Capítulo 9

5.7K 593 25
                                    

Aurora

-Oi Aurora.

Finalmente o Nicolas veio falar comigo, só de ouvir sua voz meu coração acelerou, mas me lembrei do que Pilar me disse, talvez ela tivesse mesmo razão.

-Oi. - Respondi dura, sem dar muita intimidade.

-Minha mãe sempre pergunta por você, pensei que talvez você pudesse ir la semana que vem.. - Na verdade eu queria ir (e muito) mas não posso dar o braço a torcer.

-Olha Nicolas. Eu sei que pra você foi muito bom ter minha companhia, mas eu tenho mais o que fazer, coisas que nem você nem sua mãe conhecem, pois não estamos no mesmo nível.

Minhas palavras doem até em mim, sei que ele não mereçe ouvir aquilo mas eu não quero voltar a pensar em Nicolas de uma forma errada, e pra isso acontecer só eu me afastando o máximo dele.
Yasmin que estava sentada só observando se levantou com cara de indignação e veio até nois.

-Você é desprezível Aurora, a mãe dele está no hospital e você fala assim, tenho nojo de você!

Meu coração gela, eu não sabia disso, me arrependo na mesma hora das minhas palavras.

-Ah ... Nicolas me perdoa ... -Minha voz sai falhada.

Ele sai da sala quase correndo e Yasmin foi atrás dele, minha vontade era somente de chorar mas eu aguentei, não passei por isso para chorar no final.

-Vamos Pilar. - Saio andando da sala rumo a saida, onde o motorista já me esperava.

-Aurora não liga pro que aconteçeu lá, você não sabia da mãe dele.

-Fica quieta Pilar, que saco! -Entro no carro e Pilar entra também. - Vai comigo?

-Sim, é , o motorista tá de folga, posso ir contigo?

-Tá.

Fomos todo o caminho em silêncio, quando cheguei em casa corri para o meu quarto e me tranquei, preciso de uma idéia para me desculpar.

Depois de horas pensando eu vi que só tinha uma forma, o Nicolas é pobre e com certeza ia ter que se apertar para pagar, eu resolvi que ia na casa dele e ofereçer minha ajuda a dona Natália, ele precisa mesmo e com certeza ia aceitar.

Tomei um banho quente e me vesti com um vestido soltinho, peguei meu cartão de crédito e fui descendo para a sala.

-Aurora. - A voz rouca de meu pai entra em meus ouvidos me fazendo parar imediatamente.

-Eu? - Viro olhando para seu rosto.

-Só quero te avisar que sábado tem a festa de aniversário da empresa, você vai conosco.

Sempre odiei essas festas, porquê minha familia sempre é confundida com a família perfeita, não sei se é porque colocamos um maltido sorriso no rosto ou quando nos perguntam algo meu amado pai sempre fala como se aqui em casa fosse mil maravilhas, então eu já estava destinada a usar minha máscara da felicidade sábado a noite, a mesma que eu uso todo dia para ir a Escola;

-Tá.

-A Pilar também vai filha, podemos comprar nossos vestidos juntas. - Minha mãe fala entrando na sala com um lindo sorriso, se eu não soubesse do passado talvez eu pudesse falar pra ela o quanto aquele sorriso me derretia por dentro.

-Tá; quer dizer, talvez. Vou sair tchau.

Saio correndo de lá, minha garganta estava com um nó enorme, mas não liguei muito pra isso, peguei minha moto e fui para a casa do Nicolas.

-Nicolas!!! - Eu chamava insistentemente.

-Que foi menina? - Uma moça com cara amarrada apareçeu na casa ao lado.

-Estou chamando o Nicolas, mas acho que ele não tá.

-Claro que não tá, ele foi pro hospital cuidar da mãe dele.

-Ah, quando será que a Dona Natália vai receber alta?

-Pelo que eu sei deve ser amanhã, olha ele chegando aí.

Olho pra trás e o Nicolas vem se aproximando.

-Oi Nicolas. -Falo meio sem jeito.

-Nicolas essa menina está aqui a um tempo.

-Tá, boa noite Márcia, entra Aurora.

Ele abre o portão e entramos em silêncio.

-Nicolas te peço perdão novamente. - Falo assim que entramos. -Eu vim trazer isso.

Aponto pra ele meu cartão de crédito.

-NÃO ACREDITO ! - É a primeira vez que vejo ele gritando. - VOCÊ ME HUMILHA POR NÃO SER DO "SEU NÍVEL" -ele faz aspas com os dedos. - E DEPOIS APAREÇE AQUI QUERENDO ME OFEREÇER DINHEIRO, QUE DEUS TENHA PIEDADE DE VOCÊ AURORA!

Eu começo a chorar, não pensei que ele ia agir assim.

-Me... Me perdoa Nicolas, não sabia que ia te ofender. -Minhas lágrimas sufocam minhas palavras.

-Mas ofendeu Aurora. - Ele passa as mãos no cabeço, só assim pude ver seu rosto abatido, ele pareçia exausto. - Vai embora por favor.

-Mas...

-Por favor Aurora. -Ele abre a porta mostrando que queria mesmo que eu fosse embora.

Sai de lá de um estado que eu nunca me vi, talvez essa vida de paixão não fosse pra mim, enquanto pensava deixei o vento bater em meu rosto, secando assim minhas lágrimas.

Galera o cap ta pequeno mas eu não quis deixar de postar, temos um grupo no whatsapp, se quiser entrar só me chamar lá, meu número é 021967399892. Qualquer engraçadinho será bloqueado.
Votem e comentem (:

Promete pra mim •Concluido•Onde as histórias ganham vida. Descobre agora