16.

19.5K 1.1K 86
                                    

Jade

A cada momento do caminho, eu sentia um frio na barriga e o nervoso vinha acompanhando dele.

Quando eu acordei, peguei o meu celular e reli minha conversa com ele. Quando a bebida não mata, ela te humilha. E ela me humilhou e talvez vai me matar, mas não ela, outra pessoa.

Eu não sei que porra eu tava na cabeça quando eu fiz isso, sinceramente. Eu falei demais, falei o que não devia, merda pra um caralho e agora eu estava aqui, com o cu na mão, com medo do que vai acontecer comigo quando eu passar por aquela porta.

Eu tentava me distrair, assistindo vídeo no tik tok, mas não tinha como, toda hora isso ficava martelando em minha mente, era inevitável não pensar. Após um tempo, o carro é parado no mesmo local de sempre.

Eu solto um suspiro, pedindo forças a Deus.

[...]

Imperador 👑

Eu estava sentado na cama, com as costas encostada na parede. Minhas pernas tavam cruzadas uma na outra, eu tinha o cigarro em meus lábios.

Ontem Jadynna tava toda saidinha, mostrando as garrinhas dela. Falando o que bem queria e debochando da cara de vagabundo. Eu não quis nem perder muito meu tempo, fui só falar que hoje nós iríamos resolver esse bagulho, que a garota apenas visualizou a mensagem e não em respondeu. Ali eu sabia que ela tremeu na base, apesar de ter sido legal com ela, mostrei meu lado bom pra ela, Jade ainda teme sobre mim e sente medo.

Eu não a julgo, minha fama não é uma das melhores. Imperador, o dominante e imponente. Mais conhecido como o dono da favela da Rocinha, 30 anos de idade. Que tem o coração frio, mata sorrindo e sem dó ou pena. Só anda de cara fechada e não dá qualquer sorriso. Talvez mais coisas...

Eu levo o cigarro até os lábios e dou uma tragada, soltando a fumaça pro ar logo
em seguida. Eu sei de tudo que acontece no meu morro, sempre sei. Eu sei de cada passo da Jadynna, pra onde ela vai ou deixa de ir. Sabia que ela tinha ido pro baile ontem, fotos dela dançando até o chão com a amiga foram enviadas para mim. Ela bebia pra caralho, no papo de encher a cara mermo. Eu fiquei a madrugada todo acordado, só querendo saber os passos dela.

Eu não pude ver tudo e nem saber de tudo, eu não estava lá para ver com
os meus próprios olhos. Quando deu quatro horas da manhã, ela foi embora. E aí, eu pedi o número dela pra Nino, que me mandou. Eu queria saber se ela tinha ido pra casa, mas pelo o que ela falou, parecia que tinha enchido a casa de bebida, tava bebada e falando muita merda. As merdas que ela não vai ter coragem de falar na minha cara.

Eu saio dos meus pensamentos, assim que o barulho da porta sendo aberta é ecoado. Coloco minha pior cara em meu rosto e levo o cigarro até a boca. Só aí eu resolvo olhar para o rosto da bonequinha a minha frente, subo meu olhar dos pés até a cabeça. Dessa vez, a calça jeans era preta e a camisa na cor preta também. Vejo o olhar dela bater sobre o meu e sua expressão a mesma de quando ela veio aqui domingo passado. Estava nervosa, com medo, com tudo. A porta atrás dela é fechada e eu continuo a encarando, com um olhar intimidador.

Ela solta um suspiro e vem andando em direção a mesa, colocando sacola, que provavelmente tava a comida. Só aí, que ela volta a olhar pra mim.

Jade: Vou usar o banheiro. — sua voz estava meio falhada, ela tava com medo. Eu não falo nada, só continuo a encarando e levo o cigarro até a boca. Ela espera uma resposta minha, mas como eu não dou, Jadynna só se vira e vai até o banheiro.

Através das Grades [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora