Capítulo três: O medalhão perdido de Brauns

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Capítulo três:

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Capítulo três:

Com lentidão, Elizabeth observou Taylor virar o corpo com cuidado e encará-la com o olhar assustado de quem foi pega, o seu apito roubado deslizando de seus trêmulos dedos e caindo no chão de madeira do convés em um alto estrépito. Seus corpos estavam pressionados um contra o outro, mas Elizabeth rapidamente desviou o olhar para o oceano.

As luzes do navio inimigo, o Maré Sombria, aproximavam-se perigosamente e ela não deveria estar ocupada com uma tripulante fujona. Movida por sua irritação, Elizabeth pressionou a adaga contra o pescoço de Taylor, questionando-se se deveria feri-la naquele instante ou deixar isso para depois. Afinal, abandonar o navio em batalha era punido com a morte ou com o exílio e, por um longo momento, ela considerou que jogá-la ao mar era a melhor maneira de poupar-se de futuros problemas. Taylor tinha um rostinho de quem não conseguia manter-se longe de confusões.

À medida que estavam no alto de um dos mastros, o vento emaranhava o cabelo de ambas em nós no ar. Com Elizabeth segurando a adaga em uma mão enquanto se equilibrava com a outra na corda, tornava-se difícil ver onde estava pisando.

Debaixo da adaga, Taylor engoliu em seco.

— Eu... — o olhar que Elizabeth lhe deu fez sua voz sufocada desaparecer no vento. Ela não queria ouvi-la; Shi Mui estava certa, mesmo que doesse admitir. Aquela garota era um problema, e Elizabeth teria que se livrar dela o mais rápido possível. No entanto, na eminência de uma batalha, elas precisavam descer do mastro antes de mais nada. Com a respiração alta, ela tentou regular seus nervos. — Acho que estou começando a ter medo de altura.

— Que conveniente — disse Elizabeth entre dentes cerrados. Ela olhou para baixo, onde seus pés estavam apoiados nas cordas, e moveu-se com cuidado. — Esse medo começou antes ou depois da sua estúpida tentativa de fuga?

Não foi uma pergunta para ser respondida, mas a voz trêmula de Taylor fez-se ouvir.

— Acho que no meio do caminho.

— Brilhante — o escárnio era evidente em sua voz. Lentamente, Elizabeth removeu a adaga e a guardou no seu cinto de couro. — Vamos descer.

Em uma das mãos de Taylor estava a alça de sua mala. Os nós dos dedos estavam brancos por segurar também as cordas atrás de si. Elizabeth aguardou que ela se movesse para que pudessem descer, ciente que o navio que saqueariam estava próximo o suficiente para enxergá-los. Uma batalha eclodiria a qualquer instante e ela precisava levar Taylor de volta ao alojamento, de onde não deveria ter saído em primeiro lugar.

Claramente, ela não entendia o conceito de regras e ordens.

— O que está esperando?

— Não sei como descer — disse Taylor, olhando para baixo, o chão do convés um pouco distante.

— Pois descubra — retrucou Elizabeth impacientemente. Do outro lado do navio, Lúthienna deu o sinal para que atacassem. — Conseguiu subir, não é? Siga os meus passos.

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