Prólogo

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Há muito tempo, em uma terra antiga chamado Lutharon, a magia fluía livremente, abrigando elfos, anões, magos e criaturas belíssimas. Era uma terra onde o brilho das estrelas e o poder dos elementos se entrelaçavam ao ponto de dar vida a essa terra milenar. Os magos da luz, sábios e poderosos, protegiam essa terra, mantendo o equilíbrio entre o visível e o invisível.

Mas nem tudo é perfeito e eterno, esse equilibro estava prestes a ser rompido. Os primeiros humanos chegaram, vindo de uma terra longínqua devastada por suas próprias mãos. Fugiram de lá porque a sua própria raça o havia destruído, em busca de um novo lar. No entanto, sem saber, trouxeram consigo algo sombrio, algo que eles sempre carregariam entre gerações: a ganância, a busca pelo poder, a inveja, o medo do desconhecido, o ódio, e o egoísmo que consumia tudo ao redor. Eles se estabeleceram perto dos grandes magos da luz, alheios ao perigo que carregavam.

Com o tempo essa escuridão que emanava da alma humana, começou a se espalhar. Seres mágicos, por mais poderosos que fossem, tinham sua vulnerabilidade: as trevas. Os magos sempre zelavam para que a escuridão não se instalasse nas almas de seu povo. Eles sabiam que esses sentimentos sombrios (ganância, inveja...) rondava até os corações mais puros e lutavam para mantê-las á distância. Sempre que uma criança nascia com tendências para a escuridão, os magos intervinham de forma sábia e cuidadosa. Eles usavam feitiços de purificação, rituais de cura espiritual para equilibrar a energia, mandando embora essa escuridão antes que ela pudesse crescer e dominar a alma e o coração dessa criança. Tudo isso sem causar dor e sofrimento ao ser, apenas usando o caminho da redenção onde os guiavam para encontra a luz do seu interior.

Infelizmente, a aproximadamente 1000 anos atrás, com a chegada dos primeiros humanos nesta terra tão antiga e magica, uma criança de pele morena nasceu no reino dos magos, um futuro mago ele seria. Só que os magos anciões, preocupados com a chegada repentina de estranhos, não deram conta que essa criança nasceu com uma centelha das trevas e precisava apenas de uma fagulha sombria para se despertar.

Com o passar dos anos a criança se tornou um jovem, e com essa juventude os anciões descobriram que o jovem garoto apresentava um dom raro e sagrado: a capacidade de sentir e absorver os sentimentos daqueles ao seu redor, inclusive as emoções negativas. No entanto, essa habilidade exigia muita força interior, para transformar essas trevas em luz dentro de si. Mas o garoto já tinha uma centelha de trevas em seu coração, os treinamentos dos anciões não surtiram efeitos e nessa época os humanos já circulavam entre eles. O garoto foi crescendo e absorvendo os sentimentos bons vindo da magia pura da luz, mas também a escuridão emanada dos humanos. Até que ele gostou do poder que a escuridão lhe proporcionava, tirando de vez a luz de sua vida, indo de encontro com a sua maior fonte de escuridão os humanos. Ele antes guardião da luz, foi consumido por essa escuridão e, em um instante, tudo desmoronou.

Os humanos e a terra magica lutaram bravamente contra o mago obscuro, mas suas forças não eram páreo para o poder das trevas. Lutharon outrora florescente, caiu em ruínas. A escuridão dominou o reino dos magos e lá se escondeu nas profundezas da terra antiga, aguardando o momento de ressurgir. Os magos se refugiaram nos reinos élficos e nas florestas magicas, os poucos humanos que sobreviveram fugiram para o sul, deixando para trás o que restava da magia. A terra, sentindo o mal latente, fechou-se. A magia desapareceu, protegendo-se das trevas. Os sobreviventes humanos, assombrados pelo que presenciaram, juraram nunca mais mencionar a magia.

Nos anos seguintes os reinos mágicos dessa terra antiga se isolaram dos humanos e cuidaram de si e de seus povos. Já os humanos se dividiram e criaram os seus próprios reinos, e para suas futuras gerações os contos das criaturas belas e dos poderes antigos se tornariam apenas lendas. No entanto, antes que o silêncio absoluto e a escuridão assombrassem Lutharon, alguns exploradores humanos, curiosos e destemidos, haviam registrado tudo em livros, descrevendo em detalhes as maravilhas que um dia habitaram essa terra. Esses livros seriam a única lembrança de um tempo em que a magia governava e as criaturas fantásticas corriam por esta terra.

Mas o que eles não sabiam é que no futuro, duas crianças de raças e reinos distintos nasceriam e com elas trariam esperança e magia de novo a essa terra esquecida. 

Continua...

Contem para mim pessoal "Que criaturas magicas (fadas, unicórnios, grifos...) dos contos vocês mais gostam e por que?"

Guardiãs da Luz - KarlenaWhere stories live. Discover now