69 - 𝓓𝓪𝔂𝓻𝓸𝓵 / 𝕮𝖆𝖗𝖆𝖞

𝓐𝓰𝓻𝓪𝓭𝓮𝓬̧𝓸

Bom, tudo está totalmente bem. Acho que está uma paz, tanto por dentro e tanto por fora agora.

Após um dia inteiro na praia, voltamos para o hotel as 18:00, vamos direto para o banho e tomamos juntas, mas é somente isso mesmo, um banho.

Já começamos a nos arrumar para a virada, pois antes de ir para a praia ver os fogos, vamos ir em um restaurante e temos que chegar lá cedo para tudo ser como o planejado.

Eu sou daquelas pessoas que acredita sim nas tradições das cores, das 7 ondas e da rosa para Iemanjá, faço isso desde pequena, tradição de família.

Coloco uma lingerie vermelha (eu já tenho o amor, mas eu quero continuar tendo, não sei como seria minha vida sem Day ao meu lado, parece que já estamos juntas a muito tempo, mesmo que só vai completar um ano dia 07/03/2024, mas já é um bom tempo, 9 meses juntas), coloco uma nota de 10 reais no meu sutiã (pra ter prosperidade, óbvio), visto um vestido de tecido leve e curto, no tom branco, o clássico (todo mundo sabe que é para paz, não preciso nem falar) e coloco uma sandália branca com alguns detalhes dourados.

Acabei nem vendo oque Day vestiu por baixo, mas ela está com um shorts e uma camisa branca, e no pé um tênis preto simples, ela está linda.

– Que mulher mais maravilhosa a minha, ein. - sorrio e me aproximo dela, deixando um selinho em seus lábios.

– Você tá mais. Vou fazer uma maquiagem simples e arrumar o cabelo

– tudo bem, vou também.

Day vai para o banheiro e eu uso a penteadeira do quarto, faço a maquiagem bem elaborada, decido focar em uma pele natural e passar sombra branca, colar cílios postiço, passo batom vermelho e faço chapinha no cabelo, deixando meu cabelo perfeitamente liso.

Dayane sai do banheiro com o cabelo solto mas super lindo, de um jeito que só ela consegue ter e uma maquiagem bem básica, só consigo pensar que eu sou uma mulher de sorte.

– A minha ruiva é a ruiva mais bonita de todas. - Day se aproxima de mim e me dá meio selinho, para que o batom dela não se misture com o meu ela toma todo o cuidado possível.

– A minha morena é a morena mais linda de todas.

– Eu quero tanto ter uma família com você.

– A gente vai ter. Isso é uma afirmação.

– Vamos ir jantar?

– Claro.

Assim saímos do Hotel, indo para um restaurante e nós sentamos na mesa que ao lado direito tem uma janela com vista para a praia, simplesmente linda.

O restaurante não tem a aparência de ser chique, ele transmite uma aparência mais tropical, mas ainda sim super confortável. Escolhemos o lado de dentro do restaurante pois tem o ar condicionado, mas também tem a opção de se sentar ao lado de fora com cadeiras viradas para o mar, e o ar fresco vem das ondas e do vento noturno para quem senta ao lado de fora.

Eu peço um prato com peixes, camarões, lulas e tudo relacionado a frutos do mar, para acompanhar peço uma coca cola (minha última refeição do ano me dá esse direito, né?) Day pede um macarrão com um molho de camarão, e uma taça de vinho.

Comemos em paz, conversando sobre assuntos leves (viagens que planejamos fazer, planos para o futuro, planos sobre nós), a noite perfeita, tudo isso com a visão do mar bem ao nosso lado. Após comermos, Day insiste em pagar a conta, e eu não recuso, apenas concordo, sei que talvez o fato dela não ter a mesma quantidade de dinheiro que eu, e não estar ajudando a pagar a viagem talvez a chateie, e não quero isso.

Após terminarmos o jantar, passamos em uma floricultura e compramos quatro rosas para jogar a Iemanjá, a tradição que temos na nossa família é que sempre antes do ano terminar, pularmos 7 ondas e agradecemos por 7 coisas e jogamos a rosa fazendo o agradecimento mais especial por último, somando 8 agradecimentos e após isso voltamos para a areia, quando da meia noite jogamos a rosa e pedimos o desejo maior e depois pulamos 7 ondas pedindo mais 7 coisas, somando também 8. E depois fazemos uma oração para Jesus, Maria e Deus, sim somos bem religiosos com todo tipo de religião.

Eu expliquei essa tradição para Day e perguntei se ela deseja fazer também, ela concordou com tudo, e agora após passarmos na floricultura, chegamos na praia.

– Você quer ir primeiro ou quer que eu vá? - eu pergunto a olhando, me referindo as tradições

– Pode ir primeiro, eu espero.

Então eu vou, pulo a primeira onda e agradeço pela saúde minha e da minha família, pulo a segunda e agradeço pelo ano bom que eu tive, a terceira agradeço a felicidade, a quarta a faculdade, a quinta as notas boas, a sexta as oportunidades e a sétima a prosperidade. Saio do mar e olho a lua cheia refletindo nas águas, estou com um largo sorriso, jogo a rosa e agradeço a Dayane ter entrado em minha vida.

Oque eu não disse sobre a minha tradição, é que depois que eu faço isso, eu olho para a Lua e agradeço a ela também, não sei se isso é alguma religião, mas faço isso desde pequena, faço uma oração a ela, enquanto a admiro, agradeço e faço pedidos, agora estou somente agradecendo, ano que vem faço pedidos. Após terminar, vou até a Dayane, me sinto outra pessoa, me sinto mais leve.

– Sua vez, meu amor

– Tudo bem, precisa falar sobre algo específico?

– Fale oque seu coração diz para você falar.

– Tudo bem. Eu te amo

– Eu te amo.

Dayane se afasta e eu me sento na areia, sem me preocupar em sujar a minha roupa, apenas a olhar o mar, a Lua e a minha amada.