Uma noite, um estranho.

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Esta frio, deserto e eu já estou cansado de vim aqui todos os dias no mesmo lugar e não fazer nada, mas minha família diz que eu preciso sair, que não posso ficar no meu quarto trancado eternamente como um pássaro preso numa gaiola. Uma vez ou outra eu penso no colegial e de como eu era tímido, tinha vergonha de tudo e ao mesmo tempo era como se eu fosse um brinquedo nas mãos das pessoas que eu chamava de amigos. Me faltou coragem, vivi com medo minha vida toda e hoje só me resta o arrependimento.

Já passam das 22:00 horas e acho que esta na hora de voltar para casa, ficar sentado na praia todos os dias esta me deixando mais depressivo que o normal.

Andando pela orla de volta para casa eu vejo um homem de terno sentado e de cabeça baixa com uma pequena caixa preta na mão, depois de alguns segundos o homem se levanta e vai em direção a um carro de luxo, entra no carro e fecha a porta, continuo andando até chegar perto do carro, passo pelo carro e vou em direção ao sinal de transito e sigo meu caminho de volta para minha prisão mental.

Chego em casa e todos já estão dormindo, preparo algo para comer, tomo minha medicação e logo depois subo para meu quarto, deito na cama e pego no sono. Amanhece e despertador toca, são 05:00 horas da manhã e me levanto para ir à academia, chego na academia de 05:50 e faço meu treino diário de uma hora e meia, volto para casa, tomo um banho frio e vou para meu quarto. 

Tenho 22 anos e não trabalho e nem estudo mas completei o ensino médio com 17 anos, eu deveria ter entrado em alguma faculdade mas sempre ficava em dúvida qual curso escolher, passou os anos e até agora não decidi o que fazer da minha vida também depois de tudo que aconteceu é meio difícil pensar em um futuro. Não faço nada o dia todo, fico no quarto ouvindo musica e mexendo no computador até anoitecer é quando saio e faço minha caminhada noturna na praia.

Já são 20:00 horas e estou sentado no mesmo lugar de ontem olhando para o mar e esperando o tempo passar, é ai que escuto uma voz grossa atrás de mim.

- Olá rapaz, tudo bem? - Fala o homem que vi noite passada.

Dou um pulo para frente com o susto que ele me deu mas logo o homem completa.

- Calma, não fazer nada de mal. - Disse rindo, com uma aparência melhor que noite passada.

- O que o senhor quer? - pergunto com desconfiança.

- Conversar, posso? - Disse ele, agora calmamente e sério. 

- Por que? eu não te conheço. - Digo logo.

- Só porque não me conhece não significa que não podemos trocar uma ou duas palavras. - Diz ele com a mão na cabeça. Agora que estou mais perto dele presto atenção nas suas feições. Ele tem cara de ter uns 38 anos mas tem o cabelo grisalho e olhos azuis, sua pele é bem clara, está vestindo o mesmo terno de ontem e está de sapato social na areia. 

Eu poderia julgá-lo como um vampiro rico sequestrador de pessoas que estão sozinhas na praia mas esse pensamento logo fugiu da minha cabeça (eu tenho uma mentalidade bem fértil algumas vezes). Antes que eu pudesse falar ele se antecipou e disse:

- Rafael tenho uma proposta para você e preciso da sua resposta esta noite, preciso de você e acho que você precisa de mim.

COMO ELE SABIA MEU NOME?

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