Capítulo sete: Você dorme com qualquer mulher ou existem requisitos?

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Capítulo Sete:

O sol brilhava mais forte à medida que o dia avançava. Ele banhava as colinas verdes, deixando-as douradas e quentes. Havia pessoas se abanando enquanto caminhavam e outras carregavam um guarda-chuva para se proteger do calor. Entretanto, mesmo que estivesse quente e não houvesse nuvens no brilhante céu azul, Elizabeth percebeu que ninguém parecia interessado em ir embora. O festival estava cheio e vivo, exatamente como aquilo que buscava celebrar: o sol. Era como se suas energias se derramassem nas pessoas reunidas ao redor de Abingfordge, na pequena Ilha de Realia.

No entanto, os desejos de Elizabeth de fazer várias paradas ao longo de sua jornada não eram para festejar e beber até de manhã. Embora não parecesse a princípio, na maior parte do tempo ela não estava celebrando a vida criminosa dos piratas com sua tripulação. Ela estava trabalhando. Fazendo negócios e barganhando em nome do ouro e do silêncio, procurando ameaças potenciais e comprando provisões para seu navio — eles precisavam de comida, armas, pólvora, poções, suprimentos médicos e às vezes algum objeto mágico para sobreviver aos oceanos impiedosos de Mérida.

Elizabeth também precisava de informações.

Caminhava com Taylor e aquele estúpido e inútil pequeno dragão ruivo logo atrás dela. Elizabeth ainda não sabia por que Taylor a havia seguido como um cachorrinho perdido, mas Gabriel e Adrian tinham desaparecido em suas próprias travessuras e Alex se envolveu com alguém que ela não soube dizer se era homem, mulher ou algo completamente diferente. De qualquer forma, Taylor estava atrás dela, conversando com o dragão que havia chamado de Willow com uma voz de bebê. Seu doce perfume floral pairando de alguma forma ao redor de ambas.

— Willow é um bom nome — dissera Taylor — Escolhi antes de você comprá-lo, e seria mesmo uma grande decepção se não tivesse feito isso, porque quando damos um nome a algo, essa coisa se torna parte de nós. Acho que Willow também não dá brecha para apelidos ridículos. Quando era criança, costumavam me chamar de "Ti" e isso fazia eu me sentir como... como uma coisinha. Não sei.

— Você é uma coisinha mesmo — bufou Elizabeth.

O que deixou Elizabeth um pouco inquieta foi o fato de ter percebido um novo lado de Taylor nas últimas semanas. Um lado mais dócil e altruísta, mais cativante do que o que ela havia mostrado antes.

Isso fazia o coração de Elizabeth bater rápido demais. Isso a fazia olhar para ela com frequência e notar as sardas ao redor do nariz e das bochechas e as treze pintas muito pequenas e marrons que ela tinha no ombro esquerdo, desenhadas feito uma constelação. Elizabeth aceitou que gostava de Taylor, é claro. Ela era uma princesinha mimada e teimosa? Sim. Ela também era sagaz e possuía um tipo de coragem silenciosa raramente vista naquele estilo de vida? Sim.

Todavia, Taylor era jovem demais, Elizabeth continuava dizendo a si mesma. Muito ingênua. Muito pura. Ela não podia pensar no que tinha estado pensando. E, acima de tudo, havia um aviso gritando do fundo do seu estômago que a deixara nauseada algumas noites sem dormir atrás: Elizabeth não podia se apaixonar por Taylor.

Gabriel estava certo, como sempre soube.

Mas, como Elizabeth poderia não acabar sendo atraída por Taylor como o resto da tripulação? Afinal, ela era uma ninfa dos ventos. Ninfas encantavam as pessoas. Faziam-nas sentir o que elas sentiam. Suas emoções podiam desencadear tempestades e naufrágios. Elizabeth era apenas mais uma humana, e apenas se Taylor soubesse o poder que possuía...

Boréade, era assim que chamavam as ninfas dos ventos. As criaturinhas mais dramáticas, ciumentas e encrenqueiras de toda Mérida, como Elizabeth declarou diversas vezes ao longo de sua vida.

Treacherous Sea • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora