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Verdades são essenciais.

Madrugada de domingo | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.

Point of view.

— Licença. — tirei a educação do meu cu pra falar com ele. Ele segurou meus ombros me fazendo dar uma encarada seria nele.

— É para o seu bem, Arielly. Prometi á sua mãe que na minha presença tu não fumava. — revirei os olhos só tendo mais confirmação de tudo. Eles estavam juntos, e eu era a besta que não sabia de nada. — Você já foi viciada, tá ligada que isso não é bom.

— Você é dono de um morro, cara, fuma até os reboco da parece, quer me dar a lição de moral que você não tem? — cruzei meus braços me afastando, senti uma mão me puxar pela cintura, e me senti uma boneca de pano. — mas que merda. — me virei dando de cara com o Gw. — Ah é você. — suspirei aliviada e fui para o lado da Maria Julia que tinha o semblante mas confuso que tudo.

— Deixa pra outra hora, patrão. — o tom de voz dele era diferente, ele parecia chateado, como se ele soubesse de algo que eu não sabia. Carlão sorriu pra mim, acenou com a cabeça e saiu. Gui veio até nóis duas e falou alguma coisa no ouvido da Maju que concordou saindo na frente. — vem, vamos conversar um pouco. — ele me chamou e eu concordei, caminhamos pra fora e eu vi o exato momento que a minha amiga entrou no carro dele, enquanto nós dois ficamos do lado de fora do Baile.

— Muito bom ver vocês dois juntos. — falei sincera. — torço muito pra que vocês virem um casal. — ele sorriu de lado se escorando no muro.

— Logo mais. — garantiu e eu sorri. — Ary, sempre foi eu e tu, o que você me falava antes? — estranhei o rumo da conversa e encarei ele, será que tá chapado?

— Que você é o irmão que eu nunca tive, meu irmão mais velho. — respondi óbvia. — o que tá acontecendo?

— Tu tá estranha ultimamente, tô te sentindo longe, po. Fiquei preocupado, nóis não tá mais como antes. Você nem me contou que tá ficando com meu parceiro! — ele fez cara de bravo e eu dei risada.

— Não exagera, Gui. — fiquei do lado dele. — é muita coisa acontecendo, uma semana sem trabalhar, minha mãe me escondendo coisas, o Carlão com uns papos tortos pra cima de mim, o Rw... — suspirei. — mas eu tô dando conta de tudo, e tá tudo bem, pelo menos a mente se mantém ocupada.

— Não tem mais nada pra contar? — sorri. Era óbvio que ele tava desconfiado, e com certeza o Renato falou algo.

— Que eu me lembre, não. — menti sorrindo. — Bom, a gente tem muita coisa pra falar, mas a Maju tá te esperando no carro, e ela odeia esperar. — me afastei. — Boa noite, Gw. — pisquei pra ele dando as costas e entrando no baile novamente.

Se eu não visse a Karine ou o Teco por aqui, eu metia o pé. Não vou ficar igual uma trouxa atrás do Renato que tava com outra no camarote, ele quer me taxar pra otaria, mas isso não vai rolar nunca.

Peguei outra dose e subi pro camarote, a Karine tava sozinha bebendo, me sentei do lado dela no grande sofá. — Sumiu. — falou assim que eu encostei.

— Fui dar umas voltas, aqui é chato. — dei de ombros e ela riu concordando. — e você e o Teco?

— Acabamos de ficar. — ela sorriu safada mexendo no canudo do copo. — que homem maravilhoso é esse, Arielly do céu. — soltei uma risada alta. — ri não. — Eu ri mais ainda.

— E cadê ele?

— Desceu com o Rw pra pegar mais combo. — revirou os olhos. — aquela Bianca feiona tava aqui atrás do rastro dele.

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