Eu disfarço tudo com cigarro, cerveja e sorriso.
Sábado | Rio de Janeiro
Renato Cardoso. RWpoint of view.
Chego na quadra vendo as coisas animadas e já me animo logo. Churrasco e pagode é tudo de bom, na moral mesmo, tem coisa melhor não.
— Fala meu mano. — faço um toque com o Teco que vem até mim assim que encosto. — tá cheirosão em parceiro.
— Gostou? — brinco com ele. — Leva pra tu. — caímos os dois na risada. — tu não sabe.
— Aprontou o que? — começamos a andar, e ficamos pique vereadores, cada pessoa que passava por nois, tinha que comprimentar.
— Derrubei meu whisky caro em uma doida ontem no baile, depois vi ela descendo em sentindo á boca principal, decidi ir atrás né, aí desabafou comigo sobre o relacionamento dela, fiquei de ouvinte. — conto me lembrando da noite anterior e dou risada negando com a cabeça.
— Era bonita pelo menos?
— Te falar aqui, acho que era aquelas gótica, tá ligado? Olho todo preto, esses bagulhos assim. — dou de ombros. — não que eu tenha nada contra, estilo é estilo.
— Coitada, o trauma dela. — ele ri negando. — não tem uma porra de mesa vazia nesse caralho. — ele para de andar. — Bora colar ali com o Gw!
Andamos até uma mesa com seis lugares, já chego sentando e comendo uma carne do pratinho descartável, larica da porra.
— Educação tá em dia em, que isso, mané. — Guilherme nega rindo e eu faço um toque com ele vendo o Teco sentar na minha frente, olho pro lado vendo uma bolsa na cadeira.
— Vish, tá acompanhado?
— Prima minha e as amigas dela, dboa. — fala abrindo uma cerveja. — assalto de amanhã tá em dia né?
— Lógico. — Teco responde com a boca cheia de carne e suja de farinha.
Sinto a presença de uma pessoa atrás de mim e me viro vendo duas meninas encostarem na mesa. A morena de tranças, reconheço ser a Karine, já a branca do cabelo liso, não consigo reparar muito por ainda não ter visto seu rosto.
— Eai, teco. — Ela fala fazendo um toque com ele, e assim que ela se vira pra mim, reconheço na hora e percebo sua respiração desregulada, mas ela sabe disfarçar bem, e apenas estica a mão me comprimentando. — Oi!
— Eai. — aperto vendo ela engolir seco e se sentar ao meu lado, colocando a bolsa no colo. — Fala tu, Karine. — faço um toque com ela assim que ela terminar de comprimentar o Matheus.
— Acho que só quem não se conhece aqui é ces dois. — meu amigo fala na inocência me fazendo sorrir de lado.
— Sou a Arielly, prima do Gw. — concordo dando um gole na cerveja, e vejo ela me olhar procurando uma apresentação formal.
— Rw. — digo e ela se vira pra frente colocando uma carne na boca e batucando os dedos na mesa.
— Cadê a Maria Júlia? — Gw pergunta sério, e a branquinha do meu lado olhou pra ele com um sorriso nos lábios.
— Relaxa que ela tá vindo. — Deu nem um minuto, a tal Maria Júlia chegou e se sentou na mesa.
E por incrível que pareça, foi engatando uma conversa manerinha entre nós seis, redendo altas risadas.
Vejo por canto de olho, ela do meu lado pegar o celular e vejo diversas chamadas perdidas.
Sou curioso mesmo. Da em nada!
— Sua mãe? — pergunto baixo sem olhar para ela.
— Não. — responde se levantando. — To indo comprar uma água, já volto já! — as meninas só concordam voltando a conversar com os outros dois em uma conversa que eu nem tava mais prestando atenção em nada.
Contei um minuto de relógio assim que ela saiu e fui atrás. E vi ela de longe fumando um cigarro sentada na arquibancada da quadra.
— Ótima água. — cruzo os braços, ela sorri de lado me oferecendo, pego da sua mão, dando uma tragada e devolvendo.
— Olha, Rw quero te pedir desculpas por ontem e por ter feito você me escutar. — ela pega o cigarro já falando. — e pelo esbarrão também. Não estava no meu perfeito estado.
— Que isso, po. — me sento ao lado dela. — tava achando que tu era uma gótica depressiva. — dou de ombros e ela solta uma risada boa de ouvir me fazendo rir também.
— Gótica? Me senti extremamente ofendida agora. — ela coloca a mão no peito rindo, seu olhar desce para a mão e joga o baseado fora. — Você deve achar que sou uma viciada né?
Nego com a cabeça e ela suspira aliviada.
— Por que eu acharia? — questiono sério e ela fica séria.
— Por nada. — ela se levanta me olhando. — vou voltar pra lá. — concordo vendo ela entrar para a quadra e suspiro passando a mão no rosto e voltando também.
Entro cantarolando a música que tocava no som, ao encostar na mesa as três estavam sambando animadas junto com o Teco.
— Lembro da gente se amando em baixo do chuveiro vendo o banheiro imundar, deixa alagar, deixa alargar. — Arielly sambava perfeitamente bem, chamando atenção de diversos caras, me fazendo sorrir de lado com a cena.
Olho para o lado, vendo a Eduarda se juntar e me olhar sorrindo e acenando com a mão, retribuio pra não ser o pau no cu que esse povo pensa que sou e desvio o olhar dela.
— Tudo bem? — quase dou um pulo de susto, a menina tava lá do outro lado e agora já tá aqui, bagulho surreal, sério mermo, eu em.
— Dboa. — Concordo abrindo uma cerveja.
Ela continua do meu lado, e me estresso. Gosto disso não, tava na cara que a menina tava fazendo isso pra se amostrar para as amiguinhas dela. Mas posso fazer o que? Nada não. Irmão tá do lado, quem tem que dar jeito é ele.
— Pega teu rumo pra casa, Eduarda. — foi como se ele tivesse ouvindo minha mente, porque na hora chamou atenção dela que olhou brava pra ele. — agora!
Arielly se vira parando de dançar assim que a música parou, olhou os dois e se aproximou do Gw.
— Achei que não vinha. — Eduarda cruzou os braços olhando para a prima, e eu só observando enquanto bebo a minha cerveja.
— É, eu decidir vir. — ela sorri sem graça arrumando a sandália. — Tô subindo daqui a pouquinho, Gw. Ela vai comigo.
Eduarda se vira pra ele jogando o cabelo de lado, de forma vitoriosa e se sentou no lugar da Arielly que ficou sem graça e continuou em pé pra não se sentar no lugar de ninguém.
Palhaçada mermo.
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Que comecem os mimos 🤌🏻
M.
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Dentro de você.
RandomUh uh yeah Fui deixando acontecer Sempre me amei primeiro Não queria me envolver Uh uh yeah Acho que foi o seu jeito Foi assim que me entreguei Acordei no seu travesseiro