14.

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Jade

A semana se passou rapidamente, pisquei e hoje já era sábado.

Amanhã já teria visita de novo.

Confesso, eu estou ansiosa. Dessa vez, após 2 visitas, eu não tinha medo mais. Eu já vi quem ele é, conheci, apesar de ter conhecido quase nada dele, sei apenas o básico do básico, mas isso é o de menos, quando eu vi que ele não era o bicho de sete cabeças que tanto ouvir falar.

Me sinto ansiosa para senti-lo dentro de mim novamente, sentir seu toque, sua pegada, suas tapa, sair toda inchada, marcada, assada...

Eu saio dos meus pensamentos, com a minha mãe me chamando.

Andréa: As meninas tão vindo aí. — olho para ela, que chega com duas sacolas plásticas em sua mão — Tava voltando e vi as duas, elas tavam comprando alguma coisa e disseram que já, já tão vindo aqui.

Jade: Fazer o que? — ela da de ombros, colocando as sacolas em cima da mesa.

Andréa: Ai eu não sei, são suas amigas, Jade. Não minhas. — eu a olho com uma cara de indignada.

Jade: Lapada seca, viu, mãe? Deus me livre. — ela solta uma risada e nega com a cabeça, indo até a cozinha.

Andréa: Vou fazer uma sopa pra janta. — eu concordo com a cabeça — Depois eu vou pra um pagode que vai rolar, com a Carla. — eu levanto minha cabeça do sofá e olho para ela.

Jade: Que ótimo, mãe! — sorrio, ficando animada com isso — Acho que já faz anos que você não sabe o que é sair pra se divertir.

Andréa: Que nada, garota. — eu escuto batidas na porta e logo o Paçoca vai correndo até lá, começando a latir — Deve ser as meninas. — eu levanto do sofá, arrumando o meu shortinho de pano no corpo. Vou até o portão e abro ele, sendo recebida com as duas me olhando com um sorriso no rosto. Paçoca começa a cheirar as duas e elas vem entrando.

Jade: Vieram fazer o que aqui? — fecho o portão e elas começam a entrar, tirando a sandália do pé.

Dani: É assim que você trata suas visitas, Jade? Que coisa feia, tá jogando a boa educação que a tia Andréa te deu no lixo. — me provoca, se sentando no sofá.

Isa: É, essa ridícula. Nem pra tratar as visitas dela bem. — reviro os olhos, com o drama das duas — A gente veio te resgatar, tá muito presa nessa casa, do trabalho pra casa, da casa pra penitenciária. — Dani dá uma cotovelada nela — O que, garota?

Dani: Tia Andréa ali, porra. — sussurra baixinho, mas eu escuto.

Jade: Ela já sabe, eu disse desde o começo. — as duas me olham — Querem me levar pra onde? — andei até o sofá e me jogo no meio das duas, pondo minha cabeça no colo da Daniela e as pernas no colo de Isadora.

Isa: Baile. — sorrir animada e eu fico calada — Tem uns três meses que tu não pisa no baile, a gente já até esqueceu o que é aproveitar contigo.

Dani: Pior que ela não tá mentindo, maior cota que tu não vai pro baile. Sem você não é a mesma coisa, Jadezinha. — solto uma risada, vendo elas querendo entrar na minha mente.

Jade: Chantagem emocional agora não rola, meninas. — Isa estala a língua no céu da boca.

Isa: Já tá decidido, você vai e não tem outra opção. — faço cara de indignação e abro a minha boca pra falar, mas ela me interrompe — Sem mais, Jadynna. Você vai e pronto.

Eu não pude nem falar mais nada, já que elas resolveram decidir por si só, que eu iria, eu querendo ou não. Mas, não vou negar, eu queria ir, com essas coisas que tavam acontecendo aqui em casa, eu parei de ir pra baile. Faz bastante tempo que eu não sei o que é curtir um bailinho, dançar até o chão, beber todas e chegar em casa de manhã.

[...]

Termino de passar o gloss, me olhando no espelho.

Eu usava um vestido branco mid, ele era colado no corpo e chegava um pouco abaixo do joelho, na parte do seio era tomara que caia, deixando meu decote bem aparente. Nos pés, eu usava uma sandália fininha de amarração, também na cor branca. Hoje eu priorizei o conforto, apesar da sandália ser bem bonita. Os acessórios eram todos pratas, prefiro prata do que dourado, acho que combina mais comigo.

A maquiagem foi algo básico, só fiz a pele, já estava de cílios e pra mim, essa já era minha maquiagem. No cabelo, deixei ele liso mesmo. Eu estava linda, linda pra um caralho.

Pego meu celular, indo até a câmera e me posiciono em frente ao espelho, tirando um boomerang. Tiro alguns e o que fica melhor, eu posto nos storys, com um emoji "🧚‍♀️" e coloco a música "Champagne". Fazia tempo que eu não postava nada e assim que postei, chutei curtidas e respostas, mas eu deixei pra responder todo mundo depois.

Já se passavam das meia noite, eu estava esperando Isadora dizer que já podíamos ir, pra eu descer pra casa dela. Daniela,
claro, vai com o marido dela. Fico alguns longos minutos tirando outras fotos, agora de rosto. Logo, Isa me manda mensagem dizendo que estava pronta.

Saio de casa, trancando tudo e deixando a chave no esconderijo daqui de casa. É o nosso lugar de esconder a chave, com minam mãe não tava em casa, eu deixei ali pra quando ela fosse chegar.

Desço a escadaria, andando um pouco, até parar em frente a casa dela. Pego o celular e aviso que já estava aqui na frente. Não demora muito pra ela sair pelo o portão, usando uma saia preta e um top também preto. Isa estava linda, com os seus cabelos cacheados que batiam na altura do peito. Amo seus cachinhos.

Jade: Tá linda demais, amor. — ela se aproxima de mim e sorrir.

Isa: Estamos, minha gata. — segura no meu rosto e me dá um beijo na bochecha — Bora de moto táxi, não tô afim de descer esse morro todinho. — eu concordo com a cabeça e assim vamos andando até o ponto onde os moto táxi ficam.

Através das Grades [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora