Imperador 👑
Eu observo a mulher entrar dentro da sala. Assim que ela me olhar, ela abre um sorriso de ponta a ponta. A porta atrás dela é fechada e eu levanto da cadeira.
Sônia: Meu filho! — minha coroa vem andando até mim e abre os braços, vindo me abraçar. Eu abraço ela de volta e deixo minha cabeça em seu pescoço, sentindo felicidade em estar vendo ela, depois de meses — Como eu tava com saudades de você. — tiro minha cabeça dali e olho para ela, que segura no meu rosto com as duas mãos. Eu olho para os seus olhos e eles estavam cheios de lágrimas.
Imperador: Chora não, mãe, qual foi? — limpo a lágrima que escorria pelo o seu rosto — A senhora tem que tá feliz que tá vendo o teu filho. — ela sorrir e concorda com a cabeça, voltando a me abraçar.
Sônia: Esperei tanto pra ver você, Kennedy. — vejo meu nome ser pronunciado por ela. Fazia tempo pra caralho que eu não escutava meu nome ser pronunciado por alguém, só pela coroa mermo — Tudo culpa tua, que quer dar um de dono de porra de cadeia e fica com mal comportamento. — começa a me esculachar. Eu tiro o meu sorriso de lado do rosto e faço uma cara feia.
Imperador: Mas já me comportei, pô. — me separo dela, vendo as sacolas em sua mão — Sem esculacho, mãe. — ela revira os olhos.
Sônia: Vem querer mandar em mim não, você manda nos seus vaporzinhos, mas em mim mesmo não. — respiro fundo, indo me sentar na cadeira. A coroa quando quer dar esculacho é foda. Ela anda até a mesa e coloca as coisas em cima — Preparei tudo bonitinho, tudo pra sua semana. — começa a tirar as coisas de dentro da sacola e eu fico calado, só vendo ela toda empolgada.
Imperador: Como é que tão as coisas? — arrumo minha postura na cadeira, querendo tirar um cigarro do bolso e fumar, mas não posso, a coroa tá aqui. Papo reto, se eu fumar na frente dela, coroa me mete o pau. Pode ser qualquer coisa, cigarro, maconha, ela mete o pau igual.
Sônia: Tão bem, Kennedy. Sempre que posso tô indo lá na tua casa pra manter as coisas limpas. Felipe tá estudando lá na escolinha do morro, ele gosta bastante de lá. Maia como sempre, todos os finais de semanas pega ele. Ele tá é sentindo falta de tu, vive perguntando por você, falando que quer o tio dele pra jogar bola. — eu sorrio de lado, escutando aquelas palavras. Desde que o Kauan morreu, Felipe ficou sem uma figura paterna em sua vida, então eu sempre tento ser presente na vida dele. Gosto pra caralho do moleque — Acho que é isso, não tem mais coisas para dizer, minha vida continua igual, só que claro, tendo que vim aqui pra ver você. — eu solto um suspiro e mudo a minha posição na cadeira.
Imperador: Nino tá te dando os bagulho direito, né? — ela confirma com a cabeça.
Sônia: Aquele menino queria até um dia desses me dá 100 mil reais, eu ia fazer o que com esse dinheiro, Kennedy? Me diz? — se senta na cadeira.
Imperador: Aceitava, mãe. — ela nega.
Sônia: Não, já está de bom tamanho o que você me dá, dá pra eu pagar tudo e ainda sobra muito dinheiro, que até fico sem saber o que fazer. — isso era o que eu mais gostava, pô. Pode proporcionar tudo de melhor pra minha família, ela ter tanto dinheiro que nem saber com o que gastar, chega me traz uma felicidade, papo reto — Nino vive lá em casa, as vezes vai pra comer, as vezes vai pra pegar o Felipe pra dar uma voltinha.
Nino e eu nos conhecemos desde menorzinhos, fomos criados praticamente juntos, já que ele morava ao lado da minha casa e a mãe dele trabalhava muito, então, deixava ele aos olhos da minha. Ele criou um carinho enorme pela coroa, da pra ver que ele gosta pra caralho dela.
Sônia: E você, como andam as coisas? — ergo a sobrancelha.
Imperador: Ando preso, mãe. — ela revira os olhos e nega com a cabeça.
Sônia: Não, Kennedy. Como andam as coisas em questão da sua saída. — levo minha mão até a cabeça e coço.
Imperador: A advogada disse que vai marcar o dia do julgamento. — arrumo minha postura na cadeira.
Sônia: Julgamento esse que desde que você entrou aqui dentro ainda não disseram nada sobre as penas que você irá pegar. — fala com um tom de voz sério.
Imperador: Disseram que tem muito julgamento na minha frente. — dou de ombros — Eles não tem provas nenhum sobre eu ser o dono da Rocinha, a única coisa que sabem é que eu sou traficante, então difícil vai ser me deixarem preso aqui dentro. — eu só tô esse tempo todo aqui dentro, por causa da minha advogada, que disse que eles não tem provas sobre meus crimes, então eu não pegaria muitos anos aqui dentro.
Mas, minha estratégia é outra, não vou cumprir porra de pena nenhuma, nem de mais 1 ano dentro daqui. Vou esperar a primeira oportunidade de poder sair lá fora com a tornozeleira e lavrar, nunca mais voltar pra essa porra. Tão achando que eu tô me comportando só por porra de visitinha? Não, nunca foi só por isso, mas claro, quem não quer uma visita, mas o principal é conseguir sair lá pra fora com a tornozeleira eletrônica, nem que seja 1 dia.
Sônia: Menos mal, não aguento mais ver você dentro disso aqui. — levanta um pouco da cadeira e estica seu corpo, segurando em meu rosto e depositando beijos por todo ele.
Imperador: Tá bom de beijo, mãe. — me afasto dela, que volta a se ajeitar na cadeira.
Sônia: E aquela menina linda? — eu ergo a sobrancelha sem entender — A Jade. — é aí que eu entendo e nego com a cabeça — Ela é linda demais, Kennedy. E ainda é simpática, trabalhadora, me contou um pouco sobre a vida dela. Gostei logo de cara, meu santo bateu logo. — eu cruzo os braços, escutando ela falar — Da pra ver que ela não é as interesseiras que você costuma comer.
Imperador: Rum. — tiro o meu olhar dela — Tá enaltecendo muito ela pro meu gosto.
Sônia: Nada de enaltecer, só falo o que eu percebo e vejo. Gostei dela, achei ela linda e vi que ela não é interesseira. — volto meu olhar para ela, que dá de ombros — Vocês estão juntos? — encaro o rosto dela, sem demostrar qualquer tipo de expressão.
Tô puto pra caralho com essa mandada, fica metendo marra pra cima de mim, quando é pessoalmente não sustenta a porra da marra dela. Mas eu já disse pra ela, tudo que eu quero, eu consigo.
Imperador: Tô com ninguém não. — pego a sacola, tirando a comida de dentro dela. Tava na larica e na vontade comer a comida da minha coroa — Ela só tá fazendo umas visitas pra mim.
Sônia: Hm... sei. — não da importância para o que eu falei. Eu também não dou mais importância para o que ela fala, que continua enaltecendo Jadynna. Só como a minha comida na paz.

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Através das Grades [M]
Fanfiction+16| a visita íntima era apenas um detalhe em um jogo maior, o jogo do amor.