Nessie & Jacob. Ardentemente.

12. Contratempos

Visão Renesmee

Na pedra extensa e lisa onde nossos lábios se encontraram pela primeira vez, nós curtíamos aquele silêncio quebrado apenas pelo bater da maré nas rochas.

Deitada na pedra, com a cabeça recostada no colo quente de Jacob. Meus olhos fechados apenas saboreavam a brisa fria que tocava meu rosto e o brincar dos dedos de Jake em meus cabelos.

- Logo faz um ano... – a voz rouca dele me fez abrir os olhos.

Eu dei de encontro com os olhos negros dele em mim. Eu sorri.

Parecia ontem que eu estava sentada nessa mesma pedra, ao lado dele, com a lua cheia cobrindo o mar e a noite. Me lembro do quanto eu ansiei por aquele dia. Provar ele, daquela forma, pela primeira vez.

Fechei novamente meus olhos. E segurei a mão que brincava com meus cachos, encostando-a em minha bochecha. Eu jamais cansaria daquela sensação que sua temperatura fervente de encontro com a minha causava em mim.

A brisa que era suave pareceu aumentar sua velocidade e logo comecei a sentir o tocar de leves gotas em meu rosto.

Meus olhos se abriram de novo e Jacob ainda me olhava como se estivesse em hipnose. Me ergui, sentando ao lado dele.

- Está começando a chover. – o informei.

- Sábia dedução. – zombou Jacob, abrindo aquele sorriso.

Mostrei a língua pra ele e senti de relance as gotas engrossando e aumentando a frequência em que caíam.

Levantei agilmente e comecei a puxá-lo pela mão.

- Vamos Jake, a chuva está aumentando.

- E qual o problema? – ele me olhava sorrindo, ainda sentado.

Nossas roupas começavam a encharcar gradualmente, juntamente com a chuva que engrossava e o vento que ia ganhando força.

Eu já sentia parte de meu cabelo grudando em meu rosto e pescoço. Meu vestido pesando sobre meu corpo.

O puxei até ele se render e levantar. Saltamos da pedra, dando de encontro com a areia molhada afundando em nossos pés. O mar se agitava enquanto corríamos de mãos enroscadas rente a beirada das ondas.

Estava vindo uma tempestade.

- Porque a pressa? – Jake cessou meus passos a força, me puxando contra seu peito. Ele me apertou forte demais para que eu conseguisse me soltar.

A chuva ganhava mais força sobre nós e o sorriso malicioso dele não se incomodava nada com isso.

- Jake... – a chuva forte quase escondia a minha voz. - Nós já estamos encharcados e...

- E? – eu senti o hálito quente dele se aproximando da minha boca, me fazendo perder o fio da meada.

Os lábios de Jacob sorriram a um centímetro de distância dos meus. Ele se inclinou pegando meu rosto entre suas mãos enormes. E quando dei por mim as minhas já enroscavam com força seu pescoço quente e molhado.

A chuva grossa e gélida misturada àqueles lábios ferventes explorando os meus com urgência, me causavam uma sensação única e enlouquecedora.

Logo ele me deitou sobre a areia ensopada, sem me dar uma deixa para respirar. O bater de uma onda contra nós me fez quase afogar com a água salgada.

E eu comecei a rir. Rir simplesmente. Por rir.

Eu tinha a pessoa que eu amava comigo, me beijando sem parar sobre aquela chuva forte e já sufocante. Eu ria que nem uma idiota entre os beijos dele.