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Elas se viram de passagem nos três dias seguintes, mas não tiveram tempo de se encontrar para almoçar. Isso foi bom para Jennie, já que ela ainda estava trabalhando para se recompor para não ir correndo ao escritório de Lisa com um buquê de flores, confessando sua adoração e paixão sem fim pela CEO e fazendo papel de idiota.
Ela conseguiu evitar fazer isso por pouco, fazendo o melhor que podia para evitar Lisa completamente. Se Lisa ligasse ou mandasse uma mensagem, Jennie estaria lá em um piscar de olhos. Mas agora, ela não iria procurar razões para exacerbar a queimadura de sua própria mágoa, que ela sabia que não iria embora tão cedo.
Os três dias sem ficar sozinha com Lisa passaram lentamente. Claro, Jennie manteve um olho aberto o tempo todo, checando com Lisa silenciosamente quando ela estava no escritório terminando um artigo. Lisa parecia... estranha. Depois de tudo o que aconteceu com sua mãe, isso não surpreendeu Jennie. Ela ficou surpresa que Lisa não tivesse entrado em contato com ela também, para um tipo de curativo. Por outro lado, Lisa não estava acostumada a ouvir as pessoas lhe dizerem não. Então, quando Jennie negou a ela o que ela queria na outra noite, ela provavelmente sentiu a rejeição profundamente. Isso explicaria o silêncio de Lisa.
Por fim, o silêncio chegou ao fim quando Lisa não conseguiu mais segurar a represa de emoções que ameaçava romper. Sua frustração com a mãe, o irmão, o trabalho, ela mesma... Tudo estava no auge. Ela não precisava de nada mais nem menos do que uma onda intensa de alívio, e sabia que não a encontraria sem Jennie. Então, sem mais deliberação, ela se aproximou da mesa da jornalista no final do dia de trabalho.
— Jennie — Lisa disse, a voz firme, mas suave, sem a confiança usual que Lisa demonstrava quando estava no trabalho. — Posso te ver no meu escritório por um momento?
— Eu estava prestes a ir... — Jennie começou, então percebeu que era sua chefe falando, e que ficar até tarde era uma ordem, não um pedido.
Sendo assim, ela fechou a boca, alisou a saia e seguiu Lisa até seu escritório.
Assim que a pesada porta de vidro se fechou atrás delas, Lisa sentou-se na beirada da mesa, em uma posição muito mais casual do que Jennie já a tinha visto (recostada, pernas cruzadas na altura dos tornozelos).
Lisa ficou em silêncio, então Jennie finalmente teve que quebrar o constrangimento e perguntar: — Sobre o que você queria me ver? Meu último artigo foi-
— Não é sobre trabalho — Lisa assegurou-lhe apressadamente. — É sobre... É sobre outra coisa.
Jennie piscou. Aonde isso ia dar? Se ela quisesse transar, provavelmente já estaria nua.
