Se arrisque, ou não.
Quinta-feira | Rio de Janeiro
Arielly Almeida.Point of view.
Ontem, quando cheguei em casa, consegui fugir da conversa com a minha mãe. Minha cabeça tava longe, eu não queria discussão. Saberia que iria ser o pior para nois duas, e uma ia sair magoada com alguma coisa, e não era isso que eu queria.
— Se quiser, posso te recomendar lá na farmácia. — Karine disse, era a farmácia de um primo dela.
— Depois a gente vê, trabalho direto deis dos meus dezesseis anos, descansar um pouco né. — ri e ela concordou. — tuas férias acaba quando em bonita?
— Essa é a última semana já. — ela se jogou na cama. — meo, ce não sabe quem me mandou mensagem ontem.
Karine é trancista, uma empreendedora de cosméticos também, tem seu própria salão dentro de casa, e se auto deu férias de um mês.
— Quem? — me joguei ao lado dela, e em seguida, pandora sua cachorra subiu também e eu agarrei aquela bola de pelo.
— Matheus. — arregalei os olhos, imaginando qualquer um, menos ele. — É minha filha, eu fiquei desse jeito. — ela riu. — me chamando pra sair, falei que ontem não dava, tava muito ocupada.
— E ontem você tava fazendo o que? — olhei desconfiada.
— Absolutamente, nada. — neguei me sentando com a Pandora nos braços.
— E não quis por que, Karine?
— Teco é um tremendo gostoso. — ela suspira. — isso me mata demais, sou muito emocionada pra ficar com alguém como ele, fico hoje e já quero mandar pelo resto da vida. — tentei segurar mas não consegui, dei risada da cara dela.
— Pelo amor de Deus, Karine. — empurrei o ombro dela. — Para de ser boba, vocês formariam um casal tão lindo. — sou sincera.
— Você e o Rw, também. — ela se sentou do meu lado e eu abri a boca pra contrariar, mas eu não tive argumento algum. — viu só, cê concorda.
— Não concordei. — respondo. — Rw tá se esforçando pra mostrar que não é uma pessoal horrível, e pra falar a verdade, eu gosto desse lado dele. — dou de ombros. — mas é uma coisa impossível de acontecer, não faço o tipo dele. — cruzo meus braços sentindo um desconforto em falar isso em voz alta.
— Aí meu Deus, Arielly. — ela coloca a mão na boca e eu levanto as sobrancelhas. — Você tá começando a gostar dele. — arregalo os olhos.
— Tá chapando? — me levantei da cama num pulo. — até ontem eu queria desviar ele desse planeta terra, não tem como hoje eu estar gostando. — dou risada. — Você interpreta as coisas muito erradas. — calcei meu chinelo.
— Calma, só falei. — ela se levantou. — só não esqueça que não sou a Maria Júlia! — fingi não ouvir ela falando.
Abri a porta do quarto e desci as escadas, dei tchau para a mãe dela e sai da casa sendo acompanhada dela. — Tchau, lindinha. Tira isso da sua cabeça e aceita a proposta do Teco. — Ela fez bico e eu sorri mandando beijo e me virei descendo a rua e indo para casa.
Ao chegar, não tinha ninguém, me sentei no chão da sala, de frente para o hacker e abri a portinha, pegando uma caixa onde tinha várias fotos.
Passei quase a tarde toda vendo álbuns antigos, e uma foto me chamou atenção, me fazendo depois de muitos anos, tentar imaginar como seria se eu tivesse meu pai aqui comigo.
Ele está vivo, mas nunca tentou contato comigo, só mandava pensão todo mês até eu fazer meus dezoito, e pronto. Papel de pai estava sendo feito.
Não julgo ele, não sei o que se passa, o porque dele ser assim, ou como ele se sente em relação à mim também. Compreender as pessoas, é melhor do que julgar sem saber, isso é um fato!
— Você se parece com ele. — me assustei ao ouvir a voz da minha mãe e olhei pra trás vendo ela entrando na sala.
— Não vi você chegando. — fechei a caixa e guardei, ficando com a foto na mão.
— Filha, você sente falta de uma figura paterna? — ela colocou as duas sacolas no sofá e se sentou.
— Não tem como sentir falta do que eu nunca tive, mãe. — sou realista. — Você sempre foi completa pra mim, meu pai e minha mãe. Nunca me faltou nada! — me sentei ao lado dela. — mas deve ser bom ter um pai presente.
— Eu acho que tenho o contato dele ainda, se caso querer tenta aproximação, pegue. — ela tirou o celular do bolso e colocou na minha perna. Se levantou pegando as duas sacolas e foi para a cozinha, olhei o celular e pensei se eu faria isso.
Ela tinha um contato, que era o de trabalho dele, onde ele somente mandava os comprovantes com uma frase. "Boa tarde como a Arielly está?" E quando minha mãe respondia, ele apenas visualizava, e assim seguia, a mesma coisa, todo santo mês.
Nunca me interessei em pegar o contato, assim como ele nunca se interessou em pedir o meu.
Mas claro, um tem que ter uma iniciativa, só não sei se eu estou pronta para tomar ela.
Procurei e achei, enviei pra mim e escrevi uma mensagem curta.
"Boa tarde, Henrique. Sou a Arielly, sua filha. Como você está?"
Enviei e em seguida recebi uma mensagem automática, do contato comercial e mordi os lábios me arrependendo de ter mandado, com medo dele nem se quer responder.
Deixei o celular de lado, já sentindo a ansiedade tomar meu corpo.
Peguei o celular da minha mãe novamente, apagando a mensagem do contato do celular dela para o meu, apagando somente para mim. Deixei o celular de lado e me levantei.
— Enviou? — ela gritou da cozinha e eu respirei fundo.
— Não.
×××
Pessoal, sei que muita gente espera pela ficada do Rw e da Ary, mas vocês tem que entender que eu tento escrever uma história, onde o romance deles comece de forma natural, com uma aproximação, uma amizade de começo.
M.
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Dentro de você.
RandomUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro