ᴀʟʟ ᴛʜᴇ ʟɪᴇꜱ - ʟɪᴠʀᴏ ᴜᴍ

prólogo

● Morgana Lillianna King ●
passado / 13 anos de idade

Estava uma noite fria e nebulosa quando meus pais decidiram que sairíamos de última hora. Minha mãe, Donnatella, parecia agitada enquanto arrumava rapidamente algumas malas.

Enquanto meu pai, estava ao volante, com um olhar que eu nunca tinha visto antes — uma mistura de preocupação e urgência.

Eu estava no banco de trás, tentando entender o que estava acontecendo. Quando eu despertei do meu sono, já me encontrava aqui.

Meu coração batia acelerado, mas permaneci em silêncio, observando os gestos tensos dos meus pais. Quando Donnatella finalmente entrou no carro, ela olhou para papai com olhos arregalados, como se estivesse em pânico.

—Nikolai, precisamos ir agora. —ela disse, a voz tremendo. Meu pai apenas assentiu, sem dizer uma palavra, e o carro arrancou com uma velocidade que não era comum para ele.

A paisagem passava rapidamente pela janela, mas minha mente estava focada na estranha atmosfera dentro do carro.

Meus pais sempre foram um porto seguro, e vê—los tão perturbados me deixava ainda mais inquieta.

—Mãe, o que está acontecendo? Para onde estamos indo?— Perguntei, hesitante.

Donnatella virou—se para mim, tentando sorrir, mas o medo em seus olhos era claro. —Está tudo bem, querida. Só precisamos sair da cidade por um tempo. —

Sua resposta não era nada convincente.
— Mas e a vovó e o tio Thomas? —questionei.

—Eles ficaram bem Morgana. —respondeu simples meu pai ainda focado na estrada.

—Tenho que avisar Ares, ele vai ficar chateado se não ficar sabendo. —murmurei.

—Quando você dormiu e decidimos fazer essa viagem Morgana, avisamos ele. O mesmo disse para você se divertir, e quando retornar contar tudo que aconteceu. —informou.

—Tudo bem então. —minha mãe sorri para mim e então volta a encarar a estrada.

Olho para papai pelo retrovisor, esperando que ele dissesse algo que me tranquilizasse. Ele apenas apertou os lábios e manteve os olhos na estrada.

Comecei a perceber que algo muito sério estava acontecendo, algo que eles não queriam me contar.

O silêncio dentro do carro era ensurdecedor, e o som do motor parecia aumentar a tensão no ar.

Minhas mãos suavam, e eu me mexia no banco, tentando encontrar uma posição confortável, mas a inquietação não me deixava em paz.

A cada quilômetro que percorríamos, a sensação de perigo iminente crescia. Eu não sabia o que nos aguardava, mas uma coisa era certa: aquela viagem mudaria nossas vidas para sempre.

Tentei assistir alguna coisa no meu celular, mas não conseguia porque o sinal estava péssimo, ouvir música não diminuía minha ansiedade , com a mente a mil, resolvo  tentar obter mais respostas.

—Mãe, pai, vocês precisam me dizer o que está acontecendo. — insisti, tentando manter a calma na voz.

Meu pai trocou um olhar rápido com minha mãe antes de responder, ainda sem tirar os olhos da estrada.

—Morgana, não queremos te assustar, mas precisamos sair da cidade por um tempo. É uma questão de segurança.

—Segurança? Do que estamos fugindo?— Minha voz ficou mais alta, a ansiedade transbordando.

Donnatella tentou acalmar a situação.

— É complicado, querida. Só precisamos confiar uns nos outros agora. Logo estaremos em um lugar seguro. —A resposta vaga apenas aumentou minha frustração.