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Sangue à flor da pele, suada
Nosso corpo virando um só
O mundo deu um nó
Deus existe e a prova é que eu 'to
Dentro de você
Mais forte que um caça
Mais rápido que um jato
Voando muito alto

Madrugada de sábado. | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.

Separei minha boca da dele, recuperado o fôlego que ainda me restava, sua boca rosa parecia que me pedia mais e mais, mas estávamos no meio de pessoas, e com apenas três horas longe de casa, fizemos esquentar o que não deveria passar de morno.

— Rena... — ele pegou na minha mão, me puxando para fora, me impedindo de dizer qualquer coisa.

Ao sair, o vento gelado bateu contra o meu rosto, me dando um choque completo de realidade. Encarei o Rw se afastar e conversar com o mesmo homem de mais cedo, ele entregou a chave e o Renato foi para os fundos, me deixando sozinha.

— Merda, Arielly, que merda. — funguei passando a mão no meu cabelo. Mordi fortemente meu lábio inferior, sentindo o gosto metálico de sangue. Olhei pra frente vendo ele parar com a moto e me entregando o capacete, em silêncio, peguei, coloquei e subi na moto com certa dificuldade e me segurando firme, para não voar em cada quebra-mole que ele passava.

Ao chegar no morro, Renato não foi em direção á minha casa ou a dele, ele pilotou até o alto do Vidigal, parando em frente a um limpo.

Desci tirando o capacete e respirando fundo sem saber o que falar. — Tô cansada, Rw. Quero ir pra casa. — desviei meu olhar do dele, completamente envergonhada.

Meu lado safado sumiu e o tímido apareceu com força. Tudo culpa da cachaça.

— Arielly, tô ligado que foi só um beijo e que foi vacilo meu ter te beijado, mas se for pra tu ficar nessa, avisa que eu sumo da tua vida. — ele falou estressado e eu respirei fundo.

A verdade era que mesmo eu querendo que ele sumisse, uma parte minha adorava ter ele comigo todos os dias, me fazendo ser eu mesma, e me sentir bem.

— Quando um não quer, dois não fazem. — deixei claro. — eu não posso correr de você, nem mesmo se eu quisesse. — me aproximei dele. — mas é complicado, se eu te beijar novamente eu posso agir de uma forma depois que não vai corresponder da mesma forma que a sua, você tá acostumado com tudo isso, beijar hoje, desaparecer no amanhã. — sou sincera.

— E se eu não desaparecer no amanhã, Ary? — sua mão vai para a minha mandíbula, fazendo um carinho de leve no meu rosto. — e se eu querer ficar.

E se.

Puxei sua nuca agarrando sua boca em um beijo rápido e cheio de vontade. A boca do Renato era coisa de outro nível, conseguia ser bem pior que todas as drogas que eu já havia ingerido no meu corpo. Um vício de outro mundo.

— E se, o amanhã for a gente acordando na sua cama?  — ele sorriu assim que eu falei, ele me deu dois selinhos e um beijo na testa, puxou meu corpo e me abraçou, me fazendo inalar todo o seu cheiro bom.

— Pra mim é de boa, parceira. — ele disse no meu ouvido e eu dei risada. — minha gostosa. — ele deu o maior tapa na minha bunda, me fazendo se afastar dele fazendo bico. — Bora. — abri meu maior sorriso e nem coloquei o capacete, só subi na moto em seguida dele o mais rápido possível.

Renato pilotou na calma até a casa dele, fazendo cada centímetro da minha pele se contrair só de imaginar eu por cima desse homem. Claro, a bebida não ajuda.

Assim que chegamos, ele abriu a garagem e colocou a moto dentro, me estendeu a mão e me guiou para dentro da enorme casa dele. Ele trancou a porta, e com uma facilidade, me pegou no colo caminhando comigo até o quarto.

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