21.

18.7K 1.2K 153
                                    

Jade

Eu ando por aqueles corredores, sentindo meu corpo tenso. Estava com um pingo de nervoso, mas não medo ou algo do tipo, nervosa por ir ver ele. Imperador me deixa nervosa, me deixa com frio na barriga, sempre com medo de errar na frente dele.

O guarda para em frente a sala e eu leio a placa com o número 20, sentindo meu coração acelerar. Solto um suspiro, assim que o guarda toca na maçaneta e puxa ela para baixo. O corpo dele vem andamos para trás, puxando a porta, meu olhar vai entrando pelo quarto e só aí eu vejo a figura daquele homem dentro do banheiro, que não tinha porta, com os braços apoiado na pia, enquanto se olhava no espelho.

Eu engulo em seco e dou um passo, entrando dentro do local. Como sempre, o guarda dá as instruções, mas eu não presto muita atenção. Ele continua ali, no mesmo lugar que estava, se olhando no espelho. Dou de ombros e vou caminhando até a mesinha, deixando a sacola ali em cima.

Vou até a cama e me sento na ponta, colocando meu cabelo todo pro lado e começando a mexer nele, sentindo tédio. Aqui é bem pequeno, tem cerâmica no chão e até a metade da parede, a outra metade até o teto é na cor azul, a cerâmica é branca, mas daquelas bem feinhas. Tem uma cama de casal com dois travesseiros e uma mesinha, com cadeira. E o banheiro, que não tinha porta, nele tinha o chuveiro, o vaso sanitário e a pia. Acho que em todos não tem porta.

Logo, eu escuto passos dele saindo do banheiro, mas continuo ali, mexendo no meu cabelo. Essa semana eu tenho que fazer manutenção de tudo, unha, sobrancelha, cílios, marquinha de fita, tudo mesmo.

Sinto a cama afundar, mas continuo ali, quietinha no meu cantinho. Inalo o cheiro do cigarro que ele ascendeu, mas ignoro. Não gosto de cigarro, ele diz que nem ele, só fuma por causa da abstinência dá maconha, ou ele fuma pra substituir a maconha, ou ele fica de mal humor e dor de cabeça.

Imperador: As pedras se bateram. — sua voz rouca e grossa é ecoada pelo local e eu sinto meus pelinhos do corpo de arrepiarem. Eu sinto um movimento na cama e a pele fria tocar em meu braço, me puxando com tudo para ele, eu parecia a porra de uma boneca de pano, com a força desse homem. Eu olho para ele, que só com o olhar, manda eu sentar no colo dele. E eu faço, né? Minha marra é só pelo celular mesmo, pessoalmente eu obedeço. Eu sento em seu colo, deixando cada perna em um lado da sua cintura. Meu olhar vai até o olhar dele, que me olhar com uma cara fechada, cara de poucos amigos. Uma postura do caralho, que só aumenta minha vontade de sentar nele — Tá vendo, pô? Pessoalmente não sustenta a porra da marra! — fala sério e leva o cigarro até os lábios.

Jade: Que marra? — me faço de desentendida e seguro no seu ombro, rebolando no seu colo, o que faz ele me olhar e soltar a fumaça, ficando gostoso pra um caralho — Não sei do que você tá falando, Imperador. — sorrio maliciosa, segurando no maxilar dele e aproximo nossos rostos um do outro, vendo ele continua de cada feia, olhando nos meus olhos — Você que fica me perguntando uma coisa que já sabe. — ele fica calado, com a mesma cara — Se já sabe onde eu tava, porque pergunta?

Imperador: Por causa de que eu quis perguntar, Jadynna. Se eu perguntei, queria a porra da tua resposta. — seu alito bom vem até o meu rosto e eu olho para a sua boca. Imperador é limpinho, sempre bem arrumado, barba feita, tem um alito bom e é cheiroso, apesar de não poder entrar perfume aqui dentro. Tem álcool, não pode.

Jade: Pronto, eu respondo agora. Eu tinha ido comer com as minhas amigas. — afasto nossos rostos — Satisfeito!? — estalo a língua no seu da boca, sentindo sua mão ir em direção ao meu cabelo e puxar ele com força, fazendo nossos rostos ficarem próximos novamente.

Através das Grades [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora