Guardiãs da Luz - Karlena

Sentindo o Medo da Floresta

Enquanto em Arandor a princesa Helena está passando por noites difíceis com o aumento dos sonhos. Em um reino um pouco distante se encontra os elfos de Galathrendil, conhecido por seu equilíbrio perfeito entre a natureza e a força militar. Eles são protetores ancestrais das florestas, eram tanto guardiões da vida quanto guerreiros implacáveis quando necessário. Suas cidades, construídas em harmonia com a natureza, elevavam-se sobre árvores gigantescas.

Entre esses elfos, havia aqueles que dedicavam suas vidas ao cultivo da magia da natureza, e outros que empunhavam espadas e arcos com maestria para proteger suas terras. Karathiel, uma guerreira da guarda militar de Galathrendil, era uma das mais corajosa e destemidas entre eles. Ela era conhecida tanto por suas habilidades em combate quanto por seu domínio sobre a magia, uma combinação rara e reverenciada entre os elfos.

Nos campos de batalha, Karathiel lutava com uma coragem inabalável, sua presença sempre inspirando seus companheiros. Mas ultimamente, não era o combate que a inquietava e sim os sonhos.

Nos últimos 22 anos, suas noites eram revestidas por sonhos que pareciam tão reais quanto qualquer batalha que já travara. O seu primeiro contato com essa novidade pareceu mais uma visão do que um sonho, a 22 anos atrás, ela se viu presente durante um parto de uma criança, mas especificamente de uma menina. Ela não conseguia ver nada ao redor, apenas o momento do parto, e assim que a menininha nasceu seus olhos se cruzaram por um breve momento antes de acordar, depois desse dia os sonhos não sessaram mais. Mas, atualmente, eles deixaram de ser mais vividos e alegres e passaram a ser mais medonhos e tristes. As árvores que ela jurara proteger, tão cheias de vida e mesmo em sonho podia sentir seu medo e tristeza, como se as mesmas pedissem ajuda. Símbolos estranhos estavam gravados em seus troncos, e apesar de Karathiel ser conhecedora de muitas línguas e runas antigas, aqueles sinais eram totalmente desconhecidos.

Esses sonhos começaram de forma suave, vagos e distantes, mas agora estavam se tornando cada vez mais intensos. Karathiel acordava sempre com o coração acelerado, coberta de suor frio, com a mesma sensação de que algo sombrio estava se aproximando. E não era apenas uma ameaça qualquer. As trevas que ela sentia em seus sonhos traziam consigo uma escuridão que consumia a natureza e tudo que a tocava.

Agora, enquanto caminhava pelos salões vivos do castelo, as torres entrelaçadas de raízes e galhos pareciam mais silenciosas do que o normal. As trevas estavam se aproximando, disso ela tinha certeza. E algo dentro dela, algo que ainda não havia despertado, estava sendo chamado.

Ela parou à beira de uma varanda alta, olhando para a vastidão da floresta de Galathrendil. As estrelas brilhavam no céu claro, mas isso não lhe trazia conforto. Seus sonhos não eram coincidência. As visões da floresta assustada, da grande árvore, do poço, da presença indistinta de uma silhueta feminina, estavam ligadas à aproximação das trevas, que espreitavam além dos limites de seu reino.

"Esses sonhos... Eles estão me alertando, não estão?", ela pensou, apertando o punho ao redor da empunhadura de sua espada.

No fundo, Karathiel sabia que estava em uma posição única. Não era apenas sua coragem e destreza militar que a tornavam especial, mas sua magia, uma força que pulsava dentro dela. Ela sempre soube que sua magia, diferente da maioria dos elfos, estava conectada a algo mais profundo.

Nos corredores do castelo, ela encontrou seu superior, o capitão da guarda. Ele a saudou com um breve aceno, mas notou a expressão sombria em seu rosto.

"Você tem treinado demais, Karathiel?" ele perguntou com um sorriso, tentando aliviar o peso que via em seus olhos.

Ela balançou a cabeça, com um leve sorriso de volta, mas sua mente estava longe. "Os sonhos estão mais fortes, capitão. Algo está vindo."

O capitão ficou em silêncio por um momento, antes de assentir, o tom sério assumindo seu rosto. "Então, talvez seja hora de nos prepararmos."

A elfa olhou novamente para as florestas à distância. Sabia que os sonhos não eram apenas presságios, mas sinais claros de que sua terra estava em perigo. E, no fundo, sentia que o destino de Galathrendil, e talvez muito mais, dependia dela.

Continua...

E ai pessoal, já conhecemos as nossas protagonista, essa primeira parte da história vamos entender um pouco mais quem são elas, seus reinos e os sonhos.