Capítulo 6

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Josh segurou a porta do carro para Any ao chegarem no hospital, gesticulando para que ela passasse primeiro. Ela sorriu brevemente em agradecimento, mas a preocupação no rosto dela não se dissipava. Era evidente que sua mente estava na mãe e no que estava por vir. Josh, com sua expressão sempre serena, fez questão de permanecer ao lado dela, transmitindo uma presença sólida e reconfortante.

Assim que atravessaram os corredores iluminados pelo som abafado das atividades hospitalares, Any guiou Josh até o quarto onde sua mãe estava internada. Priscila, deitada, parecia frágil, mas havia uma determinação em seus olhos que revelava uma mulher que lutava. Ao notar a presença de Josh, ela piscou, confusa.

— Mãe - começou Any, aproximando-se da cama. - Este é o Josh. Ele... ele emprestou o dinheiro para sua cirurgia e... - Any hesitou por um momento, olhando para ele com algo próximo de admiração. - Ele vai me ajudar a conseguir um emprego também.

Priscila pareceu emocionada. Seus olhos marejaram, mas ela rapidamente piscou para afastar as lágrimas.

— Josh... - ela começou, com a voz rouca e um pouco trêmula. - Eu nem sei o que dizer. Obrigada... você salvou minha vida e está ajudando minha filha.

Josh deu um leve sorriso, curvando-se um pouco para falar com mais suavidade.

— Não precisa me agradecer, dona Priscila. A senhora tem uma filha incrível, e ela faria o mesmo por você, se pudesse. O importante agora é que se recupere bem.

Priscila segurou a mão de Any com força, apertando-a como se quisesse transmitir toda a sua gratidão e força. Any sorriu de volta para a mãe, mas Josh percebeu um leve tremor nas mãos dela, sinal de como a situação toda estava pesando sobre seus ombros.

Do lado de fora do quarto, Josh avistou um médico revisando papéis e o chamou com um aceno firme.

— Doutor, posso falar com você? - perguntou, com um tom autoritário, mas educado. O médico levantou os olhos e imediatamente deixou os papéis de lado, aproximando-se.

— Claro, senhor...?

— Beauchamp. Josh Beauchamp. - Ele ajeitou o terno com um gesto automático e foi direto ao ponto. - Quero que a mãe da Any seja transferida para um quarto mais completo, com todos os recursos necessários. Coloque uma equipe qualificada para cuidar dela e garanta que nenhum detalhe seja negligenciado. Além disso, qualquer gasto adicional deve ser notificado diretamente a mim. Estou cobrindo tudo.

O médico pareceu surpreso. Seus olhos se estreitaram ligeiramente, como se quisesse avaliar o que motivava aquela generosidade.

— Entendido, senhor Beauchamp, mas... - ele hesitou, medindo as palavras. - Isso parece ser um investimento muito grande para alguém que acabou de conhecer. O senhor está fazendo isso para impressionar a garota?

Josh parou, inclinou a cabeça levemente, e sua expressão endureceu. Seus olhos se estreitaram, fixando-se no médico.

— Escute bem - ele começou, com a voz baixa, mas carregada de autoridade. - O seu trabalho aqui é garantir que a paciente receba os cuidados que precisa. Não fazer insinuações desrespeitosas sobre a Any. Se eu ouvir outro comentário nesse tom, garanto que sua carreira acaba antes mesmo de sair desta sala. Estamos entendidos?

O médico engoliu em seco, o rosto perdendo um pouco da cor.

— Claro, senhor Beauchamp. Farei exatamente como pediu.

— Ótimo. Agora, volte ao trabalho - Josh ordenou, girando nos calcanhares e caminhando de volta para o corredor.

Quando voltou, encontrou Any encostada na parede, os braços cruzados, os olhos fixos no movimento dos enfermeiros que preparavam sua mãe para ser levada à cirurgia. Sua postura tentava transmitir força, mas a tensão em seus ombros entregava o contrário. Josh se posicionou ao lado dela, cruzando os braços em silêncio.

— Obrigada por isso, Josh - Any murmurou sem desviar os olhos do corredor. - Sério. Eu não sei o que faria sem sua ajuda.

Ele olhou para ela, estudando as feições delicadas e a determinação em sua voz.

— Não precisa me agradecer. Só quero que saiba que você não está sozinha.

A espera pela cirurgia foi longa, e Josh sugeriu que fossem ao café do hospital. Relutante no início, Any acabou concordando. Eles se sentaram em uma mesa discreta, e Josh pediu um chá para ambos. O silêncio entre eles era confortável, mas ele sabia que havia muito mais em jogo.

— Posso perguntar algo? - Josh disse finalmente, observando-a sobre a borda da xícara.

— Claro - Any respondeu, curiosa.

— Por que seu pai foi preso?

Any respirou fundo, desviando o olhar. Ele percebeu que a pergunta a abalara, mas ela não hesitou em responder.

— Meu pai foi acusado de fraude financeira pelo sócio dele. A investigação foi rápida, e ele perdeu o caso. Todos os bens da minha família foram confiscados. - Sua voz falhou por um momento, mas ela continuou. - Mas eu sei que ele é inocente. Ele nunca faria algo assim. O problema é que, sem dinheiro para contratar um advogado decente, eu não posso fazer nada.

Josh assentiu, compreendendo a angústia que ela sentia.

— E sua formação? - perguntou. - Você tem experiência em alguma área?

— Eu me formei em Administração. Mas, com tudo o que aconteceu, não consegui nenhuma oportunidade de trabalho. Além disso, o histórico do meu pai fechou muitas portas para mim.

Josh franziu a testa, claramente processando as informações. Algo em sua expressão indicava que ele estava formulando um plano, mas ele não compartilhou nada com Any naquele momento. Em vez disso, terminou o chá e sugeriu que voltassem para acompanhar o fim da cirurgia.

Horas depois, o médico informou que a cirurgia havia sido um sucesso e que Priscila estava sendo levada para o novo quarto. Any correu para vê-la e parou surpresa ao entrar. O quarto era moderno, espaçoso, e equipado com tecnologia de ponta.

Ela se virou para Josh, boquiaberta.

— Você fez isso? - perguntou, apontando para o ambiente ao redor.

Josh deu de ombros, um sorriso discreto nos lábios.

— Talvez.

Any sorriu, os olhos brilhando com uma mistura de alívio e gratidão.

— Obrigada... de verdade. Eu não sei como vou te pagar tudo isso.

Josh deu alguns passos à frente, envolvendo-a em um abraço por trás.

— Eu não sei o que está acontecendo comigo - ele murmurou. - Mas você mexe comigo de um jeito que ninguém mais conseguiu.

Any virou a cabeça para encará-lo, o rosto corado e os olhos marejados.

— Você também mexe comigo, Josh. Mais do que eu pensei que fosse possível.

Ele a puxou um pouco mais para perto, sentindo que, naquele momento, algo entre eles havia mudado para sempre.

JOSH BEAUCHAMP: THE BILLIONAIRE OF MY HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora