Capítulo 02

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Os gritos ensurdecedores preenchiam o espaço aberto daquele edifício abandonado.

Lorenzo estava com o rosto manchado de sangue e qualquer um que o visse pensaria que era seu próprio sangue, um pensamento equivocado.

Tinha as mangas arregaçadas, alguns fios colados à testa por causa do suor, um dos seus homens veio intervir quando o Lorenzo quis atirar na sua vítima.

—— Cadê o meu dinheiro? —— O Rossi perguntou arfante por causa do pequeno exercício que havia feito.

O rosto desfigurado do homem irritou tanto Rossi que ele atirou contra o ombro dele.

—— Eu usei para pagar a cirurgia da minha filha. Juro que vou pagar todo o dinheiro! —— Disse agonizando de dor. Lorenzo trincou o maxilar tentando se controlar e não atirar na cabeça dele.


—— Da próxima vez avisa ou não serei tão paciente contigo. Tirem-no da minha frente! —— Deu as costas indo em direção ao seu carro. Não demorou muito para chegar a sua casa e assim que desceu parou na rua sem dar a menor importância ao sangue manchando-o.




—— O que quer, Marco? —— Disse que viu o homem parado em frente a sua casa e não se fez de rogado e seguiu o sobrinho para dentro de casa.

Lorenzo tirou o sobretudo preto e o jogou no chão, alguém viria limpar a sua casa então porque se preocupar onde deixava a roupa suja?

O moreno baixou os olhos para ver o líquido vermelho escorrendo dos seus pés mesclado com a água morna.

Levou os dedos até a cicatriz que tinha bem perto do coração. Os seus pais ou mesmo os médicos nunca souberam explicar porque ele havia nascido com aquela cicatriz porém, Lorenzo perdeu a curiosidade a medida que foi crescendo.

Lorenzo pensou no homem que havia acabado de espancar e mesmo lembrando do seu rosto ensanguentado, ele desejou sentir alguma coisa porém não sentiu nada.

Nem remorso, nem culpa, nem arrependimento, nada.

Aos poucos estava se tornando o que Francesco almejava, uma máquina de matar.

Enquanto isso Marco esperou pacientemente Lorenzo que estava banho e voltar para a sala de estar. O homem moreno saiu do seu quarto trajando um terno preto como sempre fazia e levou a arma que estava em cima da sua mesa.


—— Ele mandou eu buscar você —— Lorenzo colocava o seu relógio enquanto escutava o seu tio falar. E o homem mais sorriu orgulhoso ao ver os dedos avermelhados do sobrinho.

—— Deveria cuidar disso antes que piore, Enzo —— Ignorando-o, pegou a chave do seu carro e a sua arma.

—— Depois eu cuido disso, zio —— Marco encolheu os ombros convencido e seguiu o sobrinho que tinha uma ruga na testa.



—— Eu trouxe o meu carro por isso encontro você no “Paradiso” —— Lorenzo não respondeu, estava demasiado irritado para pensar sobre ir naquele pelo menos em parte conseguiria relaxar.


No momento somente desejava beber um pouco, um corpo onde iria descarregar todo o estresse e o Paradiso era o local perfeito.

Dirigiu por meia hora antes de chegar a boate, assim que estacionou veio um dos seus homens o receber.

—— Ele está aqui? —— Questionou com a voz firme e audível que intimidava até o mais valente.

—— Chegou há duas horas —— Respondeu o homem que trajava um terno preto assim como Lorenzo.


Pecados Do Coração Where stories live. Discover now