__________2006__________
Estava no meu quarto, olhando umas fotos de ceci, ouvi umas músicas dela, hoje era um dia de saudades. Tudo que tinha que dar certo em São Paulo deu, então tudo esta como deveria.
Até meu pai entrar no quarto cheirando a... maconha? Que porra é essa? Na verdade não era ele que cheirava, era o próprio cigarro. Maconha era o menor dos problemas, se ele não fosse alcoólatra, fã de cigarro de nicotina e se eu nunca tivesse visto nenhuma outra droga em casa.
— Você roubou!
— Eu? Roubei o que maluco?
— Cadê meu outro cigarro? — ele não tá achando que eu roubei a maconha dele né?
— Que cigarro?
— Você é cega, sua... — respirou fundo — tô sendo legal ainda, e vou perguntar pela última vez. Cadê a porra do meu cigarro, eu paguei caro nessa merda.
— Então eu sinto muito, por que de duas uma ou você é tão velho que perdeu essa bosta ou você é tão chapado que fumou e nem lembra.
Não consegui entender nem o que ele falava, porque o tapa que ele me deu foi tão forte... que fiquei zonza.
— Eu disse que te bateria quando voltasse daquele lugar onde estava a noite, e ainda rouba o meu cigarro? Você tá pior mesmo do que a Cecília, pelo menos ela tinha noção.
— Você para de falar dela! Seu babaca. Você age como se fosse bom, mas você é só mais um fudido péssimo.
— Fudida é você — apertou meu braço, forte — você, faça isso mais uma vez e vai se arrepende de tudo, até de ter nascido.
— De ter nascido, me arrependo todo dia, é uma merda conviver com você!
Todo senso que existia em mim, sumiu... simplemente sumiu.
Chega, eu enfrento, mas nada justifica, ele é maluco, e eh não aguento mais isso.
Ele fechou a porta tão forte, que ela parecia que ia cair. Logo depois ouvi um barulho forte de novo, sinal de que ele saiu.
Eu não aguento mais isso, ele nunca vai assinar uma emancipação, eu não consigo fazer isso sem ele ser notificado. Eu não aguento mais esse inferno. Chega.
Frequentei uma terapeuta, e logo fui pra um psiquiatra, ele me passou diversos remédios, pra dormir, pra comer, pra ansiedade, enxaqueca e muitos outros. Hoje talvez seja o dia de dar um fim de causar danos em todo mundo e parar de viver com esse maluco. Isso não é pra mim.
Tomei alguns remédios, pedindo pra eles fazerem efeito logo, umas duas horas depois, foi quando me senti ficar zonza, ouvi um "tac" na janela, mas já estava sem força pra levantar. Até meu celular tocar, com a visão turva, apenas atendi, pelo botão verde.
— Oi?
— Maju? Tá em casa? Eu tô aqui, pode descer.
— Tô, o que? Quem tá falando — falei enrolado.
— Ta bebada?
— Eu o que? Bêbada? Nem bebo... foi um remedinho — ri, praticamente dormindo.
— Remédio? Tô subindo — ele apenas desligou.
Não demorou muito ouvi fraca a voz do Fabrício.
— Puta merda! Maju, que diabos é isso? — ele me levantava, me ajeitando na cama.
— Oi... ah nada.
YOU ARE READING
𝕔𝕠𝕞𝕖𝕔̧𝕠 (𝕕𝕖) 𝕟𝕠𝕧𝕠 - 𝕕𝕖 𝕧𝕠𝕝𝕥𝕒 𝕒𝕠𝕤 𝟙𝟝
FanfictionUma fanfic autoral da série " De volta aos 15" , essa fanfic contém cenas fortes envolvente a personagem principal, complementei a história com uma personagem e sua história de vida, com motivos pra voltar no passado, se deixando levar pela viagem n...
