Emma ficou pensando no que Mattia havia dito. A falecida mãe dele o ensinara a não bater em mulheres. "Será que estou exagerando?", refletiu. "Não! Ele é um bandido! Emma, não se deixe comover por ele. Não esqueça que ele me trouxe à força!" Ela se levantou e caminhou pelo quarto, ainda confusa com os sentimentos conflitantes. Ele prometeu transformar o quarto e até colocar uma mesa de estudos para ela. "Droga! Será que tudo o que ouvi sobre ele é mentira?" Estava perdida em seus pensamentos quando alguém bateu à porta.
- Quem é? Mattia? - perguntou, hesitante.
- Não, sou Giulia. Pode abrir a porta, por favor - respondeu uma voz feminina do outro lado. Emma colocou a mão na maçaneta e abriu a porta, permitindo que Giulia entrasse.
- Mattia está chamando para você descer - disse Giulia, gesticulando em direção à escada.
- Ele não vai vir me buscar? - indagou Emma. Giulia cruzou os braços e se aproximou.
- A menininha não sabe chegar sozinha até a sala? - provocou.
- Não é isso. Só achei... - começou Emma, mas Giulia a interrompeu.
- Olha aqui! Mattia não tem tempo para essas coisas. Ele tem negócios para resolver, como as armas que ele recebeu esses dias - disse Giulia. Emma ficou chocada. Além das drogas, Mattia também traficava armas.
- Não pode ser! - sussurrou Emma, afastando-se e levando as mãos à cabeça.
- Ei, garota! - Giulia tocou no ombro de Emma, que se virou para ela. - Você vai descer?
- Não! Estou sem fome. Por favor, quero ficar sozinha - pediu Emma, sentando-se na cama. Giulia sacudiu a cabeça, foi até a porta e saiu, fechando-a em seguida. Assim que ficou sozinha, Emma começou a chorar. Abraçou a mochila e olhou para cima. "Senhor, onde eu fui parar? Por favor, me proteja deste bandido. Por favor, Deus!"
Enquanto isso, Mattia subia as escadas às pressas em direção ao quarto de Emma. Quando tentou abrir a porta, encontrou-a trancada.
- Abra essa porta! Abra! - gritou, batendo na porta. - Abra essa merda de porta ou... - A porta se abriu, e ele a viu, confusa. Entrou no quarto sem esperar permissão.
- Escuta aqui! Você vai almoçar agora mesmo! Não me interessa se você acha que é dinheiro sujo... - Ele olhou para ela e percebeu que seus olhos estavam inchados de tanto chorar. - Eu não vou descer. Já disse que estou sem fome! - respondeu ela, empurrando-o e sentando-se na cama.
- Você disse que não vai comer? Precisa se alimentar! - insistiu Mattia.
- Já disse que não vou descer, está surdo? - esbravejou Emma. - Ainda mais...
- Ainda mais o quê? Fala! - Mattia deu um passo à frente, ficando bem perto dela. Ela inclinou a cabeça para baixo, abraçando a mochila como uma menina assustada. Ele se sentou ao seu lado.
- Quer saber mesmo? Você é um bandido e ainda me trouxe para cá como pagamento da dívida do meu pai. Você é um monstro! - Lágrimas caíram dos olhos de Emma, sua voz carregada de raiva.
- Olha só, começamos do modo errado. Eu nem sei como se chama. Qual seu nome? - perguntou ele.
- Meu nome é Emma - respondeu ela baixinho.
- Emma? É um nome bonito - disse Mattia, olhando nos olhos dela, que encolheu os ombros, sem graça. - Emma, por que não quer comer?
- Estou sem fome e também... - Ela se virou para encará-lo. - Não sei por que está me tratando assim. Vamos ser honestos! Estou aqui como pagamento da dívida do meu pai. Então, não precisa ser legal comigo.
Mattia bufou pesadamente, levantando-se e esfregando os olhos para se acalmar.
- Não queria te falar isso, mas acho que precisa saber! - disse ele, virando-se para ela.
- Saber o quê? O que está falando? - indagou Emma, jogando a mochila de lado.
- Seu pai me devia dinheiro por comprar minhas drogas. E quem me deve paga ou morre para servir de exemplo - explicou Mattia, com as mãos nos bolsos.
- Sim, isso eu entendi - respondeu ela, levantando-se, irritada. - Por que está falando isso de novo?
- Para não morrer, seu pai lhe ofereceu como pagamento - revelou Mattia, dando um passo à frente.
- O quê? Não é verdade! Está mentindo!
- Não estou. É a verdade. Seu pai, que você ama tanto, ofereceu a própria filha como pagamento da dívida - afirmou Mattia. Emma, abalada, sentou-se na cama, lágrimas escorrendo pelo rosto.
Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. Tudo parecia um pesadelo do qual não conseguia acordar.

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Vendida para o mafioso dominador
RomanceMattia Di Lauro é filho do bandido mais cruel e perigoso, o Marco Di Lauro, depois que seu pai foi preso ele que tomou conta dos negócios da família. Mattia puxou o gênio do seu pai, além de cruel é também sanguinário, principalmente quem lhe deve...