Inimigos ou amigos?
Domingo | Rio de Janeiro
Maria Júlia.Point of view.
Até ontem de manhã, eu não sabia nem o nome do pai da Arielly, mas agora, o morro tá uma zona por conta desse pau no cu.
— Cuidado pra não meter esse teu umbigo em problema. — Minha mãe me olhou cruzando os braços e eu sorri de lado.
— Relaxa, vou ver o Guilherme e na volta passo no Rw. — ela me entregou a chave da casa dele suspirando e eu sorri. — tenho que entender os lados e fazer eles se entenderem, dá pra viver assim não. — falei guardando meu celular no bolso.
— Vai com Deus, e dá um beijo no Gui. — abri a porta de casa e olhei pra ela por cima do ombro.
— Pode deixar. — pisquei saindo de casa.
Desci a rua indo pra casa do meu namorado que não é meu namorado.
Ontem, quando eu soube que ele foi baleado, parecia que o tiro tinha sido em mim, eu fiquei minutos raciocinando, pra ver se não era uma alucinação.
Toquei a campanhia e a primeira cara que apareceu foi a da Eduarda. — Eai cunhada. — ela me abraçou.
— Ooi amor. — retribui o abraço, passei por ela e limpei o pé no tapete entrando na casa. — Cadê o pessoal? — perguntei assim que ela entrou colocando a chave em cima da mesa.
— Minha mãe e meu pai deram uma saída, e Guilherme tá lá em cima, pode subir. — ela se jogou no sofá e eu concordei, subi as escadas indo para o segundo andar.
Abri a porta do quarto e ele tava deitado jogando no celular.
— Eai minha princesa. — me sentei na cama e ele se levantou, Gw pegou no meu pescoço e puxou meu rosto dando um selinho demorado.
— Como que vc tá? — olhei pro ombro dele que estava com um curativo.
— Pronto pra outra já po. — ele riu e eu revirei os olhos. — Tô preocupado com a Arielly e o Renato. Os dois não saiu de casa mais desde ontem, não atendem nenhuma ligação e nem vê mensagem.
— Vou procurar um meio de resolver isso. — deitei no peito dele. — mas você precisa me contar absolutamente tudo, sem tirar ou aumentar nada.
Guilherme me contou todos os detalhes, deis de quando eles descobriram quem era Henrique Almeida e até ontem, o dia da morte dele. Senti nojo da forma como esse homem era, pagar dois garotos para virar o que virou, para um namorar a filha dele, tudo isso por pura soberba e ambição de ter algo que nunca seria dele.
Imaginei como estava a cabeça da minha amiga uma hora dessa, conhecendo a Arielly da forma como eu conheço, a mente dela tá barulhenta, a dor por saber que foi usada duas vezes, por pessoas que ela confiou, sem contar, que poderiam sim, ter contado tudo pra ela antes de tudo acontecer, facilitaria muitas coisa agora.
— Tô entendendo os dois lados agora. — levantei da cama. — e mesmo eu não indo com a cara do Rw, eu amo a Arielly e vou fazer de tudo pra ver ela feliz, mesmo que seja com ele.
— Faça isso, amor. — ele sorriu e eu beijei ele. — mas pode ser amanhã né, fica comigo aqui hoje...
— Fico, a noite. — pisquei indo para a porta. — agora vou indo. — abri e me virei pra ele. — Tchau, gato.
Sai do quarto e desci as escadas, me despedi da Duda e saí da casa. Subi a rua direto, quando cheguei de frente a casa dele, bati palmas e toquei a campanhia. Nada.
Tirei a chave do bolso e destranquei o portão, entrei no quintal e estranhei a porta aberta.
Espiei pela porta e vi ele jogado no sofá de qualquer jeito, soltei um pigarro e ele não moveu nenhum músculo do lugar, bati palmas e nada, será que tá morto?
Entrei e parei na frente do sofá, mexi nele e ele se assustou segurando meu braço.
— Aí caramba. — bati no braço dele me soltando. — tá maluco?
— Eu que te pergunto, doente. — ele se sentou e eu respirei fundo, quase dando meia volta e saindo por onde eu entrei. — Tá caçando o que aqui?
Cruzei os braços e encarei ele. — Sei que você não gosta de mim, Renato. E não vou mentir, você não é a melhor pessoa do mundo pra mim, mas faz bem pra minha amiga.
— Fazia, Maria Júlia, fazia. — ele se levantou. — Arielly não quer me ver nem pintado de ouro agora, e o que mais me fode é porque eu não queria ter feito o que fiz, não na frente dela. Mas meu arrependimento vai adiantar de que? De nada não po. Errado sempre é eu!
— Você gosta dela? — ele me encarou com as sobrancelhas levantadas. — cara, eu juro que quero ajudar, mas você tem que colaborar.
— Gosto pra caralho da minha Ariel. Mas com que cara vou olhar pra ela sabendo que eu matei o pai da mina? Como, Maria Júlia? — ele se sentou no sofá passando as mãos no rosto.
— Ele era uma pessoa horrível, Rw. — falei. — Você tava salvando a sua vida e a de todo mundo. Se você gosta dela, vai atrás e se explica, hoje eu vou fazer minha parte. Vou ir lá e contar tudo que eu sei.
— Ouve meu lado pra tu passar pra ela então, beleza?
E assim foi feito, Rw me contou detalhe por detalhe e eu ouvi atentamente, me deu até dó da forma como ele realmente estava mal, sentindo a falta dela. Quem diria.
×××
Demorou mais saiuuu
M.
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Dentro de você.
RandomUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro