Desejo [Livro 1] - [Concluída]

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐: 𝐃𝐞𝐬𝐞𝐣𝐨 𝐋𝐚𝐬𝐜𝐢𝐯𝐨

Boa leitura!

Desejo.

Todos temos o desejo de fazer algo mesmo que muitos desses desejos nos prejudiquem.

Eu desde pequeno fui um garoto que almejava muitas coisas, conquistá-las nem sempre foi possível. Uma delas foi o Taekwondo, lembro da felicidade do meu pai ao me ver interessado em algum esporte, ele dizia que o fundamental era me trazer disciplina e músculos depois.

Meu desejo se tornou realidade, como treinar boxe, entre outros tipos de exercícios de auto defesa. Eu gostava, nunca me meti em brigas para poder mostrar o que eu sabia, na verdade, ninguém sabia que eu treinava, além de Taehyung e meu pai. Nem Jimin sabia. Eu só era visto como o filho "afeminado" do coronel, o erro, sabe? No início era incômodo essa taxação, pois era realmente errado não ser como meu pai?Quando nem ele se incomodava com isso.

Depois, com o tempo e com a idade, eu vi que não tinha nada de errado, nem na taxação e nem em mim. Eu não precisava exibir meus músculos para todos para, assim, provar o quão másculo e homem eu era, porque não tinha disso, nada daquilo me definia. Eu sempre vou ser o Jeon Jungkook, filho único e que almeja ser feliz do jeito que era e com quem fosse, homem ou mulher.

Isso nunca mudou e nem vai mudar.

Meu pai sabe quem sou, no início foi difícil, mas ele nunca me maltratou e nem minha mãe, eles entenderam e o amor continuou, pois afinal, eu não deixei de ser Jeon Jungkook, o filho deles.

Sentado naquela sala de espera, observando o meu confronto de horas atrás, do lado oposto de onde estava, cheguei a profunda certeza de que não me arrependi de meu ato. Eu não sou de ferro e também não sou uma aberração para ser tratada como uma, tenho o direito de me defender.

Jinsung estava com alguns curativos pelo rosto e eu só tinha um no canto de minha boca, o qual Taehyung insistiu em colocar, mesmo com protestos meus dizendo que estava tudo bem.

Antes que eu pudesse analisar qualquer coisa à minha volta, o reitor passou a nossa frente em duros passos e com um semblante nada agradável.

— Vocês dois, me acompanhem, agora!

O mesmo entrou em sua sala deixando a porta aberta e eu segui logo atrás, juntamente com Jinsung. Taehyung me prometeu que iria aparecer, mas até agora nada dele.

Ao entrar na sala fiquei em pé em um canto e Jinsung no canto oposto.

— Eu poderia pedir para que me explicassem o que aconteceu, mas eu vi o vídeo das câmeras, e bom, é claro o que ocorreu. Então Jeon, me diga o porquê da sua atitude agressiva para com Jinsung? Você sabe que cometeu um crime e que se Jinsung quiser, ele pode fazer uma queixa contra você?

— Creio que só com um vídeo o senhor não pode chegar a tais conclusões. E é óbvio que ninguém agride outra pessoa sem uma motivação.

— Oh! Senhor Jeon, quer me explicar isso? Tudo bem, qual sua motivação para agredir Jordan? — Disse em tom de deboche. Provavelmente não gostando do meu confronto.

— Seu filho cometeu um crime e eu me defendi. — Pontuei, já cansado daquele nepotismo escancarado exercido pelo reitor.

— Aqui ele não é meu filho é mais um universitário como você! — Disse rispidamente. Nem parecia que o problema era meu e do filho dele, ele estava literalmente tomando as dores do primogênito.

— Sério? Não é o que aparenta com suas atitudes. Nem saber o que ele falou, você quis. — Joguei meus cabelos para trás apontando com as palmas abertas na direção de Jinsung, que estava quieto somente apreciando a defesa ativa de seu pai, o poupando de qualquer intervenção.