𝐑𝐄𝐌𝐄𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐌𝐄 ━ ᴹⁱⁿʰᵃ ᵛⁱᵈᵃ ᶜᵒᵐ ᵃ ᶠᵃᵐⁱ́ˡⁱᵃ ᵂᵃˡᵗᵉʳ

009 ━ temptacion

Com o coração partido ao ouvir sua voz embargada, deitei-me ao seu lado, envolvendo sua cintura com meus braços.

— Eu sei. — sussurrei. — Eu também.

💐࿐

— Bom dia, Katherine. — sorri ao entrar na cozinha.

— Bom dia, querida.

Ela estava cozinhando algo, acho que eram cookies, ao julgar pelo cheiro.

— Então... — sentei-me na banqueta e cruzei os braços sobre a mesa. — Será que você se importaria de eu ficar hoje?

Katherine parou o que estava fazendo e se virou para mim.

— Por que? Aconteceu alguma coisa?

A expressão preocupada em seu rosto logo me fez explicar:

— Não, não! — apertei a lateral do braço. — É que eu não queria deixar minha irmã sozinha. Então estava pensando em ficar. Se vocês não se importarem, claro!

Katherine sorriu para mim, tranquilizando meu nervosismo.

— Claro que não há problemas, Tasi. — chamou-me pelo apelido que Isaac havia me dado.

Assenti, agradecida pela sua compreensão. Despedi-me e subi para meu quarto. Aproveitando que ficaria em casa a noite toda, decidi que estava mais do que na hora de organizar o passado.

Puxei a caixa esquecida debaixo da cama e a coloquei em cima da escrivaninha. Comecei tirando meus cadernos de música e as medalhas e troféus. Precisei respirar fundo diversas vezes para não chorar, mas continuei. Cheguei aos figurinos e tive que apertar os lábios, contendo as emoções que queriam, desesperadamente, escapar.

Empilhei todos os figurinos em cima da cama, os troféus e medalhas deixei em cima da escrivaninha, junto com os cadernos de música. Uma batida na porta me fez pular, assustando-me. Estava pronta para xingar quem quer que fosse na porta, mas Isaac entrou no quarto, correndo os olhos pelos meus pertences.

— São coisas que você costumava fazer? — brincou, sabendo que eu falaria, exatamente, aquilo.

— Rá, rá. Muito engraçado. — encostei o quadril na escrivaninha.

Ele riu, aproximando-se. Seus dedos passaram pelas lantejoulas dos figurinos, depois veio em minha direção, parando ao meu lado para ver meus troféus. Isaac pegou meus prêmios na mão, analisando um por um.

— Você devia ser muito boa. — passou a mão pelas medalhas.

Mordi o lábio, ficando desconfortável pela forma que minha língua queria se soltar para lhe contar tudo.

— Eu era.

Quando sua mão agarrou um dos meus cadernos de músicas, o ar se esvaiu dos meus pulmões. Isaac folheou o objeto, lendo algumas canções. Um sorriso malicioso se formou em seu rosto e sabia que algum comentário estava prestes a sair da sua boca.

— Escreveu essa para alguém em específico?

Senti minhas bochechas ficando vermelhas. Sabia exatamente o que ele acabara de ler. Tomei o caderno da sua mão, colocando-o de volta no lugar.

— Definitivamente não para você.

Ele levou a mão ao peito, ofendido.

— Não precisa ferir meus sentimentos, vagalume. — aproximou-se. — Além disso, você vai ter que me aturar a noite toda.