🔥Capítulo 11🔥

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- AHH! QUE ÓDIO! NÃO POSSO ACREDITAR NISSO! ESTOU COM TANTO ÓDIO DAQUELA GAROTA! - Giulia reclamou enquanto estava na cozinha. De raiva, pegou um copo de vidro que estava na pia e o jogou na parede, fazendo-o estilhaçar. Nem assim chamou a atenção dele; Mattia continuava lá, sendo atencioso e carinhoso com aquela idiota! Pegou outro copo, que acabara de lavar, e novamente o arremessou contra a parede, transformando-o em pó de vidro devido à sua fúria. Mesmo fazendo tanto barulho, Mattia não veio verificar.

- Maldito! Ele ainda trouxe aquela garota à mesa, abraçado com ela. ABRAÇADO? - Giulia gritou, indo até os pedaços de vidro espalhados no chão. Abaixou-se e começou a catar cada fragmento, enquanto lágrimas de raiva caíam de seus olhos. Não era para estar assim, mesmo após ter falado aquilo. Ele deveria estar bravo com a garota, mas lá estava ele, todo cuidadoso com aquela menina chata!

Na fúria, apertou os pedaços de vidro na mão, esquecendo-se do perigo. - Ai... - exclamou ao sentir a dor do corte. Imediatamente, foi até a lixeira, abriu a tampa e jogou os fragmentos dentro. Dirigiu-se à pia, abriu a torneira e deixou o jato de água lavar o sangue. Fez uma careta ao sentir a ardência e aplicou sabão nos cortes, lavando-os em seguida. Com a outra mão, pegou um pano de prato e amarrou ao redor do ferimento de qualquer jeito.

- Tenho que pensar em como acabar com essa aproximação dos dois. Mattia está claramente encantado por ela - murmurou para si mesma. Com o pensamento fixo, foi até a sala de jantar. Ao entrar, parou em choque ao ver Mattia segurando o queixo da garota, bem próximo do rosto dela. Será que iam se beijar? Aproximou-se para impedir, mas Mattia se levantou para atender o telefone. Virou-se para a garota, que também desviou o olhar.

Mattia voltou à mesa, guardando o celular no bolso da calça, após uma ligação de cerca de dois minutos. Ele olhou para Giulia e sorriu, mas a voz saiu ríspida ao dar a ordem:

- Giulia, por favor, tire os pratos da mesa. Eu e Emma vamos sair - disse ele.

- Sim, senhor - respondeu Giulia, assentindo com a cabeça. Mattia fez um gesto para Emma se levantar e vir até ele. Passou por Giulia, ficando ao lado de Mattia, que sorriu para ela. Giulia fechou o punho machucado, esquecendo-se da dor devido à raiva.

- Você... quer dizer, o senhor vai sair? Mal chegou e já vai sair? Não é melhor descansar um pouco? - perguntou Giulia.

- Não! Eu sei me virar, Giulia! Não precisa se preocupar. Só vou comprar alguns móveis para o quarto da Emma. Vamos resolver outras coisas e voltaremos à noite. Certo, Emma? - disse ele, olhando para a garota, que assentiu.

- Outra coisa, estava esquecendo... - Mattia se afastou de Emma e deu um passo à frente. - Riccardo e os rapazes virão aqui para arrumar o quarto dela. Então, assim que tirar esses pratos, prepare mais comida para eles - ordenou.

- Mas essa comida eu fiz para o senhor! - replicou Giulia, aproximando-se dele.

- Agradeço. Estava maravilhosa - respondeu Mattia, virando-se para Emma. - Você também gostou, não? - Emma assentiu.

- Isso é tudo. Agora vamos. - Ele se virou e foi ao encontro de Emma, esticando o braço para que ela passasse à frente. Saíram juntos da mansão. Giulia, furiosa, pegou um dos pratos e o jogou no chão.

- QUE ÓDIO! VAI TER VOLTA! AH, SE VAI, SUA DESGRAÇADA!

Riccardo e Andrea chegaram a uma loja de material de construção. Estavam próximos ao balcão quando Riccardo estendeu o braço, fazendo Andrea parar.

- Por que fez isso? - perguntou Andrea, sem entender.

- Espere. Tenho que ligar para Mattia para saber a cor da tinta - respondeu Riccardo, tirando o celular do bolso.

- Que chatice! Compre qualquer tinta. Ela não vai se importar - bufou Andrea. Riccardo levantou a sobrancelha, estranhando a atitude de Andrea.

- Andrea, não estou entendendo essa sua atitude. Por que essa marra? - questionou Riccardo, discando o número e colocando o celular no ouvido. O telefone chamou, mas ninguém atendeu.

- Quer saber a real? Muito vacilo do Mattia. É a minha opinião! - reclamou Andrea. Riccardo continuou olhando para ele, enquanto o telefone chamava até cair na caixa postal.

- O que disse? - perguntou Riccardo, tirando o celular do ouvido e encarando Andrea. - Está doidão?

- Doidão nada! Ele levou a minha virgem! Não se faz! - resmungou Andrea, balançando o dedo indicador em negativa no ar, depois cruzou os braços.

- Escuta aqui! Vou falar uma vez e pare de ser sem noção! Dá graças a Deus que está vivo ou estaria fazendo companhia ao velho. Não esqueça da mancada que você deu! - advertiu Riccardo. Andrea tentou argumentar, mas Riccardo levantou a mão, silenciando-o. - Agora, fique na sua que vou ligar para Mattia de novo! - Riccardo apertou o botão de rediscagem e colocou o celular no ouvido. Finalmente, Mattia atendeu.

- Fala, Riccardo! O que foi agora? Não posso demorar, estou na faculdade! - frisou Mattia. Riccardo piscou várias vezes, surpreso. Mattia fora da mansão? Isso por causa daquela garota? Não estava reconhecendo o chefe.

- Riccardo? Está me ouvindo? - chamou Mattia, tirando Riccardo do transe.

- Oi? Estou aqui. Pode falar! - respondeu Riccardo, engolindo a seco. - Liguei para saber a cor da tinta e o que precisa para o quarto da garota.

- Ah, sim. Tem papel e caneta? - perguntou Mattia.

- Peraí... - Riccardo virou-se e deu dois tapas nas costas de Andrea, acenando para ele ir até o balcão pegar uma caneta e papel para anotar. Andrea reclamou, mas obedeceu. - Andrea foi pegar papel e caneta. E quero informar que já concluímos o serviço. O velho já era - avisou Riccardo.

- Que bom. Foi rápido? - perguntou Mattia. Riccardo confirmou. Logo Andrea voltou, trazendo o que foi pedido. Riccardo anotou o material necessário para o quarto.

- Tudo anotado. Mais alguma coisa?

- Não, só isso. Chegando na mansão, a Giulia fez o almoço. Você e os rapazes podem comer, mas vão logo fazer esse serviço! - ordenou Mattia antes de desligar abruptamente. Riccardo ficou surpreso.

- Que foi? - indagou Andrea, aproximando-se.

- Nada - respondeu Riccardo, balançando a cabeça. Entregou o papel a Andrea.

- Que é isso? - perguntou Andrea, olhando o papel.

- Isso é para você ir ao balcão e comprar o material - explicou Riccardo, tirando a carteira do bolso.

- Está brincando? Por que não vai você? - resmungou Andrea.

- Quer parar de chorar! Toma, agora vá comprar o que está aí! - disse Riccardo, entregando oitocentos reais a Andrea. Ele abriu o papel para ler o que estava escrito.

- Rolo de lã... Garfo de lã... Cabo para rolo de tinta... Eu não sei nada disso, Riccardo! Vá lá você - implorou Andrea, segurando o papel. Riccardo bufou, impaciente.

- Cala a boca e vá logo, merda! - explodiu Riccardo, apontando para o balcão.

- Tá bom. Não precisa ficar nervosinho. Já estou indo - respondeu Andrea, dirigindo-se ao balcão. Riccardo ignorou o comentário, refletindo sobre a situação. O que estava acontecendo com Mattia? Nunca saía da mansão. Sempre ordenava que as coisas fossem feitas para ele. E agora, por causa daquela garota? Algo estava muito estranho.

Vendida para o mafioso dominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora