— Oh, é verdade — Shizuka colocou a mão na frente da boca —, vocês não foram tão longe no intercolegial, certo? Espero que tenham mais sorte dessa vez.

Fechei a mão em punho e engoli a seco — Chegamos aos oito melhores times do país.

— Não acha melhor se dedicar aos estudos? Garante uma melhor vaga do que resultados esportivos — a mãe balançou a mão. — Soube que está na classe avançada. Então ao menos sabe estudar.

— Obrigada pela preocupação — rebati —, nosso conselheiro de time acompanha de perto os rendimentos. No momento em que as coisas apertarem, reconsideremos, mas não será necessário, venceremos dessa vez.

— É o que costumam falar — Shizuka deu um passo a frente repleta de deboche. — O que fará de diferente dessa vez? Tem algum ataque especial?

— Ela tem a mim — senti uma mão no meu ombro e quando olhei vi Dan parado com uma cara de poucos amigos. Imediatamente senti uma sensação de segurança, não foram necessárias palavras para entender que duas das três estavam se perguntando quem ele era.

— Sou Daniel, treinador do time e irmão da [Nome] — se apresentou —, infelizmente precisei deixar a campanha na metade no campeonato passado. Mas minhas garotas fizeram bem se mantendo na mesma posição mesmo com complicações.

Katsue deve ter percebido o clima, pois entrou no meio para tentar aliviar.

— Kou já falou de você, treina os garotos ocasionalmente certo? Ele te admira, por saber o tanto que sabe, obrigada por cuidar bem do meu irmão mais novo.

O rosto de Dan suavizou — Koutarou é ótimo jogador, com o direcionamento certo ele vai longe. Mas tende a exagerar, é preciso medir os treinos dele de perto. Suporte fisioterapêutico é essencial para ele conseguir performar em alto nível.

— Desculpa perguntar — Shizuka se curvou, um sorriso doce e uma voz ainda mais melosa —, disse serem irmãos, mas são tão diferentes.

— Meio-irmãos — Dan respondeu sem titubear.

A mãe de Bokuto voltou os óculos para os olhos — Vocês têm uma família... Moderna.

O que está acontecendo? — Tom perguntou também mirando o grupo — Posso não entender, mas sei fazer uma boa leitura do ambiente.

Não se preocupe — respondi para ele. E em seguida virei para a Sra. Bokuto.

— Com todo o respeito, não sei o que seria o conceito de moderna que fala. Mas somos felizes, isso que importa para uma mãe no fim do dia, certo? Que seus filhos estejam felizes.

Se ela estava me ameaçando com meias-palavras, eu também faria o mesmo, não era fácil deixar de encolher os ombros perante o seu olhar, mas a partir do momento que falava sobre a minha família a questão é outra.

Talvez ela tenha sido pega de surpresa pela minha resposta, ou apenas quisesse sair dali. Com uma confirmação repleta de incertezas, a mais velha se foi de braços dados com Shizuka — que mais parecia uma boneca — ao seu lado. Com uma desculpa qualquer sobre horários.

Katsue ficou para trás com a promessa de que as encontraria depois, e enfim quando a dupla saiu do meu campo de visão a irmã de Kou se inclinou para mim.

— Não se preocupe, você foi bem.

— Nossos conceitos de bem, parecem distantes.

Ela deu um sorriso triste — Não estou tentando justificar as ações da minha mãe, mas... Tem um motivo. Ela sofreu muito até hoje.

— Todos temos dificuldades, não é um passe para fazer o que quiser com outros — Dan rebateu. — Ou ainda, julga ela pela aparência.

— Sim, tem razão — respondeu por fim. — Minha mãe sempre teve altas expectativas de todos nós, ela espera resultados. Se tem algo que você pode fazer para ter sua aprovação é ganhar, embora eu acredite que ter Kou gostando de você devia ser o suficiente.

Immortals - (Bokuto x [Nome])Where stories live. Discover now