Sonhos.

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1 semana depois.

Depois do incidente daquele sábado no hospital, Mina acabou tendo 2 dias de folga, pois foi atestado exaustão, o que explicaria o desmaio e suas lembranças confusas, tidas como alucinação. Mas para a médica aquilo ainda parecia real demais para ela encara como um quadro clínico.

Depois de fazer exames e de conversar com o psicólogo do hospital, foi sugerido que ela tivesse um breve descanso e que não pegasse mais tantos plantões durante uma semana. A explicação de exaustão era plausível, mas ainda havia o fato das horas em que ela ficou desaparecida. Foram 5 horas em que o paradeiro dela não foi definido.

Sua amiga Sana tentou encontrar uma explicação dizendo que era provável que a alucinação foi tão vivida para ela que pode ter feito ela se esconder em algum banheiro de algum quarto, afinal não foi possível olhar em todos. Mesmo não querendo Mina foi tentando se convencer daquilo.

Quando voltou para seu trabalho, tudo pareceu tão normal quanto antes do episódio de sábado, começava até a esquecer o que tinha acontecido e o leve receio de entrar no elevador que ia para ao andar 17 do bloco C tinha passado totalmente.

Mas na noite de quinta-feira a qual não estava de plantão ela teve um sonho. Pareceu real, tanto quanto aquela noite. Mas nele ela não estava novamente naquele lugar, mas sim no hospital onde trabalhava. Na sexta-feira pela manhã em seu intervalo estava no consultório de sua amiga Sana conversando sobre este sonho.

– Era muito real Sana. Eu estava na minha sala e começava a sentir um cheiro frutado, apesar de forte não era incômodo, sabe? – Mina contava. – Então eu ouvi, primeiro não era nítido, mas depois do segundo chamado eu entendi que era alguém chamando meu nome. Eu saia da sala e tudo estava normal, o cheiro ficava mais fraco, mas o chamado continuava. Eu tentava seguir o som da voz, mas quando eu começava a andar sentia como se não tivesse forças nas pernas, como se algo me prendesse no lugar, aí quando tentei correr acabei despertando.

– Olha, eu não sou religiosa você sabe, mas será que não é bom momento para você começar a ser? Procurar um padre, um pastor ou um monge sei lá, talvez os três. – Sana disse. Ela estava arrepiada só de ouvir o sonho. – Sei que encontramos uma explicação para sábado, mas se isso ficar na sua mente, pode acabar atrapalhando sua vida.

– Tenho certeza que eu não preciso de uma explicação religiosa ou médica para isso. Eu fiz umas pesquisas... ontem depois que eu acorde do sonho e não consegui dormi mais.

– Você encontrou alguma explicação ou só mais pontos de interrogação? – Sana questionou interessada. Apesar de medrosa, ela adorava teorias.

– Comecei pesquisando sobre experiência fora da realidade ou paralelas... eu acabei encontrando um universo inteiro de debate na Internet sobre um lugar chamado Setealém. Bateu um pouco com a minha experiência, aparentemente é um lugar que meio que se conecta com a nossa realidade e não se sabe porque algumas pessoas conseguem entrar e sair e algumas não. – Mina falou e olhou agoniada para sua amiga. – E se esta mulher estiver lá presa? Precisando de ajuda, da minha ajuda?

– Você acredita nisso? Nesse lugar aí? Acha que foi para ele que acabou indo no sábado? – Sana falou um pouco desacreditada, gostar de teoria era uma coisa, acreditar em realidade paralela era outra, ainda mais em uma que parecia perigosa.

– Eu na verdade não sei. Estou confusa demais, mas eu sinto este incômodo, uma sensação de incompletude, algo como se eu estivesse no meio de uma tarefa que tenho a necessidade de acabar. – Mina jogou seu corpo totalmente contra a cadeira que estava sentada como se sentisse cansada. – Tem mais uma coisa, na verdade duas. Algo que não te conte e algo que quero te pedi.

O elevador. - Twice. - Michaeng. Onde histórias criam vida. Descubra agora