Capítulo 40

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Nem sei dizer como consigo chegar até o hospital. Apenas sei que estou lá, e está tudo muito tumultuado. Pessoas feridas, médicos, enfermeiras correndo para todos os lados... Eu me sinto amedrontado por andar entre eles, sem nenhuma espécie de disfarce, mas se alguém tentar me matar, ao menos já estarei num hospital para ser atendido. De alguma forma, Haymitch se junta a mim e Johanna, e começamos nossa busca frenética por informações do paradeiro de Annie.

- Mas o que aconteceu para trazerem ela às pressas, assim? – pergunto, com uma calma forçada.

- Eu não sei – Johanna responde. – Assim que você saiu correndo, depois que Katniss matou a velha, ela começou a gritar, e agarrar os cabelos, e desmaiou.

- Será que ela reagiu assim por eu ter saído correndo daquele jeito?

- Não seja bobo, Peeta. Todos sabemos que Annie não é totalmente sã, todos esses últimos acontecimentos serviram para ela ficar ainda mais debilitada – Haymitch me tranquiliza.

- Aqui! – Johanna grita, enquanto espia por um vidro. A porta está aberta, entre Peeta.

Dou alguns passos com receio, mas por fim, me espremo pelo vão da porta semiaberta e me deparo com Annie, deitada de olhos fechados, e uma série de tubos saindo de seu braço. Me aproximo e seguro sua mão, que está gelada como mármore.

- Hey Annie – sussurro.

Seu corpo treme ligeiramente e então ela abre os olhos, assustada. Quando me vê, sinto seus músculos relaxando, e ela me lança um meio sorriso.

- Me desculpe – ela murmura.

- Está tudo bem – digo, e pego uma mecha de seus longos cabelos. – Mas me diz, o que aconteceu?

Ela se encolhe, e aperta ainda mais minha mão.

- Eu não sei... Eu fiquei apavorada, aquela mulher... Os gritos... Eu abri os olhos, e vi a mulher caindo... Katniss matou ela? – ela diz, sua voz embargando. Não tenho como mentir.

- Sim – digo, e espero ela digerir tal informação.

- Mas, porque? – ela pergunta após fazer uma careta.

- Eu não sei... Mas eu vou descobrir... Agora você tem que ficar boa logo... – paro no meio da frase, pois eu ia dizer que ela tinha que ficar boa para voltar para casa. Mas, que casa? Suspiro.

- Vão matar ela, não vão? – Annie pergunta, de repente. Não sei de quem ela esta falando, mas imagino que seus temores sejam os mesmos que os meus.

- De quem você está falando? – sussurro.

- Katniss – ela murmura, e olha para os lados, como se alguém pudesse estar escutando nossa conversa. – Ela matou aquela mulher, a Coin. Agora vão matar ela.

- Não vão, não...

- Claro que vão – ela grita.

Olho para ela, assustado e preocupado ao mesmo tempo.

- Ela é uma boa pessoa – ela diz, seu lábio inferior tremendo. Finn gostava dela. Eu não quero que matem ela.

- Eu também não – digo, e me pego mordendo o lábio afim de não chorar.

- Vai... Você tem que ajudar ela. Você ama ela, não ama?

Olho para a linda Annie e me pergunto se ela é mesmo louca. Porque ás vezes, é como se ela fosse a pessoa mais lúcida e perceptível que já conheci.

- Amo sim, Annie. Mas eu não posso ajuda-la agora, e preciso cuidar de você.

Ela sorri para mim, e solta minha mão.

A Esperança - Peeta MellarkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora