sentiu o coração acelerar.
— Qualquer coisa? — ele sussurrou, seus olhos fixos nos dela.
— Sim. — ela respondeu, com doçura. — Porque você é meu, Axel. Só meu.
Antes que ele pudesse responder, Sn fechou os olhos e o beijou com intensidade. Axel hesitou por um momento, mas logo se entregou ao beijo. Havia algo inegavelmente atraente em sua vulnerabilidade, sua obsessão. Ele não conseguia deixar de amá-la, mesmo com todas as revelações perturbadoras.
Quando ela se afastou, ele a olhou profundamente nos olhos.
— Eu amo você, Sn. — ele disse, sua voz carregada de sinceridade.
Sn sorriu, suas mãos acariciando seu rosto novamente.
— Eu sabia que você entenderia, Axel. É por isso que você é perfeito para mim.
Ela se levantou e começou a preparar algo na mesa.
— Agora, coma um pouco. Preciso que você fique forte. Temos muito pela frente.
