Capítulo 15

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Erik

Quando ouvi o som do tiro, soube imediatamente que algo havia acontecido. Não algo pequeno, não algo contornável — algo que mudaria tudo. 
Yara. 

A raiva cresceu dentro de mim como um incêndio incontrolável. Eu deveria estar preparado para a traição de Dimitrius. Ele sempre foi uma pedra no meu sapato, questionando minha liderança desde o início. Mas atirar em alguém desarmado? Atirar em Yara? Minha esposa, em minha própria casa? 
Isso era mais do que ousadia. Era suicídio. 

Caminhei até ele com passos firmes, ignorando o caos ao redor. Dimitrius ainda segurava a arma com a mão trêmula, os olhos selvagens e carregados de raiva. Ele nem percebeu quando saquei minha arma e apontei para ele. 

— Filho da puta! — vocifero.

Antes que ele pudesse reagir, disparei. O tiro acertou seu ombro, jogando-o no chão como o rato que sempre foi. 

As pessoas ao redor congelaram. Tudo o que eu conseguia ouvir era o som do sangue pulsando em meus ouvidos e a respiração fraca de Yara ao fundo. 

Caminhei até Dimitrius, meu corpo movido por puro instinto. Ele tentou levantar a cabeça, mas não chegou a me encarar. Eu o puxei pelo colarinho, aproximando seu rosto do meu. 

— Ninguém encosta nela. — As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. 

Sem hesitar, apertei o gatilho. 

O corpo de Dimitrius caiu pesado no chão, e o sangue ao seu redor começou a se espalhar. Olhei para ele por um momento, sentindo o silêncio do salão engolir tudo. Não havia remorso, apenas a certeza de que era o único desfecho possível. 

Mas não era ele quem importava. 

Virei-me para Yara, e o peso daquela visão atingiu-me como um golpe. Ela estava cercada por pessoas inúteis que murmuravam e gesticulavam, mas ninguém fazia nada de útil. Seu rosto estava pálido, quase sem cor, e o sangue que escorria de seu ombro parecia não parar. 

— Saiam daqui! — rosnei, minha voz ecoando com tanta força que todos recuaram de imediato. 

Ajoelhei-me ao lado dela, sentindo a adrenalina começar a se misturar com o desespero. 

— Yara... fique comigo. Você vai ficar bem. 

Seus olhos estavam pesados, quase sem foco, mas ela piscou lentamente, como se estivesse tentando me encontrar. 

— Erik... — Sua voz saiu fraca, quase um sussurro. 

— Não fale — pedi, tentando soar calmo, mas minha voz vacilou. — Apenas fique acordada. 

Segurei sua mão, pressionando o ferimento com a outra para tentar estancar o sangue. Quando Alfred chegou com a maleta de primeiros socorros, quase o empurrei para o lado de tanta pressa. 

— Precisamos levá-la para um médico agora — ele disse, já trabalhando para cobrir o ferimento e controlar a hemorragia. 

Assenti, levantando Yara nos braços com cuidado. Ela parecia tão leve, tão vulnerável. Cada passo até o quarto foi um tormento. O sangue quente que manchava minha camisa era um lembrete constante de quão perto eu estive de perdê-la. 

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Eu estava sentado ao lado da cama dela, observando cada movimento. O médico de confiança que Alfred chamou havia tratado o ferimento. Ele garantiu que não era fatal, mas que Yara precisava descansar. 
Descansar. Como se fosse simples. 

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⏰ Última atualização: Jan 05 ⏰

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