A sensação de uma barreira caindo sobre minhas costas me golpeava internamente, consumindo-me com desespero e medo. O temor da verdade me paralisava.
Ajoelhada, mãos enterradas no rosto, a vergonha me envolvia. Uma onda de frio percorria meu corpo, me alarmando diante do desespero, do medo e da angústia.
Kastiel acabou de matar aqueles três homens, sua respiração descontrolada e sua caixa torácica se movendo freneticamente.
Ele parecia à beira de um surto, seus passos circulando pelas poças de sangue. Suas veias no pescoço pulsavam com a vontade avassaladora de gritar, suas mãos envoltas na arma com uma força que deixava as veias de seu braço visíveis.
Jacob encarava a cena com perplexidade, a mão tapando a boca, enquanto Dante parecia estar em estado de choque.
— Nadine... — Dante coça a nuca, buscando palavras ao encontrar meus olhos. — Você precisa ser forte, ok? Você sabe como é essa vida...
— Dante, me tira daqui, por favor, por favor... — Minha voz sai embargada, lágrimas se acumulam nos meus olhos.
Ele aperta os lábios, com um olhar cabisbaixo. Então, num gesto rápido e cuidadoso, ele me pega no colo. Escondo meu rosto na curva do seu pescoço e as lágrimas escapam.
Eu me sentia fraca, mas não me importava. Só eu conhecia a sensação de ser enganada, de me sentir incapaz, sem certeza sobre minha própria vida.
Parecia que não só a vida de Kastiel era um livro fechado, a minha também. Um livro trancado com cadeados que nem eu podia abrir.
Meu corpo se move junto ao de Dante, em seu colo sinto-o se mover pela floresta. A tarde já estava caindo, e era arriscado continuar ali. Mais homens foram acionados, mas nada disso importava para mim, não mais.
— Vamos para casa, minha caçula — Dante murmura, beijando suavemente minha cabeça. — Vai ficar tudo bem, ok?
— Não sei se consigo, Dante. São tantos segredos... — murmuro, sentindo sua bochecha contra minha testa.
— Vai, sabe por quê? Porque eu te vi aguentar coisas piores. Você vai chegar em casa, vai se acalmar e deixe que Kastiel e eu resolvamos isso. Por enquanto, são apenas boatos, ninguém sabe se é verdade ou não. — Sinto seu dedo tatuado enxugar minha lágrima. Fungo o nariz com força. — Apenas continue a nadar...
— Conheço esse ditado — sorrio, apesar das lágrimas.
— Isso mesmo, você sempre continuou, mesmo sendo um pequeno peixe em meio aos grandes tubarões. Mantenha esse ritmo, minha garota. — Ele beijou minha testa com suavidade. — Agora pare de chorar e vamos para casa.
Assinto, limpando o nariz. Dante abre a porta do carro e me coloca com cuidado no banco de trás, assumindo o banco do passageiro.
Meu coração dispara ao ver Kastiel furioso se aproximando do carro.
Atrás dele, uma nuvem de fumaça sobe do armazém em chamas, as drogas dentro.
— Mas o que porra você fez, caralho?! — Dante indaga, incrédulo. — A NSA não vai gostar de saber que você ateou fogo em drogas que valem milhões de dólares.
— Eu avisei para ele — Rachel alerta, dando de ombros.
Kastiel abre a porta, assume o volante e bate a porta com força. Rachel e Jacob sentam no banco de trás, junto a mim.
Ele não diz nada, apenas arranca o carro com tanta força que sinto meu corpo bater contra as costas do banco em um solavanco.
O silêncio instala-se dentro do carro, em uma tensão palpável e ofegante. Kastiel mantém os olhos fixos na estrada, as mãos agarrando o volante com a mesma intensidade de antes. Posso ouvir sua respiração pesada, quase sincronizada com o pulsar do meu próprio coração.
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑
FanfictionESSA OBRA É UM DARK ROMANCE Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho vermelho com chifres e rabo, mas sim habitava em um corpo real. Um indivíduo de cabelos pretos, pele clara...