O Sistema é Cruel

CAPÍTULO XII

      — E quem disse que eu vou poder sair daqui? — Ele sussurrou de volta, soando provocador — Com esse garotão que você tem no meio das pernas, não vou poder me levantar por uns bons dias.

      Lan Xichen riu.

      — É bom saber que meu ômega é consciente da situação — O alfa sorriu galante, segurando o próprio membro e o pressionando contra a entrada do esposo, mas sem realmente invadi-lo.

      O alfa iria abrir a boca, pronto para fazer o marido implorar para que fosse invadido, mas batidas na porta fizeram o clima entre o casal se dissipar. Lan Xichen tentou ignorar, mas as batidas continuaram insistentemente, fazendo-o revirar os olhos; Zhuocheng ficou decepcionado quando o corpo quente se afastou do seu.

      Porra, ele estava tão perto, agora sim ele podia acreditar que aquilo era um sonho, porquê sempre que tinha sonhava com esse tipo de coisa ele sempre acordava nesta parte especificamente.

      Ele bateu as pernas contra o colchão, fazendo birra enquanto um beicinho se formou em seus lábios.

      Será que seus sonhos de passivo nunca se realizaram?

      Lan Xichen vestiu um robe longo para esconder sua nudez, abrindo a porta e encarando o servo com um olhar mortal. O beta tremeu um pouco sob o olhar do alfa, engolindo em seco e assumindo um posição submissa, encarando o piso.

      — Sinto muito por incomodá-lo majestade, mas é que, o servo que o ômega imperial atacou, acabou de acordar — O servo informou, fazendo Lan Xichen erguer uma das sobrancelhas — O médico real me mandou para informar isso.

      Lan Xichen analisou o servo, ficando curioso do porquê o médico real havia se incomodado de enviar alguém para avisá-lo sobre o estado de um simples servo a qual ele nem ao menos lembrava o nome; aquilo era estranho.

      Já Zhuocheng, que estava ouvindo tudo, ainda sobre a cama e usando um lençol para cobrir seu corpo, ficou vermelho, sentindo-se envergonhado.

      Ele havia esquecido completamente da existência de Meng Yao.

      Apressado, ele se levantou da cama com rapidez, pegando suas roupas que estavam jogadas no chão e as vestindo com pressa.

      "Onde foi parar os sapatos?", se questionou em pensamento.

      Lan Xichen fechou a porta após mandar o servo embora, sorridente, mas o sorriso morreu ao ver seu marido em pé, e o pior, vestido. O alfa quase bufou indignado, havia tido dificuldade para tirar as camadas de tecido da roupa do esposo e ele simplesmente só se vestiu novamente assim que ele virou as costas?

      — A-Cheng...

      Zhuocheng ouviu a voz do alfa, e suspirou ao notar o tom dengoso.

       — Lembrei que tenho que resolver algo — Respondeu, sorrindo animado ao ver os sapatos próximos de um dos baús próximo a estante com livros.

      Lan Xichen se aproximou do marido, agarrando a cintura fina e apoiando o queixo sobre um dos ombros do ômega.

      — Pode resolver depois — Depositou um beijo no pescoço do esposo, sobre a mancha avermelhada que em breve ficaria roxa, que ele orgulhosamente fez — Se meu ômega assim desejar, posso ordenar que cada pessoa neste palácio fique parado até que terminemos, será como se o tempo parasse além do nosso quarto.

      Zhuocheng encarou o alfa com certa indignação, mal acreditando no que ouviu. Este Lan Xichen era diferente do que ele leu na novel, o protagonista era descrito como gentil até demais e outras mil e uma qualidades que ele nem se lembrava no momento, mas o personagem que estava agora grudado a si não parecia nem um pouco com o que havia descrito.

      Ele obrigaria mesmo que as pessoas ficassem paradas como estátuas apenas para terminar de transar?!

      Uma vez ele ouviu certa vez que alguns homens usavam mais a cabeça de baixo ao envés do cérebro.

      Lan Xichen lhe parecia um desses homens.

      — Acho esse tipo de coisa muito idiota de se fazer — Zhuocheng rebateu, retirando as mãos do alfa de si, se afastando e pegando os sapatos — Você também não tem coisas para fazer? — Ele se aproximou do alfa, cruzando os braços, tocando o queixo de Lan Xichen com o indicador — Eu me casei com o Imperador, correto?

      Antes que Lan Xichen pudesse fazer algo, Zhuocheng o contornou, andando a passos apressados até a porta, deixando um alfa perplexo e indignado para trás.

      Andando pelos corredores, Zhuocheng finalmente havia notado que não conhecia nada daquele lugar, e puta que pariu, que lugar! Com toda certeza daria facilmente para caber uma pequena cidade naquele lugar, só o que ele havia andando até agora já fazia um corredor de pequenas lojas de comércio.

      Ele saiu para o lado de fora, sendo prontamente reverenciado por guardas e algumas servas que passavam pelo pátio, e então, virou a esquerda, passando por uma pequena ponte que tinha embaixo um largo de carpas, e então, suspirou aliviado ao ver o próprio Meng Yao sendo acompanhado por uma senhora idosa.

      O protagonista ômega parecia abatido, e Zhuocheng se sentiu mal ao vê-lo naquele estado, diminuindo um pouco um ritmo de seus passos e se aproximando do outro.

      A idosa foi a primeira a notar sua presença, e rapidamente, baixou a cabeça, e Meng Yao, tremendo dos pés a cabeça, fez o mesmo.

      — Que os deuses abençoem sua majestade com saúde! — Ambos disseram ao mesmo tempo.

      Zhuocheng analisou novamente o ômega, vendo que a mão dele repousava sobre o estômago, e que a roupa desgastada que ele vestia tinha uma pequena mancha vermelha no local.

      Então havia sido ali que ele havia acertado-o.

      — Como está? — Questionou, vendo o outro ômega piscar, confuso.

      Um pequeno momento de silêncio se instalou, deixando Zhuocheng um pouco impaciente, e quando ele bateu o pé levemente contra o chão, foi respondido.

      — Estou bem, sua majestade — A voz do ômega soou baixa, um pouco rouca — Graças aos cuidados que solicitou que me fossem dados eu estou melhor — Meng Yao abaixou ainda mais a cabeça — Este humilde servo agradece.

      Zhuocheng abanou a mão, balançando a cabeça em concordância para o agradecimento, analisando novamente Meng Yao dos pés a cabeça.

      O ômega era bonito, mas não parecia muito atraente vestindo farrapos, certo, Lan Xichen na novel se apaixonou apenas com ele lhe levando chá, mas tinha que dar um jeitinho neste garoto, o estado dele era de dar pena.

      Mas essa era a imagem que um servo deveria ter, os servos mais arrumados eram aqueles que serviam diretamente aos membros da família real, e estes eram estipulados desde seus nascimento ou quando recebiam seus títulos de nobreza, a não ser que...

      — Por acaso, se incomodaria de ser meu servo pessoal? — Zhuocheng questionou, fazendo com que o ômega protagonista o encarasse nos olhos, surpreso.

      Zhuocheng sorriu, tentando ser simpático.

      Bem, seria mais fácil lidar com tudo e juntar Lan Xichen e Meng Yao como um casal tendo os dois ao seu alcance.

      Tinha que começar com algo.

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Atualização pessoal, espero que tenham gostado, desculpem os erros caso houver, e me avisem onde estão os erros por favor, se não for incomodar.
Beijos e abraços
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