—Ray! -ele me chama e eu continuo encarando a minha amiga esperando que ela me dê uma resposta.

Eu, mais do que ninguém, seria a primeira a felicita-lo, mas olha só o que ele faz! Não é possível que não perceba no que está se metendo! Mas, como não posso abrir-lhe a cabeça e enfiar um bom juízo lá dentro, opto pela decisão mais madura que me vem à cabeça no momento: levantar e ir embora.

—Ray, espera! -ele insiste. —O que houve?

—Rayane, eu não acredito que você vai fazer essa cena toda só porque eu estou namorando com o Yoongi. -ela fala levantando-se também e caminhando até onde estou. —Pensei que fôssemos amigas.

Eu me viro e apenas a encaro.

—Não sei o que deu em você, sinceramente. -ela continua. —Não cansa de ser sempre o centro das atenções? Por que a sua cabecinha egocêntrica não consegue entender que o Yoongi pode gostar de outra pessoa que não seja você? Cai na real! Isso nem é grande coisa!

Para uma garota tão inteligente, seu senso de ridículo parece que está desativado.

—Então é isso o que você pensa de mim? -eu pergunto bem séria enquanto o Yoongi me puxa de volta para que eu me sente, esperando talvez que esta conversa termine bem. —Que quero chamar atenção? Que é por isso que você acha que o Yoongi é próximo a mim? Por que sou egocêntrica e quero proibir o Yoongi de gostar de alguém? De todas as pessoas, você era a última de quem eu esperava ouvir isso. Eu nunca quis chamar atenção de ninguém! Não tenho culpa de ter depressão, de as coisas saírem do controle, de nem sempre ter as rédeas da situação. Você sempre disse que me entendia que sabia pelo que eu estava passando, mas agora vejo que estava errada. Eu te contei todos os meus segredos, dividi a minha vida com você, te ajudei a vir para a Coreia quando a sua vida estava completamente sem rumo e na primeira oportunidade você diz isso. No fundo, você é igual a todo mundo... aliás, você é pior, porque você é fingida e tenho certeza de que também está fingindo gostar do Yoongi já que acabou de dizer que "isso nem é grande coisa". Se gostasse dele de verdade não diria isso.

Ela parece que entendeu quão longe fora, mas aí já era tarde demais. Se tem uma coisa que você não pode recolher depois que joga, são palavras impensadas.

—R-raya... eu não quis dizer isso... -ela fala desconcertada. —Viu o que me obrigou a fazer? Se tivesse agido normalmente não estaríamos tendo esta conversa.

—Eu te obriguei? Não estou vendo nenhum instrumento de tortura por aqui, Dayana! Como eu te obriguei? Como eu te forcei a essa situação? Se você tivesse um pouco de bom senso não teria metido o Yoongi nessa história, para começo de conversa. -eu falo um pouco exaltada. —Qual a necessidade disso? Você sabe o quanto as coisas são difíceis para ele, o quanto ele é importante para mim. Entenda que eu seria capaz de dar a minha vida por ele e não aguentaria vê-lo sofrendo ou que alguém sequer encostasse um dedo nele

—Ainda acho que você está exagerando. O Yoongi é adulto, dono dos próprios sentimentos e não precisa que lhe fiquem pajeando dia e noite como se fosse uma criança. -ela continua.

—Encostar um dedo, é? -o Yoongi deu uma risadinha amarela falando para a Mari. —Ela encostou cinco uma vez e...

—Cala a boca, Yoongi! -a Day esbraveja levando as mãos aos cabelos.

—Você... o quê? -eu me levanto sentindo o sangue pulsar nas minhas têmporas, meus olhos indo dele para ela, torcendo para ter entendido errado. —Você bateu no Yoongi?

—Uma vez ela bateu em mim também. -a Mari dá uma risadinha meio histérica. —Aí eu bati nela... todos apanhamos, todos nos perdoamos e todos estamos vivos e bem... né Yoongi?

...Where stories live. Discover now