Capítulo dezessete: Para mim, você é o oceano irredimível que me libertou.

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N/A: alguns capítulos atrás coloquei que a catarina tem 28 anos, mas errei, na verdade é 26! Esse capítulo é do jeitinho que a gente (eu) gosta: tem depressão, putaria, depressão e mais umas coisas ai

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N/A: alguns capítulos atrás coloquei que a catarina tem 28 anos, mas errei, na verdade é 26! Esse capítulo é do jeitinho que a gente (eu) gosta: tem depressão, putaria, depressão e mais umas coisas ai...

Capítulo dezessete:

O Serpente da Alvorada estava ancorado na cidade portuária de Litsa, no Império Suli. Tinham parado ali no meio da tarde anterior e alguns tripulantes já estavam em uma das muitas estalagens do local. Quando Elizabeth atravessou o convés aberto pela madrugada, acreditou que não encontraria ninguém na proa, mas inspirou com força quando viu a silhueta de Catarina sentada.

De costas, o cabelo vermelho estava preso em um rabo-de-cavalo com algumas mechas soltas de quem dormiu com o penteado e não se importou em refazê-lo. Ela estava com as costas inclinadas, os ombros caídos e um casaco cinzento e quente que deveria pertencer a um outro tripulante com um corpo bem maior que o seu.

Antes que pudesse retornar para a cabine, Elizabeth ouviu sua irmã mais nova chamá-la.

— Não se preocupe — a voz embargada a entregou. Catarina usou as mãos para sustentar o corpo e colocar-se de pé. — Eu estava de saída.

Os seus olhos azuis estavam úmidos e avermelhados. A voz revelava o choro recente. Ela ficava ainda mais parecida como quando era criança e isso fez o peito de Elizabeth se contorcer com melancolia.

— Pode ficar — disse Elizabeth — Taylor ultimamente não tem conseguido dormir sozinha, então é melhor que eu... — ela se interrompeu no meio da frase, porque todo o comentário pareceu vazio.

Tudo o que desejava era um pouco de ar puro para conseguir respirar e aliviar a enxaqueca. Desde que o outono retornara e a jornada da tripulação completava agora um ano e três meses, Elizabeth vinha sentindo uma dor física no peito difícil de distinguir. Com frequência, acordava com o coração disparado, a sensação de que colocaram um peso sobre as suas costelas. A respiração estava sempre a um passo de interromper-se em estocadas rápidas e dolorosas que forçavam Elizabeth a se afastar das pessoas antes que percebessem.

A pungente dor de cabeça na lateral esquerda do rosto também não ajudava. Ela se iniciava com uma simples tensão na têmpora, se expandia para trás dos olhos e sobrancelha, então transformava-se em uma dor ardida cuja luz forte ou sons altos a deixavam maluca. Uma ou duas vezes, Elizabeth se sentiu nauseada a ponto de se fechar no banheiro por vários minutos.

Não sabia se estava doente ou era apenas o seu corpo reagindo à mudança brusca de temperatura. Elizabeth tampouco queria descobrir.

Aquela era apenas outra madrugada que Elizabeth buscava o ar puro da noite e a calmaria do oceano por tempo o suficiente para o corpo relaxar e poder voltar a se deitar.

Se ela dormiria de novo, era difícil dizer.

— Você está bem? — perguntou Catarina após alguns segundos em silêncio.

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