Através das Grades [M]

06.

Jade ✨

Abro o meus olhos, raciocinando ser outro dia. Respiro fundo, pegando meu celular para ver o horário.

Dez hora da manhã. Talvez eu estava muito cansada e botei todo o meu sono acumulado em dia. Me permiti dormir um pouco mais hoje, já que a visita é a tarde.

Eu levanto da cama e abro a cortina do quarto, vendo como o dia estava bonito. Estava bonito, mas não sei se iria continuar...

Eu pego o meu celular e desbloqueio, vendo uma mensagem do Nino.

Bom dia, Jade
Tá tudo pronto pra hoje
Já fiz tua carteirinha de visita, tá com o menor que vai te buscar, as 13 em ponto ele passa aí pra te buscar

— Bom dia
Certo

Ontem Nino me pediu meus dados pessoais pra mandar pra advogada, não sei como, mas ela conseguiu fazer a carteirinha em um dia.

Eu destranco a porta e saio do meu quarto, vendo minha mãe varrendo a casa. Ela olha para mim e sorrir fraco.

Andréa: Bom dia, minha filha. — eu sorrio para ela.

Jade: Bom dia, mãe. — ando até o banheiro e faço minhas necessidades, logo saindo e indo até a cozinha. Vejo uns pratinhos ali e começo a lavar.

Andréa: Vai de que horas? — chega na cozinha.

Jade: 13 hora da tarde. — ela concorda.

Andréa: Bom você começar a se arrumar já, a hora passa rápido, já vai dar 11 horas da amanhã.

Jade: Vou só terminar de lavar esses pratinhos, comer e ir me arrumar.

[...]

Andréa: Toma cuidado, Jade. Pelo amor de Deus! — vem até mim e me abraça.

Jade: Eu vou tomar, mãe. — me afasto dela — Agora eu preciso ir, se não eu vou me atrasar. — ela concorda e manda eu ir com Deus. Saio de casa respirando fundo e começo a descer a escadaria. Eu estava com o coração acelerado, mente a milhão, morrendo de medo e olhe que eu nem cheguei lá ainda, imagine quando eu estiver lá.

Assim que eu termino de descer, vejo o carro me esperando. Caminho até o carro branco, todo blindado e entro dentro dele, olhando para o garoto que estava no banco do motorista. Eu sentei atrás, até porque nem conheço ele.

Jade: Boa tarde. — falo assim que me sento.

— Boa. — responde apenas, mas logo pega uma sacola que estava ao banco ao seu lado e se vira para mim — Nino mandou eu te entregar. — eu pego a sacola se sua mão — Aí também tá a tua carteirinha, tá com os teus documentos aí? — eu concordo com a cabeça — Mas vai poder levar essa bolsa não, e se levar, eles barram, mandam tu deixar guardado com eles e a maioria das vezes volta sem as coisas. Melhor tu deixar aqui dentro do carro. — se refere a minha bolsa que eu trouxe. Eu já sabia que não poderia levar a bolsa, mas aqui tem algumas coisas que eu gosto de levar sempre que saio — Só vai poder levar a sacola, os teu documentos e a carteirinha.

Jade: Tudo bem. — ele volta a olhar para a frente e dá partida com o carro.

Eu vim com uma havaianas nos pés, uma calça jeans azul escuro cintura alta e uma camisa de manga branca. Não pode nada além disso.

Eu me depilei toda antes de vim, tô completamente lisa, tanto nas pernas, nas axilas e principalmente nas partes íntimas. No rosto, eu não fiz nada, até porque, eu iria transar e não em uma festa. No final a maquiagem iria sair toda, o cílios e a sobrancelha já estavam sendo minha maquiagem. O cabelo foi apenas soltar ele e estava pronto.

Por último, me dei o prazer de ficar cheirosa, comprei até um perfume pra um lugar específico... enfim, espero realmente que ele goste de mim e queira mais visitas minhas, até porque esse é o intuito, que ele queira que eu venha visitar ele, porque se não, não irei conseguir quitar a dúvida do meu pai.

O caminho todo até o presídio fomos calados e eu prefiro assim, quanto menos papo, melhor. E assim, o carro é parado em frente a penitenciária. Eu respiro fundo, sentindo minhas mãos começarem a se tremer e suarem. Eu sentia o frio na barriga começar.

— Chegamo. — tiro o sinto, deixando minha bolsa ali mesmo. Pego a sacola e meus documentos — O bagulho é o seguinte, a única coisa que tu tem que fazer é entrar, ir pra fila, quando chegar lá, dar tua carteirinha e teus documentos e seguir pra sala que eles vão te levar. — concordo com a cabeça — Se te perguntarem alguma coisa, não é pra dizer nada. Certo? — resmungo um sim — O carro vai tá estacionando ali na frente. — aponta para onde ele vai estacionar. Eu apenas concordo e saio de dentro do carro, sentindo o vento do ar bater sobre mim.

Começo a andar em direção a entrada e passo pelos guardas que estavam na frente, assim que entro, vou até a fila que não estava tão grande quanto eu imaginei que seria. Eu vou para o final da fila e fico atrás de uma mulher que estava grávida, dava pra ver claramente que ela tava grávida. Ela se vira para mim e sorrir fraco, eu retribuo o sorriso.

— Nova por aqui? — ela fala comigo e eu concordo com a cabeça — Percebi, nunca tinha te visto por aqui.

Jade: É, não costumo vim. — não costumo, como nunca vim.

— Marta, prazer. — se apresenta.

Jade: Jade. — me apresento.

Marta: Já sabe como funciona? — anda um passo para a frente, já que uma mulher saio da fila e eu faço o mesmo.

Jade: Mais ou menos. — passo a mão pelo o meu cabelo.

Marta: Então eu vou te explicar. — eu concordo, vendo ela me contar como funciona as coisas aqui. Escuto ela atentamente, já que eu não sabia de nada. Até que ela foi atendida e assim que terminou, ela se virou para mim — Boa sorte.

Jade: Pra você também. — sorrio, vendo ela se virar.

— Próxima. — eu ando para a frente e começo a entregar os papéis que ela vai pedindo. Ela pede pra ver minha sacola e eu entrego. Felizmente, passou tranquilamente — Só aguardar ali, que logo uma mulher vai chamar você pra fazer a revista e o guarda vai levar você até a sala. — eu agradeço e saio da fila, indo sentar em uma das cadeiras.

Agora seria a qualquer momento... meu coração parecia que iria sair pela a boca, de tão nervosa, ansiosa, com medo, que eu estava. Eu só chamava por Deus, pedia para que desse tudo certo e que no acontecesse nada de ruim comigo.

— Jadynna Bennett de Alcântara. — o meu nome é ecoado pelo local e eu levanto da cadeira, olhando para a mulher — Me siga. — eu faço o que ela pede e entro na sala. Eu passo por toda revista e assim que acaba, sou levada pelo guarda.

Ai meu Deus, é agora que eu morro. Esse era o meu pensamento a todo o momento...