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Relações superficiais.

Terça-feira| Rio de Janeiro
Renato Cardoso, RW.

Point of view.

Sai da casa da Arielly e fui direto para a sala de reuniões assim que eu vi a mensagem do Gw. Cheguei lá e me encostei no canto da parede, vendo a sala encher de nego com fuzil nas costas. Passei a mão na cintura, confirmando minha 38. Matheus encostou sério do meu lado, e eu estranhei mas calei minha boca.

Guilherme se sentou na cadeira, e em seguida, Carlão passou pela porta de ferro, ele fechou e caminhou ficando na frente de todos, e com as costas viradas para o Gw.

— Primeiramente, boa tarde á todos. — ele fala e um coro de "boa tarde" sai. Ele passou os olhos em cada um. — na minha viagem, para a Venezuela. — pontua. — descobri que um brasileiro se passava de venezuelano, Jorge Henrico, como ele gosta de ser chamado. — Guilherme se levantou abrindo um papel grande e esticando, mostrando a foto de um homem branco e bem barbudo. — ele está a anos, querendo se meter dentro dessa favela, colocando pessoas aqui dentro.

Cocei o cavanhaque fitando a imagem na mão do Guilherme, e me perguntando de onde eu conhecia esse velho, já que sua fisionomia não me era estranha.

— Jorge Henrico, ou melhor, Henrique Almeida. — paro de coçar o cavanhaque, me recordendo breve de alguém com este sobrenome. — colocou PH e V5 aqui, desde novos para crescer dentro da minha favela, passando por cima da minha conduta e da de vocês, pra nos passar pra trás. — engulo seco, e encaro o Guilherme, que me encarava com um olhar sério só afirmando totalmente a minha teoria.

— Eu quero a cabeça desse desgraçado, custe o que custar. — ele volta a dizer. — Henrique, tem uma filha com uma moradora daqui, Vanessa, tia de um dos nosso, Gw... — fecho meus olhos sentindo um frio percorrer meu corpo, mas abro novamente ouvindo o nome da minha Ariel. — Arielly é ex namorada do Ph, quero que tentem descobrir qualquer tipo de relação paterna que ela tenha com ele e se ainda tem algum contato com o Ph! Colocaria o Gw facilmente nisso, mas ele não iria arriscar a vida da prima, e eu já tenho outros planos pra ele. — Guilherme abaixou a imagem e se sentou na cadeira, passando as mãos no rosto apreensivo.

— Eu cuido dela. — tomei voz e a sala toda me olhou. Carlão tinha um semblante divertido no rosto. — Arielly é próxima a mim, consigo o que você tá se deixar esses outros longe dela. — garanto e ele abre um sorriso.

— Parece que estamos todos se entendendo. — fecho a cara quando o sorrio dele aumenta, e ouço os resmungo do Teco ao meu lado. — agora, iremos falar do assalto que temos pendente...

Reunião acabou, marcamos o assalto na pista pra semana que vem, e eu tava sufocado no ódio dentro de mim.

— Toma no cu, caralho. — xinguei assim que ficou só nóis três na sala. — Carlão ta ligado que Dona Vanessa veio embora porque separou, a filha mal sabe do pai, quer envolver elas nisso pra que?  — cruzei os braços.

— Bagulho é o seguinte aqui, Rw. — Guilherme me olhou sério. — ninguém é otario, todo mundo vê tuas intenções com a Arielly, mas se quer investigar o que a gente já sabe, c vai, mas não deixa ela descobrir tua mentira não! — ele avisa. — família minha, e sei que o Carlão não tá doido de passar por cima de morador, por isso não me preocupei quando soube desses bagulhos tudo.

— Carlão tava com tu em que horário? — suspirei fundo.

— Sete horas da manhã nóis já tava no galpão já, chegamo' era umas dez, depois fui pra casa dormir um pouco. Por que?

— Carlão ta saindo com a tua tia meu parceiro. — Teco falou depois de uma cota em silêncio. — e nóis achando que ele tava interessado nela. — ele negou com a cabeça.

— Plano dele tá bolado, Teco e não é de hoje. — pontuei. — e, Gw. — chamei atenção dele. — tenho más intenções com a tua prima não, po. Arielly e eu tem nossas intrigas mas faz parte, jamais vou fazer mal pra ela. — sou sincero. — e tô ligado no que vou fazer pra destrinchar coisa do pai dela, mas vai ser no meu tempo.

— Beleza, po. Faz teu corre, tô confiando. — ele diz e eu concordo.

— Tenta alertar tua tia, mas sem deixar muito na cara. — Matheus aconselha. — Carlão tá jogando muito baixo.

— Quem vai alertar não vai ser eu não, Teco. — ele ri negando. — vou fazer chegar nos ouvidos da Arielly, fácil assim. — dou risada negando. — agora vou subir pra casa, tô mortão de ontem, e mais tarde ainda vou jantar com a Maria Júlia. — ele sorri de lado se levantando e eu levanto as sobrancelhas.

Pulei quantos episódios?

— Vish, tá assim é. — brinquei.

— Cê nem viu nada ainda, Rw. — Teco negou com a cabeça. — todo dia tão se vendo, ele tá logo buscando ela no serviço, que eu tô bem vendo.

— De vez em quando só, exagerado. — ele negou. — agradar minha gata.

— Tô perdendo muita coisa mermo. — dei risada. — só falta tu desencalhar Teco.

— Se liga, parceiro. — ele riu. — pai aqui tá mais disputado que Champios League

— Aí ce acorda. — tirei meu celular do bolso, vendo que já era quatro e meia da tarde já. — vou vazando, tô cansadão pra caralho, pior que velho.

— Idade chega pra todos. — Matheus abriu a porta saindo na rua. — vou descer lá em baixo agora, ver ce vejo a amiga da mina de vocês por aí.

— Karine te ver ela da uma porrada em tu. — Gw tirou onda com ele.

— Que nada...

×××

pensando em escrever o 2 livro de "pra sempre você".
Apoiam?

M.

Dentro de você. Onde histórias criam vida. Descubra agora