Daughter of a swift

• 07

POV Taylor

O sol ainda não havia nascido, mas Taylor já estava desperta. Os lençóis de algodão do hotel envolviam seu corpo, mas não traziam conforto algum. O pensamento de Nora era incessante, mantendo-a acordada, mesmo com o cansaço inevitável após dias seguidos de shows e entrevistas. Deitada, ela olhava fixamente para o teto, a mente rodopiando sobre o que estava prestes a fazer. Se aproximar de Nora, ainda que indiretamente, já parecia um enorme desafio.

Do lado da cama, seu celular piscava levemente, indicando notificações que ela ignorava há horas. Um deles, no entanto, fez seu coração acelerar: uma mensagem de Jack. A confirmação que ela tanto aguardava.

Taylor pegou o telefone com as mãos um pouco trêmulas. A inscrição de Nora no concurso de talentos estava finalizada. Agora, só faltava o evento em si, onde Taylor poderia ver sua filha, desta vez como uma jovem artista e não apenas como mais uma fã entre a multidão."É o começo." O pensamento lhe trouxe um leve alívio, embora fosse apenas o primeiro passo de uma estrada longa e incerta. Mas antes de fazer qualquer movimento ousado, Taylor precisava entender quem Nora era agora, e não como a lembrava. Precisava observar sua filha, conhecê-la através de sua arte, suas canções e sentimentos.

Ela deixou o celular sobre a mesa de cabeceira e suspirou, sentindo o peso dessa decisão. Olhando pela janela do hotel, as luzes de Nashville brilhavam na escuridão da madrugada. A cidade onde tudo começou... e onde tudo parecia estar se fechando em um círculo inevitável.

Seu olhar voltou para o espelho grande no canto do quarto. Era hora de se preparar. Cada dia mais perto do concurso e, junto a isso, a realidade de ter que enfrentar Nora de alguma forma. Taylor se levantou lentamente e caminhou até a mesa onde sua agenda estava aberta. Cada minuto parecia controlado, planejado, como se ela fosse uma marionete de sua própria vida pública. Mas dessa vez, o que ela estava prestes a fazer era fora do script.

Ela fechou a agenda, respirando fundo. O concurso seria em três semanas. Três semanas que pareciam uma eternidade, mas ao mesmo tempo um sopro, considerando que durante esse período ela ainda teria mais shows, entrevistas e viagens. Seria capaz de esconder sua ansiedade por tanto tempo? Todos ao seu redor a conheciam bem, mas poucos sabiam o que realmente se passava em sua mente. Era sempre assim, sua vida sob um microscópio, mas seus sentimentos mais profundos mantidos bem guardados.

Seu telefone vibrou novamente, quebrando o silêncio da madrugada. Outra mensagem de Jack, mas desta vez com detalhes do concurso. Ele havia conseguido arranjar tudo para que Taylor pudesse estar presente, discretamente, observando sem chamar atenção. Era tudo que ela precisava.

Taylor digitou uma resposta rápida, agradecendo, e logo depois olhou para o horizonte novamente. Como ela chegou a esse ponto? O questionamento ecoava em sua mente enquanto ela tentava lembrar da última vez que havia tomado uma decisão tão pessoal e importante. A fama, a carreira, sempre foram prioridades, mas nada, absolutamente nada, preparou-a para o turbilhão de emoções que agora enfrentava com relação a Nora.

- Eu não posso errar desta vez - murmurou para si mesma, sentindo a determinação crescer, mas também o medo de falhar.

Nos dias que se seguiram, tudo parecia uma névoa. Ensaios, compromissos com a imprensa, e mais apresentações, o ritmo frenético de sempre. No entanto, Taylor mantinha um foco claro: o concurso se aproximava, e com ele, a chance de ver Nora brilhar.

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POV Nora

Três semanas pareciam uma eternidade quando Nora pensava no concurso. Desde que Ana a inscrevera, ela não sabia bem o que sentir. Era uma mistura de empolgação, ansiedade e... medo. Medo de não ser boa o suficiente, de falhar em frente a tantas pessoas. Mas o mais importante: medo de decepcionar a si mesma.Todos os dias, ela passava horas no quarto, praticando suas músicas. Seu violão era como uma extensão dela mesma, o único consolo em meio às incertezas. Cada acorde era uma forma de expressar seus sentimentos, cada verso carregava um pedaço de sua alma.

Ana, como sempre, estava lá para oferecer apoio incondicional. As duas haviam se tornado inseparáveis. A amizade delas era uma das poucas coisas que trazia paz para Nora naquele momento tão turbulento. Com Ana ao seu lado, ela sentia que poderia enfrentar qualquer coisa, até mesmo esse concurso assustador.

- Você vai arrasar, Nor - Ana dizia, com um sorriso confiante que sempre conseguia acalmar os nervos de Nora.

- Eu nunca ouvi nada parecido com as suas músicas.

Nora agradecia, mas internamente a dúvida ainda persistia. E se ela não fosse boa o suficiente? E se as composições que ela tanto amava não tocassem ninguém? Esses pensamentos a mantinham acordada à noite, e os dias antes do concurso passaram rápido demais para que ela pudesse processar tudo.

Finalmente, o grande dia chegou. Era um dia nublado, com uma leve brisa que passava por Nashville. O ar estava denso com antecipação, e Nora sentia o peso disso enquanto se arrumava. Seu pai a ajudou a escolher a roupa certa, uma combinação simples, mas que a fazia sentir-se confortável e confiante. Ela sempre preferia algo mais discreto, que não chamasse atenção para si, mas deixasse sua música falar mais alto.

- Você vai se sair bem - Nicholas disse, tentando esconder a emoção. - Estou muito orgulhoso de você, Norie.

Ela sorriu, agradecida, mas o nó em seu estômago não desaparecia. Era um dos dias mais importantes da sua vida.

Chegando ao local do concurso, Nora mal conseguia se concentrar. Havia tanta gente. Competidores de todas as idades, cada um carregando sua própria esperança e nervosismo. O som de instrumentos sendo afinados, vozes ecoando pelos corredores, tudo contribuía para aumentar a tensão no ar. Nora apertou o violão contra o peito e fechou os olhos por um segundo, tentando se acalmar.

- Você está bem? - Ana perguntou, percebendo o nervosismo da amiga.

- Estou - Nora respondeu, ainda que sua voz traísse um pouco de incerteza. - Eu só... preciso de um momento.

Ela se afastou por alguns instantes, caminhando para um canto mais silencioso do local. Ali, com os olhos fechados e o violão em mãos, ela respirou fundo, tentando se concentrar no que realmente importava. Era isso que ela queria, não era? Seguir seus sonhos, mostrar ao mundo quem ela era.

Mas, ao mesmo tempo, a sensação de que alguém estava observando-a a incomodava. Ela sentia uma presença, algo familiar, mas distante. Era como se alguém estivesse ali, vigiando seus passos, mas toda vez que olhava ao redor, não via nada fora do comum.

- Devo estar imaginando coisas - murmurou para si mesma, tentando afastar os pensamentos.Finalmente, seu nome foi chamado. O momento de enfrentar seus medos havia chegado.

Ela subiu ao palco com o coração acelerado, sentindo o peso dos olhares sobre si. As luzes a cegaram por um instante, e por um segundo, o mundo pareceu desmoronar ao seu redor.

Mas então, ela respirou fundo e começou a tocar. O som do violão preencheu o espaço, e pouco a pouco, Nora encontrou sua voz novamente. Cada acorde, cada palavra, era como uma confissão, um pedaço de si que ela compartilhava com o mundo.

Enquanto tocava, ela se sentia livre. A música era sua válvula de escape, sua maneira de se conectar com algo maior. E mesmo que houvesse uma multidão de pessoas ali, assistindo, Nora estava em seu próprio mundo.

Quando terminou, o público aplaudiu, mas ela ainda sentia um vazio. Era como se algo faltasse. Uma peça do quebra-cabeça que ela não conseguia encontrar.

Nos bastidores, Taylor observava, com o coração apertado. Ela reconhecia o talento de Nora, mas também sentia a dor e a solidão por trás daquelas notas. Era como olhar para si mesma, tantos anos atrás, quando tudo o que ela tinha era a música.

- Eu preciso me aproximar dela - Taylor sussurrou, determinada. - Mas como?

• Notas da autora!!

> Capítulo pequeno porque a preguiça é grande KKKKKK

> Gente, muito obrigada a todos que estão votando e adicionando a minha fic! É muito importante pra mim 🤍

> Tava pensando em criar uma playlist para a fic, o que acham?

> Capítulo não revisado

> Vote por favor, não seja um leitor fantasma