Seu olhar me domina por inteira.
Quarta-feira | Rio de Janeiro.
Arielly Almeida.point of view.
Se sentamos em uma mesa mais afastada, que dava a visão perfeita de todos que passavam na rua e entrava no bar.
— Arielly, a Eduarda tá uma safada. — Karine chama a minha atenção e a Maria Júlia cai na risada vendo a minha cara de espanto. — sério mesmo.
— O que ela aprontou agora? — pergunto já sentindo a vergonha alheia pela coitada da minha prima.
— Tá pegando bandido casado. — fico seria assim como a Maju.
Eu sabia que isso era coisa séria, se a fiel desse bandido pegar a Eduarda, já era, esbagaça a cara dessa retardada na hora.
— Mano, essa menina é louca. — Maria Júlia diz perplexa colocando a cerveja no copo. — Alguém tem que fazer alguma coisa, senão ela vai sair careca e com a cara arregaçada.
— Eu nem falo mais nada. Conselho não adianta, apanhando às vezes aprende. — dou de ombros dando um gole na minha bebida e olhando para frente.
Era incrível a forma como toda vez que eu me distraia para olhar para algum lugar, meus olhos fazia o encontro perfeito com os olhos do Renato. E me causava uma raiva absurda, Porque por algum motivo totalmente sem nexo eu me sentia estranha e incomodada, mas não de uma forma ruim.
Desvio o olhar dele ignorando sua presença no bar e me viro para as meninas que já conversavam sobre outro assunto que eu nem consegui prestar atenção.
— Tia Carla está querendo fazer uma festa surpresa para o GW, E vocês estão mais que convidadas. Principalmente você, Maria Júlia. — Olho para ela dando uma piscada e soltando uma risada, desde mais novo Guilherme sempre foi afim dela.
— Vocês tem que parar com isso, Já não basta o Teco que vive me perturbando com essas coisas. — ela bebe a cerveja e a Karine olha desconfiada. — vocês têm que entender que isso foi na época do ensino médio , GW não deve sentir mais nada.
— amiga, a forma como ele te olha entrega muito. — Karine sorri mas logo fecha a cara olhando para frente. Confusa, só olho para trás vendo Pedro entrar com uns caras do lado.
O rosto dele estava com alguns hematomas e não duvido nada de ter sido o meu primo, quando o Guilherme soube o que ele fez comigo ele ficou irado.
— Não acredito que esse idiota tá aqui logo hoje. — Maju fala brava e eu suspiro olhando para frente.
— Ponto de traficante, só pode. — viro a cerveja do meu copo na boca, como se fosse água. — mas vamos pedir o que comer e ignorar totalmente ele. — elas concordam e a Karine chama o garçom.
Pedimos batata frita e mais três hambúrguers. Achei revolucionário um bar ter tantas opções de lanches assim.
Senti uma raiva quando olhei e vi o RW e o Pedro conversando na maior intimidade do mundo. Eu não era burra, sabia facilmente que o RW não era um bandido qualquer, ele era considerado o segundo chefão aqui do Vidigal e eu só soube disso naquele dia do churrasco na quadra que eu contei para as meninas quem foi o meu ouvinte, e elas simplesmente surtaram me passando a ficha completa dele.
Pedro trabalha para ele, e diversas vezes quando estávamos juntos ele me dizia que o patrão dele precisava dele para fazer certas coisas. E eu sabia que era esse tal de Rw, mas eu nunca tinha visto foto ou nada do tipo, e muito menos pessoalmente.
— Maju, quanto tempo. — ouço alguém falar e me viro por cima do ombro vendo o Vitor, garoto qual fez o fundamental 2 comigo, ele estava completamente diferente da última vez que eu vi, seu corpo todo esta tatuado e bem forte. — Nossa, Karine e Arielly, quanto tempo. — ergo meu corpo, sentindo ele dar um beijo estralado na minha bochecha.
— Tem um tempinho bom mesmo. — digo assim que ele se afasta ficando totalmente em pé.
— Agora ele só quer ser chamado pelo vulgo. — Maju começa tirando onda. — V5, não é?
— É. — ele ri de lado concordando. — Bom, vim aqui só falar com vocês. Uma boa noite aí gatas. — ele acena com a cabeça e se vira, me fazendo virar meu corpo na cadeira e ver ele seguindo para a mesa onde estava o Rw e o Pedro.
Renato tinha o olhar sério em mim, assim como o Pedro Henrique, me fazendo engolir seco e me virar vendo o pedido chegar junto com mais cervejas.
Vejo a tela do meu celular ligar em cima da mesa e estranho logo, pego vendo uma notificação no Instagram, Entro no aplicativo vendo uma solicitação na caixa de mensagem.
"Ent o Ph que é teu ex?..." cardosorj_
Eu sabia quem era, não tinha foto de perfil ou alguma publicação, mas tinha diversos seguidores, e quando fui ver, o filho da puta só seguia dez pessoas, e eu não estava entre elas.
"É." Almeidaarielly
Respondo simples deixando o celular em cima da mesa denovo, vendo o olhar curioso das duas em cima de mim.
— Precisamos perguntar ou você vai contar por livre e espontânea vontade? — Karine pergunta enfiando três batatas na boca.
Desbloqueio o celular para mostrar a mensagem para elas, e quando vejo, tem mais duas.
"Que mal gosto em"
"Nove horas tu sai, quero trocar um papo dez com tu, asós" cardosorj_— Disfarçem. É o Rw.
Falo baixo para não correr o risco dele ou qualquer outra pessoa ouvir, e também para elas não surtarem aqui nessa mesa. Karine quase botou os olhos para fora, Maju então se engasgou com um pedaço do hambúrguer.
— Não morre não porque preciso de ajuda para a resposta. — dou três tapinhas fraco nas costas dela que se recupera dando um gole na cerveja e me encarando séria. — qual foi? — já me preparo para o julgamento mas quem toma a voz é a Karine.
— Responde logo que vai, Arielly. — ela manda e eu encaro ela indignada.
— Mas eu não vou. — cruzo os braços encostando as costas na cadeira. — E nem adianta vocês me olharem assim, vocês mesmo me passaram a ficha de quem ele é! — justifico.
— e é por isso mesmo que você vai. Se ele quer trocar um papo contigo, tem motivo. E ninguém aqui quer morrer curiosa não, então tu vai Arielly. — Maju fala voltando a comer e eu fico na indecisão.
•••
Gravem bem o V5 ;)
M.
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Dentro de você.
RandomUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro