Ou do meu jeito, ou de jeito nenhum.
Quinta-feira | Rio de Janeiro
Renato Cardoso. RW.Point of view.
Desço pra boca assim que o dia raiou. Oito horas da manhã e o sol tá de queimar nego. Hora que cheguei os vapores tudo sinalizou pra mim, e eu entrei vendo os mais novos trabalhando tudo na conduta certa.
- Chama o V5 pra mim. - peço me sentando e pego um kit maconha em cima da mesa, coloco a maconha no dichavador e espalho pela seda com a piteira na ponta, passo a língua devagar na seda fechando o baseado. Tiro o isqueiro do bolso e ascendo, levando direto para a boca. Trago e solto a fumaça em seguida pela boca sentindo a essência boa. V5 aparece na sala, fazendo sinal pra geral sair e eu fiquei na minha.
- Eai, chefe. - ele faz um toque comigo. - chamou?
- Senta ae. - mando e vejo ele engolir em seco, puxando a cadeira e se sentando na minha frente cruzando as pernas. - Tá passando necessidade? - pergunto sério e vejo o deboche estampado na cara dele.
- Qual foi, Rw. Tá de tiração? - ele ri e eu solto a fumaça pra cima, tirando minha arma da cintura e posicionando em cima da minha perna vendo ele fechar a cara.
- Respeito é bom, e eu gosto. - ele concorda. - Tá ou não tá?
- Não, patrão.
- E tá desviando dinheiro da gerência por que? - ele me olha sério negando com a cabeça, sua mão se direciona para o boné, trocando o lado e eu sorrio, pegar nego na mentira é fácil. - não precisa ficar nervoso, tô trocando um dez dboa contigo.
- Não to nervoso. - ele cruza os braços descruzando as pernas. - e nem tô desviando dinheiro não, sei da minha conduta, Rw e nunca deixei de seguir ela. - ele descruza os braços, erguendo o corpo pra frente me fazendo analisar ele, e questiona-lo se ele acha que eu nasci ontem. Mas somente fico quieto, sei bem o que vou fazer.
- Sai. - Mando e ele concorda se levantando, e mais uma vez, mexe no boné. Assim que o V5 saiu da sala, peguei meu celular, mandando mensagem para o Teco, selecionar cinco olheiros para ficar na cola do V5, mudar três daqui e colocar dois de lá, e redobrar o trabalho, bora vê se o negócio não vai pra frente.
Me levantei e saí da sala, batendo de frente com o Ph, ele engoliu em seco e eu encarei ele firme. Não ia perguntar porra nenhuma pra ele sobre a Arielly, ia ficar na minha.
Passei por ele, saindo de lá e indo para a rua, subi na moto e fui pra casa, quando cheguei, a Dona Cláudia já estava limpando a casa e eu já senti o cheiro bom de comida.
Claudia era mãe da Maria Júlia, ela trabalhava dois dias da semana aqui em casa. Segunda e quinta, era ela que desenrolava tudo pra mim, limpeza e comida.
- Almoço já está pronto. - ela diz e eu concordo.
- Teu pagamento eu deixo na tua casa mais tarde, beleza? - tinha que arrumar os dinheiro e selecionar o pagamento de uns funcionários.
Umas coisas ficava por conta do Gw e V5, já os que fazia uns corre por fora pra mim, quem pagava era eu mesmo. Ph mesmo, é eu que pago.
- Tá certo. - ela concorda se virando e voltando a passar pano no chão, dou meia volta e subo para o andar de cima, vendo tudo limpo e organizado, parecendo até outra casa.
Entro no quarto me jogando na cama e vendo umas mensagens do Matheus dizendo que fez o que eu mandei e que o esquema tava certo já.
Entro no Instagram vendo uma mensagem da Arielly de cinco minutos atrás, e sorrio de lado. Nem passei de frente a loja que ela trabalha hoje.
"Aniversário do Guilherme é quinta que vem, Tia Carla vai fazer uma festa SURPRESA"
"chama os amigos próximos dele que você sabe quem é, mas deixa claro que ele não pode saber de nada." Almeidaarielly"Tá certo, gata."
"Ja já colo ai" cardosorj_Bloqueio a tela do celular, me levantando e indo para o banheiro tomar um banho.
Me arrumei e desci, indo para a cozinha e almoçando. Assim que terminei, guardei as coisas e lavei tudo que sujei, era folga demais deixar para a coitada da Cláudia.
Subi na moto e desci direto para a loja, parei lá de frente e desci encostando na moto vendo ela atendendo umas mulheres. Seu olhar bateu com o meu, e na hora ela fechou a cara virando o rosto e fingindo não ter me visto.
- Maria Júlia. - Gritei a cacheada que me olhou por cima do ombro, ela se virou e veio até a porta. - chama tua amiga, agora.
Ela me olhou de cima a baixo, se virou e passou pela Arielly sem falar nada. Me desncostei e entrei na loja, fazendo as duas mulheres que a Arielly estava atendendo, me encarar e sorrirem de lado, devolvi o sorriso vendo a branca com a cara fechada.
- Mais alguma coisa? - ela solta um pigarro chamado atenção das mulheres que voltam a olhar para ela negando. - Certo. Maju, passa pra mim! - ela entrega as roupas para a amiga que está no caixa e passa pelas clientes puxando meu braço e me colocando pra fora da loja. - cara, que merda você quer comigo?
- Quero que tu volte para o Pedro. - arrumo a minha postura cruzando os braços, ela me olhou desacreditada e com a testa franzida.
- Você é maluco. - ela ri desacreditada e negando. - nunca vou fazer isso.
- Tu gosta dele, po. Dá uma chance pro cara. - ela se aproximou de mim, sustentando o olhar e me encarando com desgosto.
- Me deixa em paz, para de se meter na merda da minha vida, cara. - travo o maxilar.
- Tu precisa voltar com ele, Arielly.
- E por que?
- Preciso de informações. - explico e ela solta uma risada.
- Você é o subdono, não é? Você consegue, sem mim e sem esforço nenhum. - ela suspira. - Pedro nunca me contou nada de nenhum negócio dele nesse ramo, a não ser que o chefe mandão dele era um babaca, e isso só comprova.
Seguro forte no braço dela fazendo ela seguir meu movimento com o olhar, com a outra mão, Arielly arranhou meu braço me fazendo soltar ela indignado, ela se soltou parecendo assustada, sua boca abriu diversas vezes mas nada saiu, ela de virou quase correndo e entrou na loja novamente.
•••
Vontade de descer o Renato de porrada.
M.
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Dentro de você.
RandomUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro